segunda-feira, 27 de agosto de 2007

..:: corrente d'ar ::..

Ontem, domingo, registei:
As trovoadas são um espectáculo singular. Eu odeio-as, sobretudo se estou na aldeia. Já presenciei um raio a cair ao pé de mim. Não é brincadeira: aconteceu na casa da aldeia, quando, no meio de uma tempestade de abanar paredes e fundações, um raio desceu pela chaminé de ferro do fogão a lenha e me passou ao lado em direcção ao chão. Fiquei lívido. Hoje, às cinco da manhã acordei com o trovejar. Começou violentamente, depois afastou-se e parece estar a reaproximar-se agora (8h). Há bocado, veio-me automaticamente isto à boca: "Santa Bárbara bendita, santo cálice e água benta, nos livrem de tal tormenta." Não me lembrava que sabia esta oração de cor. Vem do passado, de quando aqui passei mais tempo. Há coisas que nunca se esquecem, como estas orações populares ou o sotaque (que retomo quando falo com a mãe).

2 comentários:

  1. Primeira nota de suma importância: nunca na vida perdeste o teu sotaque e ainda bem, dá-te estilo q.b.
    Segundo, a minha avó também sabe essa prece! Que giro!

    Quando boltas?

    Bjs. Monga

    ResponderEliminar
  2. O meu dialecto é engraçado. Sim, é verdade que nunca deixei de trocar "b" e "v". Acho que nunca conseguirei fazê-lo completamente. Mas não imaginas como o sotaque muda quando falo com a minha mãe ou pessoas da aldeia... é como se interiormente achasse que tinha de actualizar os sons para me fazer entender. Melhor (gosto mais desta hipótese), é uma maneira de me fazer sentir daquela terra, daquele sítio, de reafirmar o sentimento de pertença: eu sou daqui.
    Há rezas que alcançam um universo bastante basto.

    ResponderEliminar

»» responderemos quando tivermos tempo
[se tivermos tempo] »» se os
comentários de algumas entradas estiverem bloqueados é porque não estamos cá, não há tempo para olhar para o lado, ou essas entradas não têm nada para comentar.

»»
obrigado pela visita!