A Helena Almeida maravilha-me: o seu trabalho tem-se desenvolvido dentro de uma coerência fortíssima, evoluindo para a despersonalização ou o abstracto, sobretudo se tivermos em conta a metáfora do ocultamento do rosto. Apesar de sempre ter afirmado que aquele corpo não era auto-representativo, é comum a tendência de ler a sua obra dessa forma. Compreendem-se facilmente as duas leituras. Continuo a ter dificuldades em ver as suas peças como simples pinturas. A perspectiva da artista destaca-se, portanto, pela originalidade e não percebo por que o seu trabalho não é mais divulgado e reconhecido internacionalmente (por ser portuguesa?).
Helena Almeida não só problematiza e dilata o conceito de género como convoca diversas artes e explora diversas temáticas. Desde logo, destaco a performance, a pintura, a fotografia, a tradição do auto-retrato e respectivo afastamento, a encenação, a narrativa, o real e a ficção, o corpo e o corpo feminino em particular, a metamorfose, o minimalismo, o espaço e a sua ocupação, o preto e branco, a crina de cavalo, o pigmento, as cores puras. Nas últimas séries, a ocultação do rosto evita uma referencialidade imediata. Além disso, observando os vídeos que acompanham as últimas séries, percebe-se melhor como o trabalho preparatório chega a ser violento, até ao entorpecimento (das pernas, por exemplo, em Seduzir). Acrescente-se o facto de Helena Almeida ter nascido em 1934, o que revela a grande elasticidade daquele corpo. Já se sabia que o trabalho preparatório era fundamental, mas as fotos registam somente momentos previamente seleccionados do conjunto da performance.
Alguns links: ArtNet // CAMJAP // Instituto das Artes (Bienal de Veneza 2005)
Helena Almeida não só problematiza e dilata o conceito de género como convoca diversas artes e explora diversas temáticas. Desde logo, destaco a performance, a pintura, a fotografia, a tradição do auto-retrato e respectivo afastamento, a encenação, a narrativa, o real e a ficção, o corpo e o corpo feminino em particular, a metamorfose, o minimalismo, o espaço e a sua ocupação, o preto e branco, a crina de cavalo, o pigmento, as cores puras. Nas últimas séries, a ocultação do rosto evita uma referencialidade imediata. Além disso, observando os vídeos que acompanham as últimas séries, percebe-se melhor como o trabalho preparatório chega a ser violento, até ao entorpecimento (das pernas, por exemplo, em Seduzir). Acrescente-se o facto de Helena Almeida ter nascido em 1934, o que revela a grande elasticidade daquele corpo. Já se sabia que o trabalho preparatório era fundamental, mas as fotos registam somente momentos previamente seleccionados do conjunto da performance.
Alguns links: ArtNet // CAMJAP // Instituto das Artes (Bienal de Veneza 2005)
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O trabalho da Helena Almeida é fabuloso. Gostei do post e do Blog
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