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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

«homo viator» *

Konstantinos Petrus Kavafis [1863-1933]

ÍTACA (tradução de Jorge de Sena)

Quando partires de regresso a Ítaca,
deves orar por uma viagem longa,
plena de aventuras e de experiências.
Ciclopes, Lestregónios, e mais monstros,
um Poseidon irado – não os temas,
jamais encontrarás tais coisas no caminho,
se o teu pensar for puro, e se um sentir sublime
teu corpo toca e o espírito te habita.
Ciclopes, Lestregónios, e outros monstros,
Poseidon em fúria – nunca encontrarás,
se não é na tua alma que os transportes,
ou ela os não erguer perante ti.

Deves orar por uma viagem longa.
Que sejam muitas as manhãs de Verão,
quando, com que prazer, com que deleite,
entrares em portos jamais antes vistos!
Em colónias fenícias deverás deter-te
para comprar mercadorias raras:
coral e madrepérola, âmbar e marfim,
e perfumes subtis de toda a espécie:
compra desses perfumes quanto possas.
E vai ver as cidades do Egipto,
para aprenderes com os que sabem muito.

Terás sempre Ítaca no teu espírito,
que lá chegar é o teu destino último.
Mas não te apresses nunca na viagem.
É melhor que ela dure muitos anos,
que sejas velho já ao ancorar na ilha,
rico do que foi teu pelo caminho,
e sem esperar que Ítaca te dê riquezas.

Ítaca deu-te essa viagem esplêndida.
Sem Ítaca, não terias partido.
Mas Ítaca não tem mais nada para dar-te.

Por pobre que a descubras, Ítaca não te traiu.
Sábio como és agora, senhor de tanta experiência,
terás compreendido o sentido de Ítaca.




* «homo viator» é uma expressão latina que significa à letra homem viajante, peregrino. Tem muitas vezes um sentido religioso, mas prefiro eliminá-lo e pensar que condensa aquela insatisfação que é intrínseca ao ser humano, e que nos faz deambular em busca da perfeição - reconhecendo-nos imperfeitos -, mas sobretudo da felicidade - como uma espécie de graal...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

THE BOOK OF DISTANCE [letra C] epígrafe # 3

Dom Duarte, Leal conselheiro - capítulo XXV (‘Do nojo, pesar, desprazer, avorrecimento e duidade’)
E a suidade nom descende de cada ũa destas partes mes é ũu sentido do coraçom, que vem da sensualidade, e nom da razom, e faz sentir aas vezes os sentidos da tristeza e do nojo. E outros veem daquelas cousas que a homem praz que sejam, e algũus com tal lembrança, que traz prazer e nom pena. E em casos certos se mestura com tam grande nojo, que faz ficar em tristeza. E pera entender esto, nem compre leer outros livros, ca poucos acharóm que delo falem, mes cada ũu veendo o que screvo, consiire seu coraçom no que ja per feitos desvairados tem sentido, e poderá veer e julgar se falo certo.

E a saudade não deriva de cada uma destas partes mas é um sentido do coração que vem da sensibilidade e não da razão e faz sentir às vezes os sentidos da tristeza e do desgosto. E outras vezes vem daquelas coisas que agradam ao homem, e algumas com tal lembrança, que traz prazer e não pena. E em certos casos mistura-se com tão grande pesar que faz ficar em tristeza. E para entender isto, nem é preciso ler outros livros, porque poucos acharam o que falar sobre isso, mas cada um vendo o que escrevo, considere o seu coração no que já tem sentido, e poderá ver e julgar que tenho razão. ["atualização" - paráfrase e ortografia - da minha responsabilidade]

THE BOOK OF DISTANCE [letra C] epígrafe # 1

John Steinbeck, A um Deus desconhecido
“(…) a vida não pode ser cortada repentinamente. Uma pessoa não pode estar morta enquanto as coisas que alterou não tiverem morrido. Os efeitos que provocou constituem a única prova de que esteve viva. Enquanto se conservar uma recordação, ainda que dolorosa, uma pessoa não pode ser posta de parte, morta.”

domingo, 4 de setembro de 2011

'UM DIA' * brilhante!

O texto seguinte, da autoria do X, está brilhante! Têm de o ler, mas aqui só têm parte, cliquem sobre a imagem para ler tudo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

...

POEMA DE AGRADECIMENTO À CORJA


Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade de vivermos felizes e em paz.
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer, o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa

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Joaquim Pessoa nasceu no Barreiro em 1948. Iniciou a sua carreira no Suplemento Literário Juvenil do Diário de Lisboa.
O seu primeiro livro foi editado em 1975 e, até hoje, publicou mais de vinte obras incluindo duas antologias. Foram lhe atribuídos os prémios literários da Associação Portuguesa de Escritores e da Secretaria de Estado da Cultura (Prémio de Poesia de 1981), o Prémio de Literatura António Nobre e o Prémio Cidade de Almada.
Poeta, publicitário e pintor, é uma das vozes mais destacadas da poesia portuguesa do pós 25 de Abril, sendo considerado um "renovador" nesta área. O amor e a denúncia social são uma constante nas suas obras, e segundo David Mourão-Ferreira, é um dos poetas progressistas de hoje mais naturalmente de capazes de comunicar com um vasto público.
Bibliografia:
O Pássaro no Espelho, A Morte Absoluta, Poemas de Perfil, Amor Combate, Canções de Ex cravo e Malviver, Português Suave, Os Olhos de Isa, Os Dias da Serpente, O Livro da Noite, O Amor Infinito, Fly, Sonetos Perversos, Os Herdeiros do Vento, Caderno de Exorcismos, Peixe Náufrago, Mas., Por Outras Palavras, À Mesa do Amor, Vou me Embora de Mim.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

o dia!

Um dos poemas de que mais gosto sobre "mãe".

Herberto Helder, A fonte II
(música de Rodrigo Leão, álbum Os Poetas)

terça-feira, 26 de abril de 2011

a utopia

Isolem o título do poema de Ruy Belo ['Um dia não muito longe não muito perto'] e vejam o vídeo. Claro, aproveitem e recordem o poema:







Um dia não muito longe não muito perto

Às vezes sabes sinto-me farto
por tudo isto ser sempre assim
Um dia não muito longe não muito perto
um dia não muito normal um dia quotidiano
um dia não é que eu pareça lá muito hirto
entrarás no quarto e chamarás por mim
e digo-te já que tenho pena de não responder
de não sair do meu ar vagamente absorto
farei um esforço parece mas nada a fazer
hás-de dizer que pareço morto
que disparate dizias tu que houve um surto
não sabes de quê não muito perto
e eu sem nada pra te dizer
um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto
não muito perto desse tal surto
queres tu ver que hei-de estar morto?

Ruy Belo, in Todos os poemas

segunda-feira, 25 de abril de 2011

a liberdade


Mário-Henrique Leiria, "Chamada geral"
avisam-se todas as polícias
fugiu um homem

tem
olhos muito abertos
duas mãos dois pés
caminha persistentemente

atenção
supõe-se que é perigoso

sinais particulares:
baixa-se com frequência
para fazer festas a um gato
apanha folhas caídas
antes que o varredor as leve
gosta de tremoços

atenção
GOSTA DE TREMOÇOS

repete-se
avisam-se todas as polícias
anda um homem à solta
à solta

atenção
tem-se como certo
que é
realmente perigoso

os aeroportos
já estão sob vigilância permanente
tudo está a postos
não poderá passar
por nenhuma fronteira
que seja conhecida

insiste-se
avisam-se todas as polícias
anda um homem em liberdade

atenção
em liberdade

delações muito recentes
permitem afirmar
que fala com frequência

todo o cuidado é pouco

consta também
embora sem referências concretas
que está sempre presente
nos locais os mais suspeitos
apela-se com insistência
para o civismo de todos os cidadãos
para a denúncia rápida e eficaz
há recompensa

atenção
anda pelo país um homem
livre

não se sabe o que fará

exige-se
a quem o vir
que atire imediatamente
é urgente

atenção
atenção
chamam-se todas as polícias
uma informação
da máxima importância
relatórios afirmam
que frequentemente
sorri com extrema virulência

repete-se o apelo
ATIREM PARA MATAR
NADA DE PERGUNTAS

in Novos Contos do Gin, 1978

segunda-feira, 21 de março de 2011

dia da poesia

A Naifa, 'Música' (poema de José Luís Peixoto)


«Música«
«como um raio a rasgar a vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma cidade secreta
a levantar-se do chão, como água, como pão,

como um instante único da vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma pétala dessa flor
a levantar-se do chão, como água, como pão,

assim nasceste no meu olhar, assim te vi,
flor a florir desmedida, instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida,

assim nasceste no meu olhar, assim te amei,
vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida.«


José Luís Peixoto [1974-], in A Casa, A Escuridão. Lisboa: Temas e Debates

quinta-feira, 3 de março de 2011

«acredita em mim: é só um rumor.
não sei escrever o vento, nem como se nasce outra vez.

nunca soube como se tece no piano a face vazia do tempo.

por favor, não perguntes:
pois eu não sei como germina um poema,
nem quantos dias cabem no teu rosto.

E como se conjuga a cidade e o adeus?

Perguntas, mas eu não sei o que é a morte.»
Ricardo Gil Soeiro, in Espera vigilante



domingo, 27 de fevereiro de 2011

a Leovigildo Queimado Franco de Sousa

O texto que se segue é de João Vasconcelos e Sá, que o leu no Carnaval de 1934, dedicando-o ao ministro da agricultura de Salazar, Leovigildo Queimado Franco de Sousa. Aqui a leitura
e de Victor de Sousa. Pasmem-se!





Ao Excelentíssimo Senhor Ministro da Agricultura
Exposição
Porque julgamos digna de registo
a nossa exposição, Sr. Ministro,
erguemos até vós humildemente
uma toada uníssona e plangente,
em que evitámos o menor deslize,
e em que damos razão da nossa crise.
Senhor, em vão esta província inteira
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Mas falta-nos a matéria orgânica precisa
na terra que é delgada e sempre fraca.
A matéria em questão chama-se caca.
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisámos de outra coisa…
Se os membros desse ilustre Ministério
querem tomar o nosso caso bem a sério;
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade,
e mijem-nos também, por caridade…
O Senhor Oliveira Salazar,
quando tiver vontade de cagar,
venha até nós, solícito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo, com sossego,
ajeite o cu bem apontado ao rego,
e, como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho.
A nação confiou-lhe os seus destinos,
então comprima, aperte os intestinos.
E, aí, se lhe escapar um traque, não se importe…
quem sabe se o cheirá-lo não dará sorte…
Quantos porão as suas esperanças
num traque do Ministro das Finanças…
e também, quem vive aflito e sem recursos,
já não distingue os traques, dos discursos…
Não precisa falar, tenha a certeza,
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provém da merda que juntarmos nelas.
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisámos de outra coisa,
adubos de potassa, cal, azote;
tragam-nos merda pura do bispote,
e de todos os penicos portugueses,
durante pelo menos uns seis meses.
Sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente eles nos despejem trampa.
Ah! terras alentejanas, terras nuas,
desesperos de arados e charruas,
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sempre a paixão nostálgica da merda…
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisámos de outra coisa…
Ah, merda grossa e fina, merda boa
das inúteis retretes de Lisboa.
Como é triste saber que todos vós
andais cagando, sem pensar em nós…
Se querem fomentar a agricultura,
mandem vir muita gente com soltura…
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala…
Ah! venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade,
formas normais ou formas esquisitas.
E desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia, à grande bosta,
tudo o que vier a gente gosta.
Precisamos de merda, Senhor Soisa,
e nunca precisámos de outra coisa…
João Vasconcelos e Sá

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

'longe daqui'

A entrada original (só com a letra da música) é de 25-11-2007. Recupero-a agora para reafirmar que gosto bastante de Rita Lee, mas gosto sobretudo de meia dúzia de músicas dela. O Zé também. Músicas geniais. A que hoje aqui ponho é uma dessas que me persegue há vários anos. Já sem os corações pirosos a pularem por aqui, porque hei de eu ter-me lembrado dela... porque terá sido?

Rita Lee, Longe daqui »» Santa Rita de Sampa

Longe daqui, aqui mesmo
Longe daqui, aqui mesmo

Tão longe daqui, aqui mesmo
No sinal vermelho
No topo da montanha
O delírio de estar vivo e simplesmente ser
Deixar-se levar pela correnteza
Na incerteza de avistar um farol

Longe daqui, aqui mesmo
Tão longe daqui, aqui mesmo

Desmaia a noite
Acorda o sol
Secam lágrimas de medo
Revela-se o segredo do escuro
O muro era apenas uma ponte
Entre a sede e a fonte
A morte não é mais do que mais um a menos...

Longe daqui, aqui mesmo
Tão longe daqui, aqui mesmo

domingo, 13 de fevereiro de 2011

'o meu amor tem a força de uma G3'



« La Chanson Noire é um manifesto artístico de cariz primordialmente musical nascido em 2007, tendo como principal objetivo a divulgação dos prazeres da decadência, a apologia da exuberância e da extravagância, a defesa da liberdade e da libertinagem. Chanson Noire não é um projeto de cariz urbano-depressivo é totalmente um projeto bucolico-depressivo. »

















La Chanson Noire, O Meu Amor Tem a Força de Uma G3 (álbum Música para os Mortos)
« tento não parecer-te só um estranho
e tento o meu melhor desempenho
neste jogo sujo de enganos
tento apenas não causar mais danos

eu quero amar-te, eu quero amar-te,
será que tu não vês
que o meu amor tem a força de uma g3

tento ser o adónis que não sou
sofrendo por tudo o que te dou
não causar surpresa ou nova vida
num coração partido a partida

eu quero amar-te, eu quero amar-te,
será que tu não vês
que o meu amor tem a força de uma g3»




domingo, 6 de fevereiro de 2011

artistas da semana : Walter Schels & Beate Lakotta

Em 2006, houve uma exposição na Mãe d'Água das Amoreiras que, se bem me lembro, tinha o título de Amor-te e mostrava fotografias de Walter Schels & Beate Lakotta. Trata-se de um trabalho impressionante, quase chocante, que se chama "Life Before Death: portraits of the dying". No outro dia tropecei nestes retratos e lembrei-me, obviamente, dos nossos - até por causa das datas de ontem e 27 de Janeiro...

Qualquer uma das próximas ligações é suficientemente elucidativa. Aviso já que não é para apreciarem. Mas sempre pode servir como motivo de reflexão.




Cantiga a este moto seu
De que me serve fugir
da morte, dor e perigo,
se me eu levo comigo?


Voltas
Tenho-me persuadido,
por razão conveniente,
que não posso ser contente,
pois que pude ser nacido.
Anda sempre tão unido
o meu tormento comigo
que eu mesmo sou meu perigo.

E se de mi me livrasse,
nenhum gosto me seria;
que, não sendo eu, não teria
mal que esse bem me tirasse.
Força é logo que assi passe,
ou com desgosto comigo,
ou sem gosto e sem perigo.
Luís de Camões

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

«casos de indisciplina e agressão»

Por causa desta notícia, lembrei-me das seguintes palavras:
«A educação preocupa-me muitíssimo, sobretudo porque é um problema muito evidente, claro e transparente e ninguém faz nada a este respeito. Confundiu-se a instrução com a educação durante muitos anos e agora estamos a pagar as consequências. Instruir é transmitir dados e conhecimentos. Educar é outra coisa, é transmitir valores [...] Há décadas, o que havia era um Ministério da Instrução Pública, não da Educação. A educação era outra coisa. Se para ser educado tivesse que ter sido instruído previamente, eu seria uma das criatura mais ignorantes do mundo. Os meus familiares eram analfabetos, como me iriam instruir? É impossível. Mas sim, educaram-me, sim, transmitiram-me os valores básicos e fundamentais. Vivia numa casa paupérrima e saí dali educado. Milagre? Não, não há nenhum milagre. Aprendi a vida e a lição dos mais velhos quando nem eles mesmos sabiam que me estavam a dar lições.»

José Saramago (“Vivimos en una sociedad que carece de educación”, Canarias 7, Las Palmas de Gran Canaria, 4 de Fevereiro de 2007 in José Saramago nas Suas Palavras)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

you are welcome to elsinore

O poema de Cesariny é belíssimo, de cortar respiração e pulmões. Nesta leitura, neste vídeo, nesta música, tudo se conjuga para não ficarmos indiferentes. «You Are Welcome to Elsinore» de Mário Cesariny lido por Sónia Tavares: "Entre nós e as palavras, os emparedados / e entre nós e as palavras, o nosso querer falar" [cf. poema]. Esta entrada serve também para lembrar o autor, quatro anos depois da sua morte.