Este promete ser um post longo, cheio de memórias e impressões em dose tripartida. Espero que o consigam ler todo, mas em todo o caso, começo pelo fim, ou seja pelo jantar, e os mais curiosos e persistentes que cheguem até onde a paciência permitir.
parte 1 – 2008
Este ano, combinando o jantar com o João Pinguim, acabámos por escolher a data em função da disponibilidade de um casal que já o ano passado queria ter vindo ao primeiro que o João organizou sozinho (nessa altura, o felizes juntos nem sonhava em existir). Vieram neste. Torci o nariz por causa da data. Muito. Pela coincidência das datas no meu currículo pessoal de que falarei na parte II e III, além do jantar de aniversário da Monga. Mas era pegar ou largar. Peguei. Pegámos. Um dia que prometia ser grande.
Primeiro, tenho tanta pena que não tenham estado connosco pessoas importantíssimas que, assim de cor, enumero: a
Anabela, a
Celeste, a
Denise, a
Kika, a
Monga (que estava à mesma hora no jantar dela), a
Patrícia, o
Rainha e o
Graphic, a
Vanessa, o
Algbiboy, o
Altares, o
André, o
Brama, o
Bruno e o Miguel que afinal não puderam comparecer, o
C, o
Cristms, o Dário, o imprescindível
Hydra!, o
Kapitão, o
Maurice, o
Max, o
Melões, o
Mikael, o
Paulo, o
Rato, o
Sítio Peludo, o
Socrates, o
wishes & heros e respectivos. E muitos outros que não nomeio… Tenho muita pena, mas espero que noutra oportunidade possam aparecer. Sentimos a vossa falta!
Segundo, sinto que devia ter circulado mais e conversado mais, mas apesar da máscara do sorriso, acabo por me sentir um bocado apertado no meio de conhecidos estranhos. Ainda pensei fazer o pino, mas não achei apropriado.
Terceiro, os agradecimentos especiais e personalizados:
Ao
João, pela dedicação e empenho que pôs em todo o processo. Foi ele a força motriz, a razão e a concretização do jantar. Fez quase tudo, se não tudo. A noite não teria sido tão perfeita, se não fosses tu. Obrigado, meu Amigo, tenho a certeza que os nossos laços se aprofundaram. Adorei a experiência, quero repetir e não me importo nada de voltar a organizar outra coisa, já com a Duxa em força na blogosfera e com a sua experiência em acção (e, já agora, com o Dejan cá!). O meu (nosso) principal agradecimento vai muito especialmente para ti.
Como o
João, também felicito as meninas. Adorei (adorámos) conhecer pessoalmente a
Keratina que apareceu sem a rosa!, mas também pôr os olhos sobre a Duxa! Adorei termos ido para a Maria Lisboa e ver dançar a
Keratina em euforia e de ainda nos termos roçado um pouquito. Da próxima vez será pior! Adorei o sotaque da Duxa e o sorriso.
O
Graduated Fool veio para arrasar…
O
Innersmile veio de Coimbra de propósito para jantar, esperemos que não tenhas apanhado uma seca.
Ao
Jota-Jay, tenho de agradecer o cd que me ofereceu, que eu não conhecia e que por sinal inclui uma música que eu amo “As facas” com voz da Viviane. Também lhe agradeço os beijos e o abraço, eu que, já o tinha dito aqui, gosto tanto de contacto físico (ah, não mexi muito no cabelo da Duxa, quase nada, mas também não queria ficar com nenhuma extensão na mão). Ding Ling, é impressão minha ou és um tipo simpático! Gostei muito do teu sorriso.
Ao
Kokas, agradeço o sorriso e a oportunidade de finalmente ter posto a vista sobre o príncipe sapo. Não perdoamos que não tenhas ido connosco até ao Maria Lisboa. Nem nos despedimos, rapaz!
Ao
Luís e
su muchacho, agradeço a simpatia e o sorriso.
Gostei muito de ver (e não lhes o disse, mas registo-o aqui) o amor do
LittleTB e do
MrTBear! Rapazes, sejam sempre muito felizes juntos! Obrigado também pela vossa simpatia e por também terem vindo de longe.
Ao
Luís, agradeço o ter ouvido a nossa contida fúria e ter percebido a revolta. Muito obrigado pelo conselho! Não dançaste nada, mas da próxima vez…
Ao
Luís e ao Gonçalo, agradecemos terem vindo, a simpatia e tudo o que não se agradece: a amizade.
Ao
Luís V, a boa disposição, o sorriso malandro e não perdoamos que não tenhas ido directamente da noite para o trabalho!
Ao
Special K, não conversámos muito, mas lá está, somos capricornianos e entendemos vem o que o corpo quer dizer. Espero que tenha valido a pena, rapaz!
Ao
Manuel, pela atenção profunda, pelo sorriso malandro, pela alegria. Também devias ter vindo connosco!
Em conjunto com o
Manuel, o
The Unfurry Swear Bear foi o rapaz com quem mais trocámos palavras e cumplicidade. Rimo-nos muito, dissemos e inventámos disparates. Gostámos de ter conhecido alguém que faz crepes e tinha como promessa levar com o rolo da massa quando chegasse a casa. Esperemos que da próxima vez a cara metade dê a cara (e pode trazer o rolo, mas nós não comemos ninguém).
Ao
Tales, agradecemos os pacotes de açúcar e o lixo que nos atirou em cumplicidade com o
X. Ambos se fartaram de dançar, sobretudo o
X. Oh pá, também quero dançar assim!, e
F, tens de controlar o movimento de anca do teu gajo...
Ao
TongZhi, pela excelente boa disposição. Rapaz, temos de trocar umas ideias sobre educação. Ah, ainda não fiz o prémio para a dita senhora, mas não me esqueci! Esperamos que tenhas chegado bem a casa.
Aos outros, agradeço a presença, lamento não termos falado mais do que cumprimentar e fazer a chamada, mas com tanta gente era impossível muito mais. No final, acho que todos ficámos a ganhar. O nosso mundo pessoal ampliou-se com a vossa presença!
parte II – 1996
Há doze anos, saímos para o Bairro, eu, o
Esseme e uns quantos amigos. Estava em baixo e não me apetecia falar nem argumentar com o
Esseme, muito menos esgrimir acusações. Foi uma noite terrível. Medonha. De madrugada, quando chegámos à residência universitária, tinha uma série de chamadas e mensagens no telemóvel que tinha deixado no quarto. Na última delas, e quase em desespero, a minha
irmã-mãe, dizia-me que a nossa avó-mãe tinha partido de repente. Fiquei em choque. Senti-me culpado por não ter levado o telemóvel, por não me ter despedido devidamente daquela senhora pequenina, maternal, autoritária, de ferro, hipocondríaca, carneira, heroína que semeou traços físicos e psicológicos na minha mãe. Chorei que nem um perdido. Era a última do rol dos avós. Passei 5 anos da minha infância com ela e, como eu, todos os meus irmãos lá passámos muitas memórias importantes. Partiu numa viagem para a qual nunca se tinha preparado e ele própria mo disse em sonhos, pedindo-me que eu a agarrasse porque não se queria ir embora. Neste dia, lembro-a com lágrimas, saudades e a certeza de que um dia a encontrarei feliz.
parte III – 1997
Há onze anos, liga-me o meu cunhado: nasceu o JP. Já? Estava previsto vir duas semanas depois. Logo hoje, um ano depois da avó se ter ido. E logo o filho da minha
irmã-mãe que tanto sofreu com a nossa avó-mãe. Achei que não podiam haver coincidências. Uma memória triste, suplantada por outra tão feliz, numa fase em que percebi que o meu futuro jamais seria o mesmo. Novamente, a minha
irmã-mãe escolheu-me para ser o padrinho. Fiquei feliz. Depois, ajudei-o a crescer: mudei-lhe muitas fraldas, li-lhe muitas histórias, dei-lhe comida à boca com aviões, camiões, autocarros, motas, legumes voadores, até não ter mais imaginação e soltar um berro, porque sempre teve um problema com a comida e ainda hoje fica de castigo na mesa até acabar a refeição. Acho que se o deixassem só se alimentaria de ar. Dei-lhe várias palmadas bem dadas e ainda hoje me trata com um misto de deferência e desprezo que me parecem puro exagero. Gosto do garoto. Muito. Sempre que o vejo, fico com a alma cheia. Orgulho-me da educação que os pais lhe têm dado e da criatura fantástica que tem crescido tão bem. Tivesse eu coragem para conversar abertamente com os pais dele sobre o óbvio e ele poderia ser muito mais o filho natural que nunca terei. Carneiro, teimoso mas não inflexível, inteligente, despistado. Não gosta de letras, leva com livros atrás de livros que eu lhe ofereço. Disse-me que ontem não queria receber nem livros nem jogos. Ok, não recebeu nem uma coisa nem outra. Vim de lá feliz (e curioso sobre o jantar), os meus irmãos e demais sobrinhos restantes viriam depois.
Misturei tudo, mas tudo isto fez parte do meu dia. Também por isso, ontem foi um grande dia. Obrigado pela partilha! Obrigado por virem aqui! Também por isso, nunca poderei esquecer que o primeiro jantar que organizámos com o grande
João foi num dia 19.