sábado, 12 de março de 2011

(à) rasca

Em 1994 e nos anos seguintes, tive vergonha de ser associado à geração rasca, aquela em que cresci. A atitude daquele tipo que mostrou o rabo (e apesar de ter sido logo o rabo...) e levou à classificação por Vicente Jorge Silva quando era diretor do Público não me orgulhou por aí além (foi ele quem cunhou a expressão «geração rasca»).
Alguns anos depois, mais me envergonha (ou entristece?) continuar como continuo: na «geração à rasca», porque sou contratado há doze anos, porque tenho de ter mais do que um trabalho (já agora: um deles é a recibos verdes, numa empresa que paga a três meses - quando paga...), porque simplesmente não tenho carreira. E fiz eu uma licenciatura de seis anos para isto? Não, não foram quatro! Nem muito menos três! Foram seis... Eu mereço! Pior: sem qualquer perspetiva de que a situação se altere.
Protesto, pois, contra a deseducação deste desgoverno, contra o andar constantemente à rasca, e por estar a pagar o despesismo daqueles em quem eu não votei. De resto, continuo de esquerda, apartidário e sem sindicato.





2 comentários:

  1. Quem for à manifestação, "arrisca-se" a encontrar por lá o Sr Silva, mais a sua Maria, eheheheh.

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  2. Também não me orgulho de ser associado à geração à rasca. Apesar de estar no quadro e ter algumas regalias, saber o que se passa aí fora (ou mesmo na minha empresa com colegas mais novos) revolta qualquer um. Não há qualquer meritocracia, nem distinção entre os melhores e os piores. Há os que têm cunha e os que não têm. Apenas isso. :(

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