Sabemos sempre pouco para o tempo de que dispomos para aprender.
Mas sei que tenho de agradecer os comentários que fizeram à entrada que o Zé pôs sobre os 10 anos que fizemos.
Mas antes um desabafo: a semana foi tão intensa de trabalho que nem deu para me aperceber que já lá vão 10 anos. E quando digo 'intensa' não estou a ser eufemístico! Em duas noites seguidas, dormi 3h e meia, e mais horas tivesse o dia e maior seria a romaria. Confesso que ainda não me refiz totalmente e o atordoamento ainda se reflete no meu discurso e atos. Fora isso, tudo bem. Talvez seja muito exige nos pormenores. Sei que sim.
Além deste pormaior, estivemos a semana quase toda separados (e ainda bem, que de outra forma nem eu teria conseguido trabalhar tão intensamente). Ainda não comemorámos. Aliás, perfeito, perfeito seria casarmos neste ano redondo das nossas vidas. Mas ainda não chegou o momento. Os laços que nos unem já são suficientemente fortes.
Mais coisas que eu sei e das quais já nem costumo falar muito por aqui. Então:
Sei que
- há 10 anos, nenhum de nós imaginaria chegar até aqui. Como já noutras ocasiões referi, há muito que entrámos em velocidade cruzeiro: poucas coisas serão capazes de nos desviar da rota. Concluo: a questão de 'aonde havemos de chegar' ou 'até quando' não faz muito sentido. Havemos de chegar aonde nos esperam e 'para sempre' é muito tempo. E tempo nenhum.
Sei que
- há 10 anos, éramos muito mais jovens. A idade, o tempo não nos perdoam. Mas o tempo também nos ensinou a conhecermo-nos melhor. E concluo: se não consigo conhecer-me a mim próprio como é que hei de conseguir conhecer o Zé?... o conhecimento é sempre um jogo de estratégia, de aproximação, teste e tática. Gosto muito dele, mas ainda não o conheço a ponto de saber como reagir a algumas coisas que diz ou faz. O contrário (i.e., o Zé em relação a mim) é igualmente, ou mais, verdade. E concluo: dificilmente havemos de chegar a um ponto em que diremos 'Acabou a demanda, nada mais temos para descobrir um no outro'.
Sei que
- continuamos a não pertencer um ao outro. Melhor: pertencer até pertencemos, mas só parcialmente, porque nós pertencemos, antes de mais, a nós próprios. A independência é um valor (se assim lhe posso chamar) fundamental. A música da minha adolescência 'Nasce selvagem' (Resistência/ Delfins) continua a fazer todo o sentido! Ainda me arrepia. Se não se lembram, pesquisem que facilmente se reverão! E concluo: a infância, a adolescência, a família, os amigos, a escola, a sociedade, enformam-nos de um modo único, às vezes indelével, outras com uma força a que nos é impossível fugir. E esses traços estão sempre connosco, fazem com que sejamos nós próprios. De nós próprios. Se fôssemos uma propriedade, seríamos nós próprios o único titular.
Sei que
- a independência não pode impedir a negociação, a cedência, a comunicação. Afinal, o crescimento. Sei que a certa altura da nossa relação, decidimos crescer juntos. Crescer (como 'independência') é uma palavra-conceito fundamental. Se um dia decidirmos deixar de crescer, acabou. Deixará de haver caminho, rota, meta para percorrermos juntamente. Isto implica que, entretanto, tenhamos que pôr a nossa teimosia de parte e negociar e ceder. Às vezes, a comunicação entre nós é difícil e por isso andamos sempre a palpar terreno, a ver como podemos resolver alguma zona nebulosa. Acho que nunca deixámos nenhuma por dissipar. Concluo: para avançarmos, precisamos de percorrer etapas, algumas delas em que temos de ceder às perspetivas do outro. Ah, crescer é isso: abrir a nossa porta de entrada e permitir que o 'outro' entre em nós e passeie pelos nossos corredores, abra as portas e descubra, mais ou menos lentamente, os pormenores dos nossos (mais recônditos) recantos e aí deixe a marca da sua presença ou passagem (se não deixar, será absolutamente indiferente; se for indiferente não nos fará crescer em nenhum sentido = a zero, portanto = tempo perdido).
Sei que
- me custa dormir sozinho, mesmo que às vezes - quando juntos - não me apeteça dormir abraçado.
Sei que
- não precisamos de muitas palavras para comunicarmos. Só precisamos das palavras certas.
Sei que
- ensinei o Zé a gostar de fruta, a comer mais peixe e legumes, a gostar de plantas e de cores.
Sei que
- me obrigou a enfrentar alguns medos, a gostar de gatos, a ter o ouvido mais atento, a ser mais paciente e menos histriónico.
Sei que
- 10 anos é muito tempo. E que passou muito depressa!
Obrigado a tod@s pelos comentários!
Ah, e para concluir, também sei que
- viajamos sempre. E estamos sempre de passagem... (não se esqueçam vocês disso!)
(música: John O'Callaghan & Betsie Larkin, Impossible To Live Without You)
Então muitos parabéns!
ResponderEliminarFico contente em saber que após 10 anos a união está mais forte que nunca. Gosto de vos saber assim :)
Abraço forte a ambos
Logo hoje que ia comentar sobre a anterior imagem de fundo - estive lá a almoçar soberbamente sozinho - e que falei dela a quem (me) veio visitar...
ResponderEliminarSó para admirar a coragem da declaração, das palavras e dos actos - adoro o Vosso Amor! Juntos (mesmo à distância), sempre!
Bem 10 anos é algo fenomenal, muitos parabéns a ambos. Eu cheguei atrasado mas para vos congratular é sempre tempo e eu partilho agora também um bocado da vossa felicidade por esta década conjunta. Um abraço especial a ambos espero reencontrar-vos em breve. Quem sabe no próximo mês eheheh.
ResponderEliminarEu também gostava de ter a vossa lucidez. Mas já aprendi algo mais sobre o amor com este texto! Que sejam felizes, porque merecem.
ResponderEliminarAs coisas que eu sei...
ResponderEliminarSei que a vossa relação e o vosso amor são das coisas mais bonitas e que tenho tido oportunidade de "presenciar", ainda que apenas por aqui.
Sei que vos leio sempre embevecido e com um sorriso nos lábios.
E sei mais coisas, mas depois eu conto...
Sei que gostei muito do teu texto e do vídeo (música incluída).
E sei que vos quero sempre felizes e juntos.
Parabéns e muitas felicidades.
Grande abraço aos dois.
Querido Paulo, e, por isso mesmo,também querido Zé,
ResponderEliminarDou-vos os parabéns e faço votos para que vivam muitos mais anos felizes juntos!
Um abraço
Ana
adorei o teu texto. E permite-me dizer que espero que nunca descubram tudo o que há para saber um do outro. Como disseste, existia muito sobre a personalidade de cada um de vocês que mudou graças ao relacionamento. E mais haverá para descobrir, aprender ou mudar... sempre juntos. Parabéns a ambos
ResponderEliminarParabens!!!
ResponderEliminarAcho que não dá para comentar mais nada.
Li o texto com um sentimento indescritível! Está muito mais aqui escrito do que aquilo que as palavras referem! O que vos une é demasiado forte e, como tal, inquebrável!
ResponderEliminarOs meus mais profundos parabéns, mais uma vez!
Abraço a ambos!
O que escreveste à lindo e depois dos comentários não tenho muito mais a dizer, a não ser que apesar de andar um pouco afastada também eu por manifesta falta de tempo, nunca me esqueço de voçês e sou uma mulher muito sortuda por vos ter conhecido.
ResponderEliminarFiquei mais rica desde então.
Um beijinho com saudades mas com a certeza de que amizades destas duram até ao fim da vida.
Duxa :)
Sem menosprezar qualquer dos precedentes, este é bem capaz de ser o texto que mais gostei de ler neste blogue. Estou confiante até de que figuraria num top dos melhores de sempre...
ResponderEliminarÉ absolutamente inspirador. A ternura, a sinceridade, a partilha, o companheirismo, enfim: tudo isso é de uma força que, essa também, marca o leitor de forma pouco indelével. Obrigado e muitos parabéns...
Sei que...
ResponderEliminarDe facto subscrevo...10 Anos...
Muita coisa mudou, tanta que se nos dissessem iriam mudar não acreditaríamos que algum dia pudesse acontecer...
É-me impossivel dizer mais senão...
Abraço-te (vos)
E...Mts Parabens!!!
Alô moçada bacana do além mar. Tudo isso é muito interessante, tb vivo uma relação dessas que duram muito ( atualmente vivemos juntos à 25 lindos e longos anos) , raridade eu sei, mas felizmente tivemos a sorte de termos "um amor tranquilo com sabor de fruta madura", por isso e por outras tantas vivencias, parabenizo-os pela jornada. Keep going! É preciso manter a aposta no amor!
ResponderEliminarRenato Pinto