sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

..:: frases brilhantes ::..




Em dia de tempestades e trovoadas, o local mais seguro ainda é perto da Ministra da Educação ou dos seus secretários: não há raio que os parta!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

..:: para que conste ::..



E olhos que vejam Courbet [1, 2 e 3] e mãos que manuseiem capas pornográficas também! Vá, aproveitem e vão já a correr chamar a PSP.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

..:: pérola boa sobre o ataque homofóbico ::..

Nem queria comentar as palavras desajuizadas do D. José Saraiva Martins (que me entram por um ouvido e saem imediatamente pelo outro a alta velocidade) sobre a nossa anormalidade (minha e do Zé, para que se entenda o plural do possessivo), mas tinha de partilhar esta pérola boa e em bruto sobre as palavras dele. Regista, então, a BlueMinerva:


D. José Saraiva Martins (com sotaque carregado nos ss, acrescento eu)





Já agora, e para que conste, também nenhuma criança nem nenhum adolescente precisa que alguém de sotaina os moleste; nem os homossexuais precisam de padres de armário que os engatem, ok! Como escreveu a Monga: HIPÓCRITAS DO CARALHO! E não me puxem pela língua.

..:: afinal o que é o seӿo? ::..



Segundo os médicos, é uma doença porque acaba quase sempre na cama.


Para os advogados, é uma injustiça, porque há sempre um que fica por baixo.


Segundo os alentejanos, é uma máquina perfeita, porque é a única em que se trabalha deitado.


Segundo os arquitectos, é um erro de projecto, porque a área de lazer fica muito próxima da área de saneamento.


Segundo os políticos, é um acto de democracia perfeito, porque todos gozam independentemente da posição.


Segundo os economistas, é um efeito perverso, porque entra mais do que sai. Às vezes, nem se sabe bem o que é activo, passivo, ou se há valor acrescentado.


Segundo os contabilistas, é um exercício perfeito: entra o bruto, faz-se o balanço, tira-se o bruto e fica o líquido. Em alguns casos, pode ainda gerar dividendos.


Segundo os matemáticos, é uma equação perfeita. A mulher coloca a unidade entre parênteses, eleva o membro à potência máxima e extrai-lhe o produto, reduzindo-o à sua mínima expressão.


Segundo os psicólogos, é fodido de explicar.
[recebi por email]


[e obrigado ao Paulo por me ter enviado este vídeo]

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

..:: Eles Vivem! by ₥ṅᵷⱥ ::..

Confesso: não resisti, fiz uma pausa no trabalho e vi (e fiquei satisfeito com) o Prós e Contras. E para quem não viu o programa, pode revê-lo aqui. Depois do malhanço incrível sobre os outros desgraçados cinzentos com cheiro a mofo sobretudo pela Fernanda Câncio, pelo Miguel Vale de Almeida, pela Isabel Moreira, pelo Daniel Oliveira e pelo Rui Tavares, repesco um texto da nossa querida Monga do coração. Já anteriormente aqui tinha colocado uma entrada cujo conteúdo e mérito era todo dela. Acontece que ela deixou de escrever no antíteses e transparências (não sei se alguma vez repararam: a sua última entrada lá é sobre mim e o Zé) para se dedicar num outro espaço restrito. E dedica-se mais do que a atenção que lhe temos dado. A Monga escreve bem, muito bem, com um ritmo e sensibilidade incomuns. Repito para quem não sabe e não a conhece: a Monga é hetero orgulhosíssima! E fiel amiga, e, em síntese, um ser humano bem formado. A semana passada deixou-nos um comentário para que a lêssemos e lá fui buscar o texto que aqui citamos na íntegra. Inspirem! Inspirem-se.









Eles Vivem!

«Este é o nome de um dos meus filmes favoritos do John Carpenter. Um filme estranho, quase absurdo, mas a atirar para a verdade. Refere um povo alienígena que toma conta do planeta Terra. Até aqui tudo ok. Mas os alienígenas estão camuflados e são vistos apenas por uns óculos escuros especiais descobertos no lixo por um homem das obras com crise existencial. Os alienígenas mandam também mensagens subreptícias, do género «Cala-te e obedece!», «Trabalha para a proliferação da espécie! Reproduz-te!». O filme lembra os regimes repressivos.

A Igreja é como estes alienígenas. Anda por aí, subreptícia, a fingir que já não tem força nenhuma, a fingir que não é política, que só se preocupa com «questões sociais», a tentar ser politicamente correcta. Não suporto a Igreja. De uma vez por todas, grite a verdade: que é suja e anti-tolerante para com os seus iguais. Ontem, falou um clérigo (não sei o posto dele na igreja, mas deve ser bispo, pois os que falam são quase sempre os bispos) que se manifestou totalmente contra o casamento homossexual, embora o Vaticano aceite as «relações homossexuais».
Primeiro: Hipócritas do caralho! Desculpem, mas são. Porque vê-se mesmo o que isto é. Isto é «deixa cá dizer ao povo, que é estúpido, que os homossexuais são iguais a nós – portanto até somos tolerantes -, casamento é que não». Mais valia a posição abertamente retrógada «fora com os homossexuais». Hipocrisia é que não. Nem todas as pessoas são burras. Eu não sou e percebi muito bem e que eu saiba, lá em casa, com ou sem curso superior e à excepção da minha provecta avó, que nestas coisas nem conta porque sempre teve amigos homossexuais mas diz que eles não existem (são como os ovnis com certeza…), toda a gente acha que a Igreja trata as pessoas como atrasadas mentais e lhes tenta impingir o que julga ser o melhor (para si mesma, enquanto instituição Igreja, por certo).
Dizia este padre que falou na televisão (o que faz dele uma pessoa importante, pois claro): uma união homossexual não pode nunca dar em casamento, o casamento é heterossexual, e portanto o que o Estado deve fazer é dar incentivos aos casais heterossexuais para terem «os filhos que desejam». Vamos analisar este discurso a roçar a ficção. Discurso falacioso, em primeiro lugar, porque desvia largamente a atenção para uma questão premente que nada tem que ver com isto: o apoio aos casais heterossexuais que querem ter filhos. Isto se tivermos em conta que nem todos querem ter filhos, hipótese que a Igreja nem contempla, ou, como eu vi num blogue, no outro dia, a união homossexual destina-se só ao «prazer sexual». Ainda bem que as bichas e as fufas são loucas desvairadas à procura de sexo «wild», porque nós hetero, além de super-fiéis, não somos nada loucos, nada pornográficos, é tudo pudico, o sexo faz-se debaixo dos lençóis e às escuras. Graças a tanta repressão social sobre a homossexualidade em louvor da heterossexualidade, quem serão os mais loucos? Os mais ou os menos reprimidos?
Os casais heterossexuais precisam de ajuda para criar os seus filhos; sim, esse tipo de infraestruturas faz parte de uma sociedade evoluída, mas como toda a gente bem sabe, é preciso condições para criar filhos e nem todos temos uma vida emocional e financeiramente estável para nos reproduzirmos. A Igreja vê isso? A Igreja não vê, não quer ver, que muitos de nós, heterossexuais, nem deveríamos pensar em filhos, mais valia nos inscrevermos em desportos de alto risco, abrir um blogue, viajar. Gosto muito da sinceridade de quem diz que não quer ter filhos porque quer fazer outras coisas da vida. Fica tudo a olhar (lá está a Igreja inculcada nas nossas vidas até à medula…), mas a realidade é esta: nem todos colocamos sequer a hipótese de nos reproduzirmos. Ámen.
A adopção, já se sabe, nem se fala na Igreja. Deve ser tabu e dos grandes. Olha agora um casal homossexual adoptar… uma vergonha ter dois pais ou duas mães. Estamos tão certos disso que nem vamos a Freud. Uma percentagem gigante de pessoas com disfuncionalidades e com doenças mentais mais comuns, como a depressão, provém de famílias heterossexuais, com pai e mãe presentes, fruto de um casamento heterossexual. Quando olho os meus (ainda) sogros à distância, percebo que muitos casais hetero são fraudulentos e prejudiciais aos filhos. Não se amam nem nunca se amaram, criaram uma relação fictícia à qual chamaram «família», na qual tentaram, durante décadas, acreditar, fazendo os filhos crer que, para além daquilo, pouco há. E há muito! Depender e ter necessidade não é amor. Recalcar frustrações e libertá-las nos filhos é intoxicá-los e torná-los incapazes de ter uma vida feliz. Lamento informar a Igreja (até porque a Igreja sabe, não quer é ver) de que os casais hetero falham, muitos são fraudes e educam os filhos segundo princípios caducos e desadequados. Porque não deixarem os homossexuais tentarem aquilo que nós, trolhas heterossexuais fechados em casamentos de fachada, nunca conseguimos? Vá lá, expliquem-me como se eu fosse uma criança de dois anos…»
Texto por fercris77



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

..:: programa para logo à noite ::..

Para ficar com os nervos à flor da pele e tomar o pulso à dimensão do preconceito lusíada: prós e contras com a sempre fantástica Fátima Campos Ferreira (aparte: a menina mete-me um asco visceral) que, imagino, será acompanhada de tudo o que é bom e suficiente para estragar os próximos dias ("em nome de valores" é indiciador)... e como não tenho tempo para isso, nem ligarei a televisão. Vale o tempo de antena dedicado ao casamento entre homossexuais. Depois contem-me como foi, 'tá!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

..:: cinquenta e três maneiras de dizer homossexualidade ::..



quando?




buzeranctwo
co-ghnèitheachd
cuilonyōtl
cyfunrywioldeb
đồng tính luyến ái
eşcinsellik
gomoseksuallik
heñvelrevelezh
homofili
homophylophilia
homoseksuaalisuus
homoseksuaalsus
homoseksualitas
homoseksualitāte
homoseksualiteit
homoseksualitet
homoseksualizm
homoseksualnost
homoseksualumas
homoseksûelî
homosexualidá
homosexualidad
homosexualita
homosexualitat
homosexualität
homosexualitate
homosexualité
homosexualitéit
homosexualitet
homosexuality
homoszexualitás
kehomoseksualan
omosessualità
omosessualitæ
omossessualità
omusissualità
samkynhneigð
samseksemo
ομοφυλοφιλία
гомасэксуальнасьць
гомосексуалізм
гомосексуальность
хомосексуалност
ჰომოსექსუალობა
האמאסעקסואלוטעט
הומוסקסואליות
مثلية جنسية
همجنسگرایی
समलैंगिकता
ஓரினச்சேர்க்கை
รักเพศเดียวกัน
동성애
同性戀


Não esquecer: lavar bem a boca depois de pronunciar cada uma das variantes acima apresentadas! (sobretudo as últimas)


"Fidelity": Don't Divorce... from Courage Campaign.
[obrigado às Saras pela partilha]

sábado, 14 de fevereiro de 2009

..:: porque hoje é o dia : cinquenta e uma maneiras de dizer amor ::..


[Carole Laure, Mirage Geisho - poema de Hervé Guibert || Wordle]


ái amo amore amour amuri armastus aşk ást cinta dashuria dragoste gràdh kærlighed kärlek khuyay kjærleik kjærlighet láska leefde liebe liefde ljubav ljubezen love məhəbbət meilė mīlestība miłość pag-ibig rakkaus szerelem tình yêu tlazohtiliztli αγάπη любов любовь љубав юрату אהבה ליבע حب عشق محبت ప్రేమ സ്നേഹം ආදරය ความรัก ᑕᑯᑦᓱᒍᓱᑉᐳᖅ ፍቅር 사랑

..:: have I? ::..



≈≈To my Valentine ≈≈

Há muito que nutro grande admiração por Aznavour. Aprecio o seu poder interpretativo e a forma como este, finalmente, cidadão arménio manobra as palavras. Mas este post não é para falar dele mas do meu Valentim. Quero deixar-lhe aqui este Je t’aime a.i.m.e. para lhe dizer o inevitável. A canção fala de alguém que pretende expressar-se pelas palavras mas que esbarra nas dificuldades da língua a cada passo. Está aqui tudo: o cuidado na escolha do papel e da tinta, a escolha transpirada das palavras, o borrão de tinta, o amarrotar da folha, o recomeçar, … E está aqui também o desistir e optar por formas mais pragmáticas. Por isso, meu querido, vamos ao que interessa (au diable mon stylo): amo-te, e mais nada!


Je t’aime A.I.M.E

Je t'écris c'est plus romantique
Comme un amant du temps jadis
Sur un papier couleur de lys
A l'encre bleue, et je m'applique
Quand ma plume, manque de chance,
Fait en sortant de l'encrier
Une tache sur le papier
Que je déchire et recommence

Je t'aime A.I.M.E.
T'aime le cœur en feu
Faut-il un X à feu ?
Ça me pose un problème
Allez je barre feu
Mais je garde je t'aime
Je t'aime A.I.M.E.
Simplement j'y ajoute
Ces mots "A la folie"
Mais soudain j'ai un doute
Folie avec un L
Un seul L ou bien deux ?
Deux ailes serait mieux

Tellement plus jolies
Et bien sûr plus vivant
Vivant, comme une envie
Que le bonheur agrafe
Comme un papillon bleu
Au cœur d'un amoureux
Inquiet de l'orthographe

A l'école j'étais le cancre
Dont on ne pouvait rien tirer
Guettant l'heure de la récré
L'œil fixe et les doigts tachés d'encre
Aujourd'hui je me désespère
J'ai des lacunes et je le sais
Mais amoureux il me vient des
Velléités épistolaires

Je t'aime A.I.M.E.
Et je n'ai foi qu'en toi
Comment écrire foi
Privé d'un dictionnaire
Il y a tant de fois
Dans le vocabulaire
Je peine et je m'en veux
Allez je place un S
Mieux vaut peut-être un E
Franchement ça me stresse
Et mon foie fait des nœuds
Des heures d'affilée
Penché sur le papier

Je corrige et rature
Puis j'envoie tout valser
Maudissant l'écriture
Ecœuré j'abandonne
Au diable mon stylo
Je dirais tous ces mots
Tranquille au téléphone
Je prends le combiné
Compose un numéro
Je n'ai plus de problèmes
Allo, amour, allo
Oui oui c'est encore moi
Pour la énième fois
Qui t'appelle, tu vois
Pour te dire : "Je t'aime"

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

≈≈ presumir ≈≈

Realmente, não há pachorra! Viram o ar de "desprezo" com que o Primeiro Ministro se referiu ao filme Milk? "... presumo que se chama Milk." - disse, acompanhando uma espécie de esgar. Se presume é porque não viu e, se não viu, porque o recomenda? Subitamente ficou muito gay friendly..., ou é impressão minha?
Para mim, uma coisa é colocar a questão das uniões homossexuais na agenda política e outra é prometer (valha lá isso o que valer) que as vai legalizar. Já ouvi muitas vezes a cantiga popular "a mim não me enganas tu, ..."
Passe bem, caro senhor!

..:: palavras que nos salvam ::.. Agostinho da Silva


George Agostinho Baptista da Silva
[Porto, 13 de Fevereiro de 1906 † Lisboa, 3 de Abril de 1994]

Crente é pouco sê-te Deus
e para o nada que é tudo
inventa caminhos teus

*

E posto que viver é excelente
Cada vez gosto mais de menos gente

*

Vogava ao rumo do sol
foi outra a minha alvorada
me venceu o Cabo NÃO
naufraguei de encontro ao NADA

*

O que se deu no princípio
antes de haver alvorada
foi aquele casamento
de Deus fecundando o nada


Agostinho da Silva »» Uns Poemas de Agostinho