segunda-feira, 20 de agosto de 2007

..:: as cores do dia ::.. Vânia


Hoje revi a Vânia. Conheço-a desde o 12º ano, em Castelo Branco porque estivemos na mesma turma de latim. Nada de especial. Estranho foi encontrarmo-nos na primeira aula de Cultura Portuguesa na FLUL. Ficámos histéricos: era a primeira pessoa conhecida que cada um de nós encontrava naquele mundo novo e muito confuso. Juntos, sempre era mais fácil perceber como funcionava a faculdade e ultrapassar dificuldades burocráticas. E fizemos as cadeiras quase todas em conjunto, até o estágio era para ter sido, não fosse a arrogância da orientadora e os alunos cães de fila. Ficámos íntimos. Rimo-nos das macacadas que fazemos e fingimos que não aconteceu nada.
A V. é poliglota (ou troglodita, como ouviu o Zé no autocarro): fala italiano, inglês, espanhol e alemão (o latim não conta que é língua morta). Vive em Frankfurt, casada com um alemão. Desistiu disto com dificuldade (ou tem vindo a desistir), apesar da burocracia, da fantochada política, do estado do ensino… Concordamos numa coisa: o clima aqui é excelente, mas não salva a pátria.
Sempre lhe admirei a coragem e a maleabilidade (e a inteligência, claro). De vez em quando, vem cá matar saudades da família, encontramo-nos e matamos também nós as nossas. Falamos das nossas coisas. Ela fala-me do cosmopolitismo alemão, dos trabalhos de lá, dos muitos descontos e das múltiplas vantagens (nomeadamente, da protecção no caso de desemprego). Fala das regras e do civismo, dos bons trabalhos, dos excelentes e dos inimagináveis, mas também dos maus. Além disso, traz-me massapão que eu adoro.
Gostava de ser alemão (ou de saber alemão, embora España já fosse suficiente). Deve ser tão bom viver num país de gente civilizada.

3 comentários:

  1. Se neste país em vez de um para 100 a proporção das pessoas especiais, como tu, fosse de 99 para 100, viveríamos num País chamado Paraíso, mas não naquele - sonhado por More ou Campanella - monótono, regrado, utópico, deprimente, onde o desvio à norma (vá-se lá saber o que isso seja exactamente) é punido com a exclusão total e imediata, por poder fazer desmoronar todo o castelo de areia… Não, este seria um País a sério! Não só o País da liberdade e da tolerância, da crítica saudável e inteligente, mas o País da amizade sincera. Obrigada por fazeres parte da minha vida!

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  2. Vânia, o agradecimento (reconhecimento, admiração, etc.) é infinitamente mútuo!

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  3. Olha, eu gostava tanto de encontrar outra vez a Vânia (ou Bânia??) como daquela vez que a encontrei na Universidade Nova, também cheia de problemas ligados a papelada, já há muito tempo, talvez em 2003...
    Vânia, desejo-te boa sorte na tua vida longe de Portugal, onde creio que, apesar do caos, temos sempre saudades de voltar. De muita coisa nunca chegamos a ter saudades, como as sras das secretarias das Universidades, a falta de emprego, o nepotismo, a corrupção e a estúpida falta de maneiras dos tugas.
    O Paulinho é fixe, mas é o único Mongo, não dá para haver mais, a fábrica fechou há muito tempo...Além disso, mais um destes a gritar-me onde e quando atravessar e eu tinha um esgotamento!

    Beijos aos dois, ao Mongo e à Vânia(Bânia).

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