quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

quando formos grandes, queremos ser assim : Alexander McQueen

Lee Alexander McQueen
[16 de Março, 1969 † 11 de Fevereiro, 2010]



Chego a casa e constato que Alexander McQueen foi hoje encontrado morto em casa. Tenho pena. Apesar de eu não falar muito de moda, gostava dele e das suas criações. Morreu hoje. Tinha 40 anos. Afinal, ainda se morre jovem por aí. Provavelmente de suicídio. E hoje descobri por este vídeo, um holograma tridimensional com Kate Moss projectado num desfile seu (outra versão).



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

quando formos grandes, queremos ser assim : Rosa Lobato de Faria

Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria
[20 de Abril, 1932 † 2 de Fevereiro, 2010]


Chego a casa e diz-me o Zé que morreu. Tenho pena. Muita! Afinal, além de muitas outras coisas por que se dividiu, escreveu um dos romances de temática homossexual/gay de que mais gosto. Falo de A Alma Trocada. Rosa Lobato de Faria foi também, como escreveu Eduardo Pitta, uma Senhora. Sem muito ruído, aproveito a ocasião para voltar a essas entradas antigas onde citei passagens do romance.
Entrada 1 ► ► Entrada 2 ► ► Entrada 3 ► ► Entrada 4 ► ► Entrada 5 ► ► Entrada 6 ► ► Entrada 7 ► ► Entrada 8 ► ► Entrada 9 ► ►
E de entre elas, destaco aqui as duas que se seguem:

Finalmente o prazer. Farrapos de fantasias eróticas de toda uma vida, numa espiral onde rodopiavam emoções, sensações, esquecimento próprio, loucura, aceitação do animal em mim, do grito, da fome, da liberdade de ser e saber que se é. Apesar. Mau grado. Não obstante. Que se lixe.
Finalmente o prazer. Tantas vezes sonhado, imaginado, desejado, pressentido. Puro e irracional. Irresponsável. A fúria da descoberta e depois a paz. Essa paz desconhecida, completa, apaziguadora. Pela primeira vez na vida, a plenitude.
Dormi sobre isto e acordei feliz.
Rosa Lobato de Faria » A Alma Trocada (Porto: Asa) » 2007 » p. 7



Cheiravas a feno e não sabias que o coração é um barco no tempo. Quando as aves do Verão demandarem o Sul virás devagar, abrirás a porta verde-escura e esperarás em vão pelo frémito do meu corpo. Não voltarei a passar o renque das azáleas, o muro onde o sol nasce, a chuva, para morrer nos teus braços.
Rosa Lobato de Faria » A Alma Trocada (Porto: Asa) » 2007 » p. 164