quinta-feira, 4 de outubro de 2007

..:: ainda bem que te lembras ::..

Amiga, ainda bem que te lembras desse filme. Vi-o há tanto tempo que já me tinha esquecido dele. Já o inclui na lista dos meus filmes preferidos. The Piano e An Angel at My Table (Um Anjo à Minha Mesa) são os meus filmes preferidos de Jane Campion. Também para mim foi uma revelação e achei que tinha tudo a ver contigo e com a Adriana (a quem perdi o rasto, também, mas está na lista de quem quero recuperar do meu limbo), as minhas meninas escritoras da altura. Acho que te cheguei a dar a banda sonora, não me digas que a perdeste nas mudanças!
Basicamente, Fernanda, todas as pessoas sensíveis são como Janet Frame e todas as pessoas estúpidas são como os seus "carrascos". Basicamente, a criação salvou Janet Frame, a prova de que as palavras nos podem salvar; pelo menos a ela, salvaram-na da vida pequena, das profissões pequenas, da lobotomia. Acho que nunca me esquecerei do choque que ela (Janet Frame) teve quando recebeu um diagnóstico fiel à sua pessoa, lembras-te do médico lhe ter dito qualquer coisa como: "Não tem nada, absolutamente nada! Só é mais sensível que as outras pessoas." Ela, a quem tinham diagnosticado tudo e mais alguma coisa, doença mental atrás de doença mental - esquizofrenia incluída na sequência de um texto que tinha escrito e que um senhor psicólogo interpretou muito bem (ah, como eu gosto dos psicólogos...), que tinha sofrido tanto, depois de tantos tratamentos desumanos e da quase lobotomia, caiu-lhe o mundo aos pés. Tinha perdido a sua juventude a sofrer.
Há dias em que acho que não há sanidade mental que aguente os disparates da vida. Mas depois penso: tenho o melhor homem do mundo comigo, os melhores amigos do mundo ao meu lado, uma família grande e incrível, porquê ficar a moer nas classificações que outros nos atribuem? Amiga, vive a tua vida e segue em frente, eles que se fodam!

Janet Frame, em pé, com as três actrizes que representaram as três fases da sua vida (da esquerda para a direita): Alexia Keogh (adolescência), Karen Fergusson (infância) e Kerry Fox (idade adulta).

6 comentários:

  1. Amigo, adorei o teu post! O que eu gosto das trunfinhas ruivas delas todas!! Um elogio à beleza, à estética e à criatividade das mulheres tb!

    Beijo grande.

    Monga

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  2. Engraçado que também gosto das trunfas delas... Por sinal, tu e a Adriana têm-nas também em boa quantidade e qualidade :)
    Engraçado ainda porque me identifiquei tanto com a mais pequenina (Karen Fergusson), não por ser menina :P, mas por causa do estilo porquinho feio. Eu era assim em pequeno: desajeitado, roto, comia terra, andava pelo campo à deriva, com a pila de fora e sem bregilha para não prender o prepúcio(tenho fotos a prová-lo!). E era humilde e feliz. A grande diferença é que eu já lá não tinha os meus irmãos e, por isso, fazia tudo sozinho.

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  3. Lembras-te quando a mais pequenina toca na perna de uma amiga e em troca a amiga quer mexer-lhe na trunfa? É muito genuíno!...

    Ó amigo, tu pequenino devias ser lindo! Começa a trocar experiências com a Elisabete, que ela tb tem histórias assim!

    Bjs. Monga

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  4. Monga, lembro-me desse episódio, sim senhor. Também tive episódios assim. Com meninos :)) Só a tocar, claro!
    É daqueles episódios realmente genuínos, dos que me turvam os olhos.
    Em pequenino, eu era um ser estranho, no mínimo. Acho que era muito selvagem :)
    Não me digas que a Elisabete também prendia a pilinha na braguilha LOL

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  5. Não, ela não, mas certamente algum dos irmãos terá feito uma dessas. Era sujinha e cheia de terra, como tu...

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  6. Monga, a terra a entupir-nos os poros pode ser nojento, mas cria uma série de imunidades e desconfianças face à vida urbana, a que nos limpa da ligação à terra. Acho que é um privilégio para quem passa por isso.

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