sábado, 4 de abril de 2009

≈≈ catatau ::..

e agora, Catatau? esperamos coordenadas para o que havemos de fazer? sim, tens de saber: esperamos as coordenadas para o nosso percurso! que é feito do teu sorriso franco e limpo? e do humor único? e da cumplicidade? nosso querido Catatau, ontem percebi que tudo de repente. que tudo de repente podia ficar em silêncio. e o silêncio basta? não! e quem nos comentará com a sabedoria, a amizade e o tempo que tu tão particularmente tinhas? mas pior que esse silêncio de circunstância virtual é saber que já não atenderás o telefone. que não virás ter connosco, nem todos nós poderemos andar quilómetros e quilómetros para ir ter contigo onde quer que estivesses, ainda que saibamos que agora estás em todo o lado. mas uma imitação de omnipresença não nos chega. e a verdade da ausência é uma dor imensurável. porque já não poremos devagar a nossa mão no teu peito para ouvir o respirar da terra. ontem, Catatau, entendi o que não queria perceber. hoje, estive triste como um barco negro ao sol. e o inevitável. é verdade que nós juntos, eu e o Zé, já perdemos tanta gente por causa de cancro que a morte se tornou um crime banal. e de cada vez, Catatau, é a mesma lança que nos atravessa de lado a lado. e esvaímo-nos, Catatau! contigo. mas as nossas pequenas dores deixam de fazer qualquer sentido. não te esqueças: estamos à espera das coordenadas para o nosso percurso! conforta-nos saber que a nossa entrevista te causou "enorme orgulho e prazer". não nos esquecemos. aonde quer que vás, nós vamos contigo. para onde quer que vás, nós iremos lá ter! além do fim do mundo. só precisamos das tuas coordenadas. não nos esquecemos que, por vezes, num segundo se evolam muitos anos! e a mesma pergunta, Catatau: porquê?




com citações de Carlos Drummond de Andrade, Eduardo Pitta, Fernando Pessoa,
David Mourão-Ferreira e Maria do Rosário Pedreira

14 comentários:

  1. Não me digam que aquilo em que estou a pensar é mesmo verdade.

    (Estou triste. Muito triste. Agora percebo o que senti quando li o vosso post anterior. Não sabia de nada. Mas senti uma dor. E continuo a senti-la. E nunca conheci o Catatau.)

    Os meus pêsames.

    ResponderEliminar
  2. Não fazia ideia. Sabia que ele não estava bem. Mas não sabia porquê. Que injusto. Ele é tão boa pessoa. Não deviamos ter ficado sem ele.

    ResponderEliminar
  3. curvo-me respeitosamente. Como dizia Oscar Wilde "Onde ha dor, o chao é sagrado".

    A musica dos Dead can dance nao podi estar melhor a afagar a alma...

    ResponderEliminar
  4. Partilho a vossa dor...
    Partiu um grande amigo...
    Fica a saudade...

    ResponderEliminar
  5. Há pouco escrevi aqui uma bonita mensagem sobre o Catatau, mas o modem bloqueou e eu não cheguei a saber se ela foi processada (ficando pendente para vossa aprovação) ou se se perdeu. Pelo não, pelo sim, gostaria de dizer (porque já não consigo reescrever o que penso ter perdido) que a alegria do Catatau continuará viva entre nós. Só. E basta!

    ResponderEliminar
  6. Paulinho
    que te hei-de dizer que as lágrimas de há bocado não te tivessem dito já?
    Sinto-me hoje ainda mais amigo vosso do que antes, pois o Catatau uniu-nos na dor da sua perda.
    Como era de esperar este post tem as palavras certas, tem tudo certo, mas não estará jamais completo, pois faltar-lhe-à sempre o comentário inigualável do João Manuel.
    Beijos para vocês, Amigos de sempre.

    ResponderEliminar
  7. Nao tenho palavras...nao ha palavra que sequer atenue este momento...
    Tal como disse ao Pinguim...mesmo nao o conhecendo pessoalmente nao consegui travar as lagrimas...

    A vida simplesmente nao e justa!

    Um abraco grande!

    ResponderEliminar
  8. que tudo de repente. que tudo de repente podia ficar em silêncio. e o silêncio basta? não!

    hoje estava destinado a sorrir todo o dia...mas não, a manhã murmurou-me que uma lágrima havia de cair...que raio de vida esta...catatau, porquê tu? havia coisas marcadas...

    um abraço há-de chegar onde quer que estejas...

    ResponderEliminar
  9. Chorar pos alguem que nao sabe quem.Vc unificou em minha alma a tristeza, de muitas, que tive das perdas de amigos. Chara, abraco e que o universo conspire para estarmos todos juntos e felizes algum dia.

    ResponderEliminar
  10. Forever, He is living with Us - Forever!

    ResponderEliminar
  11. Não me lembro do aspecto físico dele, mas lembro-me da sua presença por aqui, pela blogosfera, sempre com comentários delicados, dedicados, sentidos...
    Ao saber do sucedido, por aqui, ao ler estas palavras... abateu-se-me sobre mim uma tristeza por alguém que não cheguei a conhecer mas sei tão querido de tantos.
    Lamento muito.

    ResponderEliminar
  12. Estou muito triste com a notícia e nada sabia sobre o facto de ele estar doente. Creio que o conheci no piquenique do ano passado, e gostei imenso dele.

    Forte abraço e um beijo
    Monga

    ResponderEliminar
  13. Amo-vos, meus meninos!
    Por saberem expressar por palavras aquilo que só o coração sabe gritar de dor e os olhos de água deitar.

    ResponderEliminar
  14. Kapitão, como bem constataste, foi mesmo verdade. sentiste o mesmo que eu quando ouvi a voz do João! e fiquei tão triste que só aquela música a falar de ondas e adeus podia dar conta da angústia que me invadiu. ter conhecido o Catatau foi uma honra única.

    X, sem dúvida. perdê-lo não é bom, é quase como ficar órfão. a doença pode tolher-nos mais facilmente do que imaginamos.

    Daniel, a citação é muito adequada!

    Lampejo, partiu um grande AMIGO comum! e isso também nos une, na mesma dor, na saudade. e tudo isto é tão triste e trágico!

    Luís, de facto, não foi processada... lamento! em todo o caso, imagino que deveria ser tocante, como a que aqui deixaste: viverá enquanto nos lembrarmos dele e de como a vida é curta, de como a devemos viver alegremente. e que tudo passa.

    Pinguim, não imaginas como foi escrever este texto que são as minhas lágrimas. o Zé fazia o jantar e respeitou-me. agarrei-me ao papel com a fúria e o amor que se pode ter por alguém insubstituível. será, pois, como bem observas um post imperfeito. que raiva não me ter dado como deve ser, não me ter despedido com as palavras certas. e agora não é possível fazê-lo...


    Hydra, às vezes, não precisamos de conhecer a pessoa para sentirmos como é boa, genuína, delicada e forte. com o Catatau era fácil perceber isso mesmo. muito antes de o conhecer e de ele nos comentar (só começou a fazê-lo depois de nos termos conhecido fisicamente).

    X_Bear, imagino que sim! e acredita que me é tão penoso deparar-me com todas estas homenagens que se vão espalhando por gente tão diferente. mas o melhor? bem o melhor é que o Catatau merecia-as todas! é muito triste que nos tenha deixado, mas também triste e injusto era todo o sofrimento que o infligia.

    Luís Galego, sim, há-de ouvir o nosso lamento. e espero que esteja a rir-se de nós.

    Eu Ele, Nosso Mundo, gostei do teu comentário. da ideia de união! também aconteceu o mesmo comigo: chorei por todos os meus mortos. lembro-me deles e, como tu, só espero o mesmo: virmos a estar "todos juntos e felizes"!

    Ophiuchus, ah, sim, claro que sim! orgulhosamente!

    Graduated, o Catatau tinha algo de muito único, de facto. mesmo que não te lembres dele é perfeitamente plausível sentires isso tudo, claro que sim.

    Monga, claro! e era impossível não gostar dele!

    Keratina, acho que não sabemos expressar nada porque todas as palavras são poucas e pequenas quando o coração rebenta!



    um forte abraço a tod@s, pelo ser fantástico que É o Catatau!

    ResponderEliminar

»» responderemos quando tivermos tempo
[se tivermos tempo] »» se os
comentários de algumas entradas estiverem bloqueados é porque não estamos cá, não há tempo para olhar para o lado, ou essas entradas não têm nada para comentar.

»»
obrigado pela visita!