sexta-feira, 19 de outubro de 2007

..:: palavras que nos salvam ::.. Rosa Lobato de Faria # 8

O Hugo estava à minha espera. Abraçou-me sem palavras, a disfarçar a emoção, ajudou-me com as malas, a azul-escura cheia de presentes, para ele, para a Estrela, para a Clara, para a Guidinha, roupas, perfumes, bijutarias, produtos de beleza, tudo com o fascínio acrescido das etiquetas de Paris. E percebi que estas pessoas são afinal a minha verdadeira família e que família é isso, é ter uma mala azul-escura cheia de embrulhos para um grupo ele pessoas que escolhemos sem as ter procurado, um grupo ele pessoas para quem fizemos compras só elo prazer de antecipar o seu sorriso.
É o que conheço mais próximo de oxálida, cítara, miligrã, phisalis, genciana, e a outra palavra que não encontrei, todas as outras que não encontrei, porque se alguma coisa a vida me ensinou, é que não importa encontrar a palavra. Tudo o que vale a pena, entre o mar e a terra, entre a luz e a sombra, entre a vida e a morte, é procurá-la.


Rosa Lobato de Faria » A Alma Trocada (Porto: Asa) » 2007 » pp. 185-186

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