Perseverança. Persistência. Tento não me esquecer destas duas palavras. Hoje almocei com a minha amiga Monga, e acho que sem o saber foi, mais uma vez, no momento certo. Monga, sim repito só para que não te esqueças: apoio-te (melhor, apoiamos-te - Zé incluído) em tudo, agora e em todas as horas, em todas as tuas decisões porque sabemos como és sensata e amas incondicionalmente o Pedro. Perseverança. Persistência. Espero que te tenha ajudado, nem que tenha sido só um pouquinho.
Chego a casa e cadê os óculos? Desespero total: já sei que não perco a cabeça porque a tenho agarrada, mas logo os óculos!... Tentei refazer o percurso, tinha passado por tantos sítios possíveis, mas tinham de estar na Católica. Ligo à Monga e nada, não atende. Percebo bem porquê, mas fico furioso. Saio novamente numa correria com a sensação que os recuperaria. Pergunto se há um sítio de perdidos e achados; não há, explica-me um funcionário, se alguém os encontrou pode tê-los entregue em qualquer sítio. Vou ao bar onde tomámos café: nada. Rondo os sítios onde estivemos sentados. Tu continuas sem atender ou responder à mensagem. Decido voltar ao pavilhão do funcionário, vou à reprografia, nada, na papelaria, nada, na livraria, nada. Bolas, a minha intuição falhou redondamente. Onde hei-de procurar mais? Perguntar individualmente a cada funcionário? Era impraticável. Quando chego ao bar, o funcionário com quem já tinha falado pergunta-me se já os tinha encontrado. Não. Encostado ao balcão, viro a cabeça à esquerda: estava lá a inconfundível caixa Tag Hauer. Tinha de ser a minha, só faltava saber se estariam lá dentro. E estavam. Um rapaz tinha-os entregue lá. Quis agradecer-lhe, mas a funcionária já não o viu na sala, pedi-lhe que lhe agradecesse muito por mim. Preciso dos óculos como de água e, com as lentes, estes (iguais aos do Zé, excepto na cor das hastes, na graduação e no formato das lentes) tinham-me custado os olhos da cara, um ordenado quase completo do meu horário incompleto. Perseverança. Persistência. Afinal, não me posso queixar da sorte e percebi que a persistência tinha dado resultados, podia ter desistido depois de três ou quatro sítios sem êxito.
Já perdi tanta coisa e grande parte consegui recuperá-la porque acreditei na honestidade das pessoas e voltei atrás: chapéus, livros, senhas, bilhetes, canetas, os óculos que afinal tinha postos, sei lá. Guardo tudo em sítios improváveis, normalmente no local correcto. Entro sempre em pânico. Na faculdade, deitei fora um papel que tinha na mão: o raciocínio foi "mas porque raio ando aqui com este papel, lixo com ele". Chego à cantina velha e onde pára mesmo a senha? Lembrei-me que tinha deitado fora um papel inútil. Voltei atrás e lá estava ela à minha espera. Ontem, deixei as chaves na porta e veio a vizinha colar o dedo à campainha: vizinho tem as chaves na porta. Ah, obrigado. Está tudo bem? Sim, e o Zé? Também, não está cá mas está tudo bem. Então beijinhos para ele. Serão entregues! Não era a primeira ocasião que deixava a chave na porta; desta vez, eu tinha acabado de chegar. Tocam novamente à campainha. Ah, desculpe, mas mandei outra vez beijinhos e queria dizer cumprimentos. Ó vizinha, não se preocupe com isso, que serão entregues na mesma! Bom, acho que ela fica muito embaraçada e sem razão, obviamente.
Também já tive perdas irrecuperáveis: o discman (muito antes dos leitores de mp3), a caixa com os CD's da amiga da Ângela (sim, esqueci-me do seu nome), os três cartões de multibanco no mesmo Verão, o BI, as chaves.
Já perdi tanta coisa e grande parte consegui recuperá-la porque acreditei na honestidade das pessoas e voltei atrás: chapéus, livros, senhas, bilhetes, canetas, os óculos que afinal tinha postos, sei lá. Guardo tudo em sítios improváveis, normalmente no local correcto. Entro sempre em pânico. Na faculdade, deitei fora um papel que tinha na mão: o raciocínio foi "mas porque raio ando aqui com este papel, lixo com ele". Chego à cantina velha e onde pára mesmo a senha? Lembrei-me que tinha deitado fora um papel inútil. Voltei atrás e lá estava ela à minha espera. Ontem, deixei as chaves na porta e veio a vizinha colar o dedo à campainha: vizinho tem as chaves na porta. Ah, obrigado. Está tudo bem? Sim, e o Zé? Também, não está cá mas está tudo bem. Então beijinhos para ele. Serão entregues! Não era a primeira ocasião que deixava a chave na porta; desta vez, eu tinha acabado de chegar. Tocam novamente à campainha. Ah, desculpe, mas mandei outra vez beijinhos e queria dizer cumprimentos. Ó vizinha, não se preocupe com isso, que serão entregues na mesma! Bom, acho que ela fica muito embaraçada e sem razão, obviamente.
Também já tive perdas irrecuperáveis: o discman (muito antes dos leitores de mp3), a caixa com os CD's da amiga da Ângela (sim, esqueci-me do seu nome), os três cartões de multibanco no mesmo Verão, o BI, as chaves.
Enfim, acho que tenho algumas razões para dançar (já troquei o Michael Nyman por Yukimi Nagano), não fosse uma certa e determinada angústia cuja origem desconheço e que de quando em vez atormenta as minhas horas. Contudo, sinto que ganhei duplamente o dia: pelo reforço da amizade que nos une, Monga, e por ter perdido a tarde mas recuperado os meus oculinhos (já me estava a ver com uma das versões anteriores - sim, convém guardá-las não vá acontecer novamente e não haver quem os devolva).
Tenho uma fixação por olhos. Este é do Zé. É um auto-retrato meu, mais não seja porque também estou lá.
Tenho uma fixação por olhos. Este é do Zé. É um auto-retrato meu, mais não seja porque também estou lá.
os olhares tb me fascinam.
ResponderEliminareskimo friend, ainda bem! olhos, olhares, pessoas. Eu apaixonei-me por estes olhos, por este olhar, por esta pessoa. Acredito que os olhos são mesmo uma porta (aberta ou fechada)
ResponderEliminarOra vamos por partes...
ResponderEliminar1- Acrescento às tuas palavras que fazes por não esquecer, mais duas: Respeito e sensatez.
2- Junta-te ao clube! Pois só uma distraída de primeira.
3 - Embora com a «intempérie» dos óculos,permite-me dizer que tens motivos para dançar! Além do mais, amanhã é sexta-feira!:-)
Beijinho e muita dança :-)
Shadow, obrigado pelas partes!
ResponderEliminar1. Sensatez, tenho de me lembra dela! Não é que seja insensato, mas como sou um pouco para o impulsivo, lá se vai a sensatez. Quanto ao respeito, faz parte do dicionário básico dos meus dias. Tenho é de lembrar os outros para não se esquecerem dele!
2. Vamos fundar o clube dos distraídos de primeira. Temo pelos números. Melhor, deve ser um sucesso.
3. Amanhã é sexta, o Zé regressa, termina a semana, etc. Mas ter uma reunião às 19h, quando me levanto às 6h30, é violento. Ainda se houvesse um sofazinho lá na escola onde pudesse bater uma sorna... :)
Boa perspectiva de fim-de-semana e abraços
Bem, eu já fui à bilheteira de cinema, comprei bilhetes, e cá fora olhei para a mão e pensei "que papeis são estres?" E deitei-ops ao lixo. Tive sorte porque o rapaz da caixa fixou-nos e deixou-nos entrar. Mas a minha vida é repleta de percas e esquecimentos. O último foi um guarda-chuva na Coina. Nem o centrum me vale.
ResponderEliminarAbraços
lol
ResponderEliminarX, nunca deitei bilhetes fora, mas perco-os sempre. Conclusão: o Zé é que os guarda SEMPRE religiosamente. Apanhávamos cada angústia quando estávamos à porta e eu n os encontrava... Quanto ao chapéu na Coina, já tinha lido, o teu texto. Já lá trabalhei. De engraçado só o nome.
Amigo, que périplo depois de teres estado comigo!! Juro que olho mil vezes para o telemóvel, excepto quando me telefonam...a sério, nunca atendo o meu pai, p.ex., mas neste caso era grave, sei bem o que é precisar de óculos, eu sem eles sou igual ao Pitosga. Peço muita desculpa.
ResponderEliminarQuanto ao resto, perseverança e muita determinação são necessárias nas relações, nos casamentos, ai sem dúvida. A mim ainda me falta a paz.
Beijinhos e obrigada pela companhia, ao menos fiquei a saber que por mim até partias a cara a alguém!!(não és violento, mas acho que já sabia)
Monga
Eu também sou um pouco despassarado, ando sempre a perder e a encontrar as coisas. A foto está gira também tenho por aí uma muito parecida.
ResponderEliminarUm abraço.
Amiga monga,
ResponderEliminarnão te preocupes que tudo fica bem quando acaba bem... Ainda tentei comunicar contigo doutra maneira, mas pelos vistos funcionou justamente ao contrário. Tinha de ser eu mesmo a ir lá e pronto :)
"Paz" é mais uma a acrescentar à lista!
Nem sei que mais te recomendar, mas já é muito. E eu posso não partir a cara a ninguém, é verdade, mas sei esganar com eficiência! Já houve quem tivesse provado, até ficar roxo, e por duas vezes, pelo menos. De resto, o melhor é nem começar que desconheço a força que tenho.
Beijinhos e se for preciso, telefona que falo com o Zé e vamos os dois (sempre mete mais medo e respeito!).
Special K, então também és do clube. Shadow e X, já não somos os únicos.
ResponderEliminarComo invejo as vossas distrações!!! Uma vez fui levantar dinheiro ao multibanco, e já na rua guardei o talão na carteira e deitei o dinheiro no caixote do lixo :( Felizmente existem pessoas maravilhosas: um casal de turistas franceses ( aconteceu-me numa praia)correu atrás de mim: "Madame!!! Madame!!! O seu dinheiro!"
ResponderEliminarAcho q nada me pode valer... Mas a vida é bela e isso é q é essencial
Mar de Calmaria, como me ri a imaginar alguém a deitar o dinheiro fora. Não sei como nunca me aconteceu! A tua história supera, mas perder uns óculos que custaram 500€ e ainda por cima ficar pitosga era obra!
ResponderEliminarDe facto, ainda bem que a vida é bela!
Paulo, gostei muito deste teu texto: do que conta e de como o conta. É o teu retrato. Ou, por outra, retrata o Paulo que eu conheço, não propriamente pela distracção mas sobretudo pelo nervosinho que perpassa a retórica do texto.
ResponderEliminarPara a Monga, que vou conhecendo daqui e do seu blogue, um forcinha para o problema que te aflige.
Um beijinho,
D
Bolas, Denise, dá mesmo a ideia de que personifico o nervosismo :)
ResponderEliminarEnfim, eu percebo: às vezes, enervo-me com o meu próprio nervosismo, quer dizer, nem é bem nervosismo, mas sim carga sobrecarga eléctrica. Mexo em tanta coisa ao mesmo tempo que ninguém aguenta, eu sei. Beijinhos!
Não te enerves com o teu nervosinho, que te dá muita pinta e torna-te muito mais giro :)
ResponderEliminarAmigo Paulo
ResponderEliminaro teu texto seria quase banal, se não fosse a forma muito pessoal como contas as coisas, com um "entusiasmo" que é estimulante para quem lê; e seria banal, pois pessoas a perderem coisas ou a fazerem coisas por distração, são mais que muitas. Eu tenho duas distrações predilectas, que são deixar o telemóvel no carro, "por um momento", e não fechar as portas (já me custou 2 telemóveis), e a maior, que é quase uma fobia, que é ter medo de sair de casa com as chaves lá dentro, o que já aconteceu duas vezes. Como vês, se juntares a isso a habitual perda de chapéus de chuva (já desisti de usar) e de canetas, todas elas oferecidas, daquelas com anúncios, pois já nã uso das que temeria perder.
O clube teria muitos mais sócios do que poderias pensar.
Abraço.
Quanto aos olhos, bem, é com eles que "mato e morro".
1) Denise, tento não me enervar comigo próprio. Nem sempre consigo. Acontece demasiadas vezes para o meu gosto. Acho que já desisti: não consigo evitar.
ResponderEliminar2) Pinguim, obrigado pelo elogio sobre a escrita. De facto, o acontecimento é banal, mas vivi-o com uma intensidade... Acho que todos temos ou já tivemos episódios com esquecimentos, portanto, acho que somos muitos, sim senhor!
Gostei muito do "mato e morro"! Nem mais!
Abraços