segunda-feira, 29 de março de 2010

discurso directo

«Ha sido un proceso muy intenso, angustiante y doloroso pero también liberador. Les juro que cada palabra que están leyendo aquí nace de amor, purificación, fortaleza, aceptación y desprendimiento. Que escribir estas líneas es el acercamiento a mi paz interna, parte vital de mi evolución. Hoy ACEPTO MI HOMOSEXUALIDAD como un regalo que me da la vida. ¡Me siento bendecido de ser quien soy!» (sublinhados meus)



E quem é que escreveu isto hoje, quem foi? »» A confirmação: vale mesmo a pena ler o texto todo!




domingo, 28 de março de 2010

imitações de qualidade



Há bichos incríveis! Vejam o que o pássaro lira consegue imitar (e reparem na belíssima e barroca cauda do macho).






sábado, 27 de março de 2010

teatro • la vida es sueño

Julieta – Dei-te o meu amor antes que tu mo pedisses; e contudo queria tê-lo ainda.

Romeu – Querias tirar-mo? E para quê, meu amor?

Julieta – Só para ser generosa e dar-to outra vez. E contudo eu só desejo o que já tenho: a minha generosidade é tão ilimitada como o mar; e tão profundo como este é também o meu amor: quanto mais te dou, tanto mais me fica, porque uma e outro são infinitos.

William Shakespeare, Romeu e Julieta




Romeu + Juliet de Baz Luhrmann

sexta-feira, 26 de março de 2010

tal e qual

Com o sufoco do período quase a terminar e em plena quaresma, fica aqui um episódio bíblico em versão quase anedota muito a propósito destes dias (ainda que só mesmo os professores percebem verdadeiramente o estado de nervos de Jesus):

Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os, dizendo:
Em verdade vos digo,
- Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...
Pedro interrompeu:
- Temos que aprender isso de cor?
André questionou:
- Temos que copiar isso para o papiro?
Simão perguntou:
- Vamos ter teste sobre isso?
Tiago, o Menor queixou-se:
- O Tiago, o Maior está sentado à minha frente, não vejo nada!
Tiago, o Maior gritou:
- Cala-te, seu queixinhas!
Filipe lamentou-se:
- Esqueci-me do papiro-diário!
Bartolomeu quis saber:
- Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes exclamou (Judas Iscariotes era mesmo malvado, com retenção repetida e vindo de outro Mestre):
- Para que é que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se:
- Há fórmulas? Vamos resolver problemas?
Judas Tadeu reclamou:
- Podemos ao menos usar o ábaco?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada... ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:
- Onde está a tua planificação? Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada? E a avaliação diagnóstica? E a avaliação institucional? Quais são as tuas expectativas de sucesso? Tens a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão? Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios? Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem? Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo? E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais? Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes? Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos os fariseus, disse então a Jesus:
- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva!

... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos.

quarta-feira, 24 de março de 2010

por tua conta e risco : FRANÇOIS SAGAT

Depois não me venham dizer que eu não avisei que o conteúdo era, como direi, interessante. Ou pornografia artística. Existe uma versão com censura, mas esta é muito mais... ok... é uma campanha, 'tá, e é por uma causa boa. Com François Sagat.



terça-feira, 23 de março de 2010

certeiro




[directed by André Carrilho; script by Spam Cartoon; animation by André Carrilho; sound design by José Condeixa; produced by João Paulo Cotrim and André Carrilho]

domingo, 21 de março de 2010

um poema para a vida «Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra»

Não sei se é a leitura melhor da Voz. Para mim é-o. Rui Morrison com uma voz esmagadora, muito mais do que a Pingo Doce. O incrível Álvaro de Campos: "Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação, / Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra, / Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim..." O resultado é o vídeo mais bem conseguido e tocante, que faz pensar muito na "estrada do sonho", na "estrada da vida".
«Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra» de Álvaro de Campos lido por Rui Morrison [cf. poema; cf. ainda esta versão de Jô Soares].



dia da poesia # 3

um poema para a vida «Liberdade»

«Liberdade» deve ser um dos poemas mais conhecidos de Pessoa. Trata-se de um poema interessante, mas Pessoa tem-nos muito melhores. E muito maiores. Além disso, deste poema saíram alguns chavões que me irritam, como "o melhor do mundo são as crianças", porque quase ninguém sabe contextualizar estas palavras. Aqui gosto mesmo é da leitura de Raúl Solnado, uma leitura conjugada com uma música excepcional, resultando um vídeo comovente. «Liberdade» de Fernando Pessoa por Raúl Solnado [cf. poema].



dia da poesia # 2

poesia • hoje é o dia

da poesia. E poucas coisas me movem mais que a poesia. Há o amor... mas, imaginemos, se o amor é a respiração, a poesia é o oxigénio. Como me é difícil escolher um poema, encontrar no youtube esta gravação satisfez-me por vários motivos; um dos principais é que me inspirou a fazer várias coisas com a poesia que de outro modo nunca teria feito. O outro é que me levou a procurar e a encontrar imensas gravações no Sapo (estão lá as leituras de que mais gosto e que partilharei a seguir). E dá-me também vontade de partilhar algumas dessas coisas que já fiz com alunos, mas não devo, não posso.
Trata-se de um episódio do programa Voz de 2005. Cada episódio era constituído pela leitura muito pouco ortodoxa de um poema de autor lusófono feita por uma figura pública. A produção coube às Produções Fictícias que pôs neste trabalho um cuidado estético a todos os níveis incomum. Apesar da qualidade não ser a melhor, acho que gostarão de ouvir o bonito Marco D'Almeida a dizer um dos poemas maiores da língua portuguesa, Cântico Negro de José Régio [cf. poema].




dia da poesia # 1

quarta-feira, 17 de março de 2010

lenços



Deve ser fruta da época, mas de tanto me assoar ando quase sem nariz (o que é bem difícil, dado o tamanho).

terça-feira, 16 de março de 2010

nobody’s innocent . everybody’s bisexual

Nobody’s innocent. Já tinham ouvido falar de Reead? Mas lembram-se deste vídeo, não? Muito pop, mas não deixa de ser engraçado este argelino que vive em Paris. Ele próprio participa nos vídeos (o tipo do chapéu). Everybody’s bisexual.










« Everybody has a secret
live every night as the last
and fuck the rest!
»





{visto aqui}

segunda-feira, 15 de março de 2010

delírio puro : o papel da escola

O papel da escola eu axo que é igual a um papel qualquer de imprensa A4. E de certeza que é. tem a mesma grossura e tudo. Agora se estão a falar, por exemplo, das folhas de Teste que é uma folha A3 duberada ao meio fazendo duas folhas A4, axo melhor que as folhas de teste sejam assim do que só uma folha A4, essas fichas que os professores dão são sempre folhas de formato A4 ou de formato A5 . Os testes As professoras metem sempre folhas de formato A4 mas quando são mais as professoras agrafam sempre as folhas e nunca fazem teste com folhas formato A5. Por isso eu axo que as folhas desta escola são iguais às das outras escolas ou de outras empresas.

delírio puro : não brinques comigo

domingo, 14 de março de 2010

eufonia

Mesmo não percebendo muito do processo legislativo, pelo que leio pela blogosfera, dá para entender que as coisas correm de feição em relação ao casamento (não, no que toca à adopção) e que o PR podia ter-se portado pior. Uma dúvida: há que começar a pensar numa data para o casamento, ou quê?!


The Hidden Cameras, Boys of Melody

cacofonia


The Hidden Cameras, Ban mariage

sexta-feira, 12 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

que fofas! adoro elas!




A aula é uma seca. Vai daí, as fofas boicotam-na, mas com muita pinta. Reparem como adoram os castigos.

quarta-feira, 10 de março de 2010




amanhecer

Só mesmo vendo para crer... mas pelo acordar do dia de hoje parece mesmo que o sol nos vai finalmente fazer umas visitas mais regulares. Afinal, haverá alguém que ainda não esteja farto de chuva?




{visto aqui}


terça-feira, 9 de março de 2010

singular ou... [dois]

Chimamanda Adichie e os perigos dos discursos únicos


Por ser branco, nunca liguei muito a certos discursos. Mas até eu devo estar a mudar. Aliás, acho que, mesmo indelevelmente, ultimamente estou a mudar muito. As questões raciais são um desses pontos que passaram a preocupar-me mais - assim como os direitos das mulheres. Talvez por causa dos discursos destas mulheres contadoras de histórias (há uma outra sobre quem falarei aqui depois). Por isso, descobrir esta comunicação da escritora nigeriana Chimamanda Adichie foi como ter tido uma daquelas revelações que mudam a nossa vida. Ou ter tido uma daquelas raras epifanias que ilumina o dia mais cinzento.
Aprende-se imenso com a voz às vezes trémula de Chimamanda, mas sempre senhora de si e da sua identidade. As suas palavras estão a par do discurso de Isabel Allende, ou mais ainda. Toda a gente devia ouvi-las e reflectir sobre o perigo da história única. As maiorias. As minorias. Para aprenderem algumas coisas e reconhecerem o perigo da generalização. Serve para quem tem «pele de chocolate». Serve ainda para constatarmos que é muito fácil apontarmos o dedo ao Outro, julgarmos o Outro, ostracizarmos o Outro. E mais uma vez um discurso fundamentado na experiência pessoal.
Percam algum do vosso tempo para ouvir mais este discurso fabuloso! Verão ainda que, tal como no discurso de Allende, a vossa reacção balançará entre o riso, a inspiração pura e o arrepio. Confiram o poder da(s) palavra(s). O poder da(s) generalização(ões). O poder de sermos, afinal, tão singulares. Espero ainda que estes dois discursos ajudem as mulheres a contornarem o destino e a não se esquecerem de ser!
Já agora, Chimamanda Adichie está publicada em Portugal pela Asa.

Pode ler-se na página do TED:
«As nossas vidas, as nossas culturas, são compostas por muitas histórias sobrepostas. A romancista Chimamanda Adichie conta a história de como descobriu a sua voz cultural - e adverte que se ouvirmos apenas uma história sobre outra pessoa ou país, arriscamos um desentendimento crítico.» »»


Pode ouvir-se nas palavras desta contadora de histórias:
«Todas estas histórias fazem de mim quem eu sou.
(...) A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é eles serem mentira, mas eles serem incompletos. Eles fazem uma história tornar-se a única história.»




[É possível accionar facilmente
as legendas em view subtitles]

segunda-feira, 8 de março de 2010

singular ou... [um]

Isabel Allende a contar histórias de paixão



Por ser homem, nunca liguei muito a certas comemorações. Mas até eu devo estar a mudar... No Dia Internacional da Mulher, das mulheres das nossas vidas, a vosso favor, ganhem algum do vosso tempo a ouvir este discurso maior, perfeito e bem humorado desta contadora maior de estórias. É sobre mulheres, feminismos e paixão, e verão como balançarão entre o riso e o arrepio. Antes mesmo do vídeo, algumas frases soltas que Isabel Allende usa:
«Somente um coração destemido e determinado conseguirá a medalha de ouro.
(...) O coração é o que nos motiva e determina o nosso destino.
(...) As sociedades mais pobres e atrasadas são sempre aquelas que menosprezam as suas mulheres.
(...) O que eu mais temo é o poder com impunidade. Tenho medo do abuso de poder e do poder para abusar. Na nossa espécie, os machos alfa definem a realidade, e forçam o resto da matilha a aceitar essa realidade e a seguir as regras. As regras estão sempre a mudar, mas beneficiam-nos sempre.»

Portanto, não é só para ouvirem a Isabel Allende contadora e feminista!... É também para se deliciarem com o seu entusiasmo, para se comoverem com as histórias que relata e para pensarem um bocadinho!





[É possível accionar facilmente
as legendas em
view subtitles]

domingo, 7 de março de 2010

singular




[Não. Às vezes, é simplesmente demasiado tarde e pronto.]

Como já bem discorreram por aí (ainda que aconselhe esta entrada e mais esta), Um Homem Singular é fabuloso e essa classificação chega-me e sobeja-me.
«Nunca um filme tão contido foi tão explícito na enunciação do desejo»»
A rever muitas vezes e a atribuir-lhe sempre muitas estrelas.

sábado, 6 de março de 2010

convite irrecusável







Pelo 4º ano consecutivo, o nosso Pinguim organiza o jantar. Todas as informações para já necessárias estão disponíveis lá no seu whynotnow. Não se esqueçam de irem pensando seriamente no assunto e de irem reservando o dia 1 de Maio para o convívio no Guilho. Entretanto, senhoras e senhores, meninas e meninos, malta blogueira ou nem por isso, já temos os nossos bloquinhos prontos para assentar as vossas inscrições!











p.s.: O vídeo é de Hedi Slimane com improvisação do dinamarquês Oscar Nilsson