[Escolhi este poema de David Mourão-Ferreira como complemento da entrevista]
Ternura
« Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós! »
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós! »
David Mourão-Ferreira »» Obra Poética: 1948-1988 »» Lisboa »» Presença »» 1996 »» p. 170
Esse poema é lindo. Adorei o fim! :)
ResponderEliminarE como lá fica bem...
ResponderEliminarAbraços.
Que ternura de poema! :)
ResponderEliminarBoa selecção! :) ADOREI!
Bonitas palavras...
ResponderEliminarAbraço!
Lindo!
ResponderEliminarAbreijos
*****
ResponderEliminar:) abraço
lindissimo!!!
ResponderEliminarCaros Paulo e Zé,
ResponderEliminarPelo direito ao amor, à ternura é a única guerra que vale a pena travar.
O vosso amor merece tudo.
Saibam preserva-lo, porque para as lutas futuras e os passos que tiverem que ser dados em frente há um grande exército ao vosso lado.
Contem comigo.
Um abraço a ambos
Nocturna