quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

~~ together ::..

Este vídeo estava reservado para depois, mas não resisti: com a alegria e determinação expressa por aquelas crianças todas tão diferentes, todas tão bonitas, é dos mais incríveis que já vi. Trata-se de uma utopia bonita, saudável e, portanto, fica aqui com a letra a tocar o dia todo até haver fogo de artifício no céu limpo dos nossos rostos.


Bob Sinclar, Together, feat. Steve Edwards

Oh yeah we're back now, oh!
More bad news on the radio
Planet Earth she's about to explode, yeah.
The stars have lost their shine today
They have all been blown away
Together, only hope can be away

Let me hear you say

One day, we'll be together
We'll never be apart,
One heart, one mind yeah
One day we'll be together
Remeber this old world is yours and mine (yeah)

See that man with a pen and gun ?
Says its over for everyone (oh no)
No I don't believe it's true
But, I guess its up to me and you
Together, we will find a way through.

I believe in you

One day, we'll be together
We'll never be apart,
One heart, one mind yeah
One day we'll be together
Remeber this old world is yours and mine (yeah)...
Oh oh oh...

..:: perdidos&achados ::..

021#


© Marco Carocari (anteriormente colocado aqui)



parece que espero
e espero

quando me entras
estremece-me o corpo todo
chegas forte e eu forte te recebo
até nos tocarmos no abismo
até chegar a feérica
morte de luz e fogo

permanece
queres mesmo ir até onde?





quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

..:: os dias ::..

Afinal, hoje a coisa no centro de saúde foi bem mais suave que ontem no Hospital de Santa Maria. Acho que ia preparado, mas sabia que não aguentaria. Achei a médica muito simpática e compreensiva e despachei-me cedo. Tinha de alterar uns dados no cartão de saúde e, por isso, regressei à tarde. Voltei e esperei, serviu para dormir a sesta e quando acordei até vi uma colega lá da escola.
Estou melhor, já consigo gritar afonicamente (segundo queixas do Zé), e nestes dias que se aproximam vou aproveitar para dormir, arrumar algumas coisas e, sobretudo, a cabeça.



(o cartoon não tem a ver com o post, mas tem a ver com o momento)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

..:: por estas e por outras ::..

... é que me apetece andar com uma bomba sobressalente. Levanta-se um gajo às 8 da manhã para ir falar com um médico e chega a casa quase às 8 da noite. Se hoje tivesse a tal bomba, tinha-a usado, mais não fosse para chamar a atenção para o tempo de espera a olhar para as desgraças e mazelas dos outros. Diz-me o médico que é preferível ir à urgência para ser consultado por otorrinolaringologia e oftalmologia. Lá fui, passei na triagem às 10:08, andei meio hospital até otorrino, esperei, mais sobe e desce até oftalmo e regresso à urgência para ir finalmente a medicina interna. Aqui é que a porca torceu o rabo: não sei exactamente, mas devia ser meio-dia quando cheguei, dizem-me que oftalmo já me tinha dado alta, não devia. Que esperasse para ser atendido no gabinete 1. OK, o Paulo espera; até que começou a achar que era esperar demais e começou a inquietar as enfermeiras e a administrativa. Nada, ninguém percebia. Chorei de tanta raiva, fúria, acho que se não tivesse o controlo a funcionar bem, partia umas quantas cadeiras e ensanguentava umas paredes.
Por volta das 4h, quis saber quem era o responsável do serviço e quis falar com a criatura porque era inadmissível. Desloquei-me, expus a situação e chamaram a(o) responsável. Mas a criatura também estava a demorar: 30 minutos para vir explicar o que se passava era um pouco demais. Às tantas, esta outra administrativa volta a chamar a(o) responsável e tem a feliz ideia de me perguntar o nome. Então não é que já me tinham chamado e, como não tinha aparecido, já me tinham dado alta outra vez. Passei-me, a menina explicou que eu tinha estado ali e regressei à sala de espera da urgência e fui falar com a médica. Mesmo sem voz, já estava aos berros e com palavrões na ponta da língua. Fui logo atendido e percebeu que tinha feito merda. Claro que não me explicou o que se tinha passado, mas o sistema informático é muito bom (digo eu). Acabei por fazer análises e um Rx. Sem nada de grave, além de mais coisas em -ite: otite, conjuntivite, faringite e bronquite aguda. Tudo confirmado, venha lá o santo antibiótico que não queria tomar e que lá terá que ser. Não se livraram de uma reclamação e o melhor é que amanhã será mais um dia de fúria e bílis, pois tenho de ir para o centro de saúde para conseguir o atestado (a urgência não o pode passar, que máximo). Atestado é uma coisa que não costumo pôr, mas da forma como somos tratados até me apetece pedir um por incapacidade psicológica provocada pelo stress de hoje. Além disso, há criaturas que não merecem o nosso esforço, a começar pela sr.a dona Lurdinhas que afinal é tão consensual que nem foi "remodelada".
Ave, Ave, Ave Maria... Oh, valha-me Santa Maria, a virgem, que o hospital é para esquecer e este governo idem.

P.S. Não se preocupem que isto passa depressa!



A pulseira verde, gastinha, vai ficar como recordação de tão miserável dia

..:: um beijo pela manhã ::..


Imagem colhida no Gay Tel-Aviv


Estou afónico, com faringite, conjuntivite e mais não sei, mas não estou cego nem insensível. Tenho pena de não poder estar com o Zé, ambos nus, num cenário assim... Vou finalmente ao médico :) que já estou farto disto.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

..:: opção ::..

..:: anda cá, ouve estes ::.. THIS MORTAL COIL

Já aqui me dediquei imenso à música "Song to the Siren", mas hoje por causa deste post, decidi ir à procura de vídeos de This Mortal Coil e descobri este que tinha de partilhar pela metamorfose que apresenta. Um dia dedicar-me-ei às metamorfoses.

..:: atacados ::..

Hoje, pela manhã, o Zé rumará ao sul. Esteve triste, mas disfarça bem. Eu continuo com as maleitas todas e mais uma: afónico. Só a Victoria dentro do saco que o Zé estava a arrumar para nos fazer rir.

domingo, 27 de janeiro de 2008

~~ lugar vazio ~~

Fez hoje oito anos que desapareceu um dos anjos da minha vida. Foi mais que Mãe, porque o foi sem o ser. Como lamento nunca lho ter chamado. Vive agora no meu coração e é a estrela mais brilhante no céu para onde olho tantas vezes na ânsia de a rever.
Tenho saudades dela. Tantas saudades!

..:: artista da semana ::.. ALTARES PRIVADOS [II]

O valor do ícone varia, como toda a arte, do olhar do espectador. Nesse sentido, o conceito de sagrado pode tornar-se infinito. Prefiro não ter muitas certezas e assentar a responsabilidade no lado do espectador. Talvez sobrevalorize a subjectividade e as capacidades do "consumidor"; é possível que sim, todavia, acho mesmo que tem de ser este a situar o que considera ou não sagrado, belo, sublime, de culto. De facto não me choca que as fronteiras do sagrado, do belo, da arte, do género, etc., sejam esticadas ou até apagadas até criarem a dúvida ou confusão nas nossas mentes. Gosto que isso aconteça.
Lembrei-me de dizer isto a propósito do "Altar Privado" inédito que está aqui em baixo (motivo que me levou a regressar aos seus trabalhos que já tinha mostrado aqui). Pode ser muito ousado, explícito, queer, gay ou não, depende do olhar, porque os ícones (inclusive os sagrados) sempre destacaram o corpo, nem que seja para evidenciarem a imortalidade dos deuses face à mortalidade dos homens. Os chamados mitos modernos são uma subversão disso mesmo, dando conta da nossa necessidade de nos sobrepormos ao poder divino: o corpo do herói que morre tragicamente jovem mas cuja memória se propaga e reproduz em série, processo predilecto do kitsch, às vezes próximo do mau gosto, outras adquirindo um sentido e gosto estético único. É por isso que gosto destes trabalhos únicos e irrepetíveis como os que nos oferece os Altares Privados e da inadequação que este registo aqui reproduzido provoca. O efeito kitsch procede então de duas atitudes diferentes: por um lado, deriva das qualidades formais do objecto - o registo com uma tradição forte -, por outro, resulta das combinações que se fazem de objectos que, isolados, pouco têm de kitsch*.
Quem quiser que fique chocado, mas à partida só ressalvo a provocação. Por mim, até lhe acendia uma velinha.


© Altares Privados, Inédito

* (cf. Matei CALINESCU, "Kitsch", in As Cinco Faces da Modernidade: Modernismo, Vanguarda, Decadência, Kitsch, Pós-modernismo, tradução de Jorge Teles de Menezes, 1ª ed., Lisboa: Vega Editores, 1999, pp. 201-229)

sábado, 26 de janeiro de 2008

..:: cenas ::..


cenas do jantar da Teresa

..:: coisas em -ite ::..

Devo estar de maré: ainda a braços com a amigdalite, eis que acordo com uma conjuntivite. Que delícia. Vá lá que não é nenhuma -algia, pois tenho para mim que mais vale uma ite (inflamação) que uma algia (dor). Outras hipóteses, completamente plausíveis e, neste cenário, até previsíveis: otite, renite, sinusite. O efeito é brilhante e nunca tinha visto a minha íris tão de perto.
Querem ver o muco, vulgo ranho ou ranheta? Querem?


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

..:: pensamento do dia ::..

Amigo não é aquele que nos levanta quando caímos, mas sim aquele que dá uma chapada ao filho da puta que nos empurrou!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

..:: mundo de afectos ::..

1 § a 3D ou Comyxtura Feliz
X, antecipaste-te a falar de nós, quando eu tinha pensado em esperar para conhecermos a tua cara-metade. Cá vai, pois, a minha/nossa primeira impressão.
Eu costumo guardar alguma informação dos locais por onde passamos e Madrid não foi excepção, como tu e o F iam brevemente, acabei por oferecer alguma dela. Não foi fácil combinarmos um dia, mas ontem lá foi. Pensei que íamos chegar atrasados porque tanto eu como o Zé tivemos reuniões que nunca mais acabavam (só para terem uma ideia as minhas começaram às 15.30). Consegui chegar a tempo ao local marcado, comecei e deambular e apercebi-me logo que eras tu, e ia eu todo lampeiro para te interceptar quando me apercebo que não estavas a ouvir música mas a falar ao telemóvel e, imediatamente, deu-me um bloqueio do tipo “e se não é mesmo o X? Que vergonha interromper uma conversa para ainda por cima me enganar”. Ainda te “persegui” um bocado, mas como a conversa não terminava, provavelmente como o F (não confirmei), desisti e esperei que o Zé chegasse. Convém dizer que não fazias ideia de como éramos (porque não foste ao sítio certo ☺); entretanto chegou o Zé, tu estavas relativamente próximo e tive mais ou menos a certeza e aproximei-me. Deves ter apanhado um susto, mas não falaste disso e paraste o telefonema. Apesar da tua indisposição, acabamos por ir jantar e aproveitar para falarmos da nossa impressão de Madrid. Não falámos muito, nem demos dicas importantes, mas, pronto, conhecemo-nos. Como eu já disse antes, ultrapassámos a barreira virtual e, com efeito, tu e o F faziam parte das intenções de que tinha falado aqui – e agora só falta conhecer o F.
Aqui “os rapazes” (isto é um elogio, certo?) também gostaram muito de te conhecer, acharam-te muito simpático e tudo! Da minha parte, tinha imensa curiosidade em conhecer-te por seres tão positivo (graças ao Segredo e não só) e ter percebido que tínhamos histórias comuns do passado. Quanto à tua reclamação, não sei se lhe darei continuidade porque assim basta: felizes. “Simpáticos, divertidos e interessantes”? Talvez q.b., ontem estávamos os três um pouco abananados. Eu e o Zé ficámos com a sensação de que valeu muito a pena o esforço de não termos saído das reuniões para termos ido directamente para casa e termos podido entrar um pouquinho no teu mundo de afectos.
E venham lá então as jantaradas animadas!

Imagem construída a partir desta ideia


2 § Ledger (04 de Abril, 1979 † 22 de Janeiro, 2008)

São muitas as homenagens que correm por aí a este menino. Trata-se de uma daquelas perdas sobre as quais nem sei o que dizer. Não digo nada, deixo aqui um dos beijos mais impressionantes da história do cinema. Em câmara lenta como no cinema.


3 § Os meus dias

Continuo com a amigdalite e sem vontade nenhuma de ir ao médico. Ajo como se nada fosse e depois chateio o Zé a dizer-lhe que estou mal e mais não sei quê, só para ele me dar mais miminhos do que já costuma dar. Na noite anterior a esta, passei mal e não o deixei dormir praticamente nada além de o agredir com uma frequência incomum: cotoveladas, joelhadas, pezadas, empurrões. Tenho consciência que foi uma noite horrível. A noite passada já foi melhor. Como no início do mês, tem-me feito um chá de limão com mel e muito whisky e acho que resulta e também tenho esfregado a planta dos pés com Vicks VapoRub (acho que foi a minha irmã que mo recomendou para eliminar a tosse – convém calçar umas peúgas a seguir). Basicamente, vou esperar que se vá da mesma forma como veio.


Com o rabo da Victoria, a aliança e o rebuçado de mentol que devia ser do X

4 § O fumo
O pior nem é nos cafés ou restaurantes, mas não poder fumar no intervalo sem ter de sair do recinto da escola. Consiste numa espécie de castigo: dos 5 ou 6 cigarros que fumava pela manhã, fumo para uns 2 ou 3 (e o Zé acrescenta: e já são demais!). Vai ser um arrombo na tabaqueira e na receita do imposto. Da minha parte, só me perturba quando está um tempo mais desagradável: parecemos um grupo de agarrados na esquina da escola em transacções ilícitas ou a oferecer serviços carnais. Considero, portanto, que é muito mais difícil não fumar no trabalho do que no café ou no restaurante, locais onde se passa muito menos tempo. Já tinha tido um teste em Itália, onde a proibição é total em espaços fechados, e não correu mal: consegui diminuir bastante o número de cigarros diários. Em Espanha, são mais raros os cafés/bares onde é proibido fumar. Confesso que me agrada entrar num espaço e sentir o ar limpo de tabaco. No fundo, só espero que chegue o momento em que não precise de fumar cigarro nenhum. Os fumadores que façam este teste que descobri no Graphic_Diary.
Imagem colhida no gayya kuyusu.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

..:: os dias ::..

Os meus dias já deviam ter acalmado, mas parece-me cada vez mais que isto não tem fim à vista: os jantares, as solicitações, a escola, aproveitando a presença de amigos nossos e familiares em trânsito. Além disso, tenho de deixar de me gabar que tinha escapado às constipações. Eis-me pois que foi caçado. Tive tosse e imensa expectoração de cor suspeita, misturada com uma sensação de que a cabeça ia rebentar a qualquer momento, sobretudo quando espirrava ou tossia com mais intensidade. Continuei como se nada fosse, trabalhei na mesma, embora só me apetecesse estar na horizontal, fechar os olhos e deixar o tempo passar. Não tive tempo nem para ficar doente. Foi isto no início do mês, hoje voltou. Que raio, até parece que agora já tenho tempo para ficar doente.
Photobucket
O que importa é que hoje é o dia da Teresa: parabéns, minha querida! Esta constipação não me deixa muito inspirado, mas sabes bem que te desejamos o melhor, e em todos os sentidos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

..:: a aliança dos dias com as mãos ::..

Ontem (sábado) foi dia de festa. Há oito anos que não comemorava o meu aniversário desta forma por me trazer recordações tristes (em 2000, por esta altura, o meu pai já estava realmente muito mal) e por não gostar de envelhecer. Ainda hoje, quando, neste dia, falo com a mamã e com uma das minhas irmãs, acabo por chorar. Acho que não lhes traz recordações tristes, mas a verdade é que se emocionam e eu acabo por mergulhar numa espécie de saudade misturada com culpa (sim, apesar de estar bem resolvido, ainda me sinto em falta por ter uma orientação sexual diferente da maioria).

Tenho pormenores em que sou muito inseguro: organizar um jantar com tanta gente cria-me imensa ansiedade, visto que muitos não se conheciam e parecia-me arriscado. Além disso, estou sempre com dúvidas de que se dêem bem, pois os meus amigos são muito, mas muito heterogéneos. Ganhei-os ao longo de vários anos, em contextos tão diferentes que uma boa parte nunca se tinha cruzado. Muitos deles foram somados aos que já tinha por virem com o Zé e adoro-os como se os conhecesse desde sempre.
Resolvemos reuni-los nesta altura não só por causa do meu aniversário, mas também para divulgarmos a novidade nas nossas mãos. Acabámos por não fazer nada de especial, embora as gajas tenham logo visto na mão de um e procurado na mão do outro, além de repararem que eu não parava de mexer no dedo (ok, ainda não estou completamente habituado), notando assim o upgrade simbólico de NAMORADO 2.0 para 3.0 (tinha falado dele aqui). Houve quem ainda perguntasse se tínhamos mesmo casado, mas não, continuamos só unidos de facto. Mais: a escolha das mãos que devem estar a passar no sidebar não foi involuntária e prende-se com este upgrade.



O Zé sabia que eu nunca tinha ido muito à bola com a ideia (ou a possibilidade) de usar aliança. Aliás, houve um tempo anterior à fase Zé em que eu ficava com urticária só de pensar em usar uma, porque achava que não tinha de ostentar um símbolo exterior de pertença/posse tipicamente heterossexual. Evitava o que pudesse remeter para esse universo e recusava-me a ceder. Acontece que até eu mudo de opinião e, quase a fazermos 7 anos juntos e 5 de vida em comum, acabei por ponderar em usarmos um anel igual.
Afinal, era um desejo do Zé, do qual eu, distraído todos os dias, nem me tinha apercebido. Começámos a pensar no assunto, entrámos em várias ourivesarias, sem aprofundar nada. Até que ficámos fartos e pedimos ajuda, primeiro nos anéis. Nada de jeito, todos de fugir. O ourives ia-nos mostrando até que sugeriu que víssemos alianças, ficou baralhado pois não percebeu para qual de nós era a aliança. Era para os dois! Pois o senhor nem pestanejou, eu devo ter corado; a verdade é que durante o processo todo foi sempre muito profissional e impecável, sem nunca termos notado uma única mudança no humor ou no olhar.
Nas alianças, começou a fazer-se luz e a delinear-se a decisão. Os preços também serviram para excluir algumas hipóteses. Entre medidas, indecisões, gramas, orçamentos e prazos, excluímos o ouro branco, as mais comuns e rococós. Ficou esta, que fomos buscar no dia 8. Eu que nunca tinha usado nada no anelar, não paro de olhar para a mão. Estamos os dois radiantes, orgulhosos. De facto, já o poderíamos ter feito antes, assim como podíamos esperar pela nossa data, contudo, como há um tempo para tudo, foi agora. No final, por causa do tamanho da minha aliança, tive a confirmação de que tenho uma mão enorme, quiçá gigante.


Finalmente, obrigado a todos os que estiveram connosco ontem e por se terem portando tão civilizadamente (estou a brincar que eu não temos amigos incivilizados, ok!). Como devem imaginar, orgulhamo-nos imenso de vós. Vós sabeis!

..:: ouro sobre azul ::..

Antes




e agora





..:: artista da semana ::.. ALTARES PRIVADOS [I]

Nem sei como cheguei lá, mas têm de passar pelo blogue Altares Privados. Kistch ganha um sentido muito particular nos trabalhos que estas mãos produzem como registos belíssimos e de grande bom gosto. Passem por lá (pelos Altares Privados) e confiram.















sábado, 19 de janeiro de 2008

..:: palavras que nos salvam ::.. Eugénio de Andrade

[Fundão, 19 de Janeiro, 1923 † Porto, 13 de Junho, 2005]


Se fosse vivo, Eugénio de Andrade (ou José Fontinhas) faria hoje 85 anos. Uma pequena homenagem com dois poemas que nem são os que gosto mais, mas o primeiro porque o tenho declamado pelo próprio e musicado; o segundo porque já o analisei com pouco pudor (ou melhor, com menos pudor do que é costume fazerem-no).

*****

Aquela nuvem

- É tão bom ser nuvem,
ter o corpo leve,
e passar, passar.

- Leva-me contigo
Quero ver Granada.
Quero ver o mar.

- Granada é longe,
o mar é distante.
Não podes voar.

- Para que te serve
ser nuvem, se não
me podes levar?

- Serve para te ver
e passar, passar.


Eugénio de Andrade

*****

Nas ervas
Escalar-te lábio a lábio,
percorrer-te: eis a cintura,
o lume breve entre as nádegas
e o ventre, o peito, o dorso,
descer aos flancos, enterrar

os olhos na pedra fresca
dos teus olhos,
entregar-me poro a poro
ao furor da tua boca,
esquecer a mão errante
na festa ou na fresta

aberta à doce penetração
das águas duras,
respirar como quem tropeça
no escuro, gritar
às portas da alegria,
da solidão,

porque é terrível
subir assim às hastes da loucura,
do fogo descer à neve,

abandonar-me agora
nas ervas ao orvalho –
a glande leve.


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

..:: altares privados e virgens kitsch ::..




Não têm nada a ver (ou têm, senão não me lembraria de fazer a aproximação), mas os trabalhos no blogues Altares Privados e da Soasig Chamaillard (que conheci no Farpas e Bitaites, embora já se tivesse faldado dela no Brand N3w Talk, na altura não dei muita importância) são absolutamente brilhantes. Fazem-me lembrar ainda os trabalhos de Nero de Deus.

Confesso que me dizem muito devido aos vestígios que ainda perduram do tempo em que quis ser franciscano. Claro que à luz da ortodoxia serão uma heresia valente, mas não estou nem aí. Nas próximas semanas, realçarei o trabalho de cada um destes artistas.

..:: ser professor, segundo Rui Zink ::..



Obrigado, Helena por esta pérola!

..:: venha mais uma ::..

Maria estava muito preocupada. Jesus, já com 29 anos e só meditava, só meditava… Um dia, sabendo que a Madalena andava atrás dele, convidou-a para ir lá a casa lanchar. E assim foi. Quando chegou Madalena, inventou uma desculpa e deixou-os sozinhos. Passaram-se 10 minutos e, de repente, a Madalena sai disparada a gritar, em pânico. Quando chegou ao pé de Jesus, Maria perguntou-lhe:
- "Meu filho, o que é que se passou?"
- "Nada, mamã. Estávamos a conversar, quando ela me pôs a mão na perna. E eu fiz o mesmo. Depois ela foi subindo até que chegou à minha pilinha. E eu fiz o mesmo. Foi então que reparei que ela não tinha pilinha."
- "E então, meu filho?"
- "Então, fiz um milagre e curei-a!"

..:: desireless, voyage voyage ::..

Por causa do vídeo no Aequillibrium, lembrei-me e o vídeo é da Bettina Rheims, que já passou por aqui.


e agora a versão de Kate Ryan:



e a versão dos Gregorian:

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

..:: obrigado ::..

Obrigado pelos comentários que me(nos) deixaram e aos quais responderei em breve. Fiquei com o ego a tocar no tecto por tanta simpatia. Em particular, agradeço as palavras e o retrato escrito de uma outra faceta minha que a Denise fez no Rabiscos e Garatujas. Realmente, o contexto em que nos conhecemos é muito diferente daquele em que conheci a Monga, mas os tiques que apanhaste fazem jus à maneira de me apresentar: gaguejando, batendo a perna, corando, mastigando a pastilha, com gestos nervosos... E é verdade: nunca fiz questão de trazer um letreiro a dizer “sou homossexual”, mas também não nego essa característica importante, embora não a única que me define, porque acima de tudo sou pessoa. Além disso, com o passar do tempo, as coisas tornam-se muito mais naturais e apresentar o Zé ou apresentar-me com ele já não é um bicho de sete cabeças. Cada vez mais é tão natural como a nossa sede (e este foi um dos motivos que nos levou a criar finalmente um blogue).

De resto, foi um dia igual aos outros, que por boa coincidência bateu no que tenho menos trabalho na escola. Tive direito a um pouco de sol, o que já não é mau nestes dias de Janeiro (tem-me ficado o consolo de saber que fui feito já com algum calor, a sorrir, a resmungar e a dormir…). Adiei a explicação e fiquei livre para estar com o meu homem, que fez um esforço tremendo para estar comigo; hoje lá foi para Faro, amanhã regressa outra vez, mas ainda bem que o fez porque aumenta a minha dívida para com ele (a propósito, estranhei que ninguém tivesse comentado a voz dele a cantar Zeca Afonso). Normalmente, costumamos jantar fora só os dois, mas este ano tivemos direito a jantar com dois dos meus irmãos e com a minha mãe. Para sábado marquei um jantar com imensa gente, incluindo amigos que não vejo há muito tempo e de quem tenho imensas saudades (o mestrado e o trabalho acabou por nos ir afastando). Há muito (isto quer dizer realmente há muito – talvez há 8, 9 anos) que não comemorava o aniversário (depois explicarei porquê).

Se o Zé é o melhor presente, os amigos são dádivas divinas. Algumas pessoas que vão passando por aqui também. Em conjunto, criam o mundo dos meus afectos de que fala a Denise.


As rosas foram um dos presentes que o Zezinho me deu (e, sim, já tenho uma canon novinha)

P.S. Quem está por Lisboa não se esqueça da BTL e de passar pelo stand da Áustria e dar um beijinho à Pathy.

..:: um beijo pela manhã ::..