Ouço a voz do meu amado, ei-lo aí vem,
saltando sobre os montes, atravessando os outeiros.
O meu amado é semelhante a uma gazela
e a um cervotinho;
Ei-lo que está por detrás da nossa parede,
olhando pelas janelas,
espreitando através das gelosias.
Eis o meu amado, que me diz:
Levanta-te, apressa-te, amiga minha,
pomba minha, formosa minha, e vem.
Porque já passou o inverno,
a chuva cessou, desapareceu.
Apareceram as flores na nossa terra,
chegou o tempo da poda;
ouve-se na nossa terra a voz da rola;
a figueira lança os seus rebentos;
as vinhas em flor espalharam o seu perfume.
Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem.
Pomba minha, nas fendas da pedra,
na concavidade do muro,
mostra-me a tua face,
ressoe a tua voz aos meus ouvidos,
porque a tua voz é doce,
e a tua face graciosa.
Apanhai-nos as raposas pequenas que destroem as vinhas,
porque a nossa vinha está já em flor.
O meu amado é para mim e eu para ele,
que apascenta entre os lírios,
até que chegue o fresco do dia e declinem as sombras.
Volta; sê semelhante, amado meu, à gazela e ao cervotinho,
pelos montes de Beter.
Cântico dos Cânticos »» 2, 8-17
Bom dia:)))))))
ResponderEliminarquero mais uma vez dar-te os parabéns pela simplicidade e cultura que transpareces e dizer o que já toda a gente disse : que o Zé é um sortudo do caraças!
É tão bom de ver que estás apaixonado e como acho que já te disse , ler-te está a tornar-me uma melhor pessoa e se eu já era boa imagina agora:)
Parabéns pela escolha dos textos que fazem qualquer um levitar.
(esta é para o Zé) Manda o teu menino prá cama cedo que isto não são horas de andar nestas coisas:)))
Um beijo e fica bem
Olá
ResponderEliminarGosto do teu "Cântico dos Cânticos".
bjs e feliz dia
Sónia, quanto ao Zé... não está cá e portanto não imagina a que horas me deito. Chega hoje e já sei de antemão que levo um raspanete (mas que não dói). Resultado: estou estafado, com a língua de fora e a preparar-me para dormir uma sesta até ele chegar.
ResponderEliminarSónia e Jasmim, eu gosto muito do Cântico dos dos Cânticos. Nunca li a Bíblia na íntegra, mas este é dos livros mais belos que integra. Claro que há ainda alguns salmos e o Livro do Apocalipse, mas são diferentes. O Cântico dos dos Cânticos propiciou uma série de textos posteriores, nomeadamente os místicos, que recorrem a um vocabulário belo e muito erotizado para falar da relação de entrega a Deus, o que me parece no mínimo interessante, apesar de pouco praticante e cada vez menos crente. Trata-se, pois, de uma partilha bem ponderada.
Abraços às duas.