sábado, 27 de dezembro de 2008

..:: citações extra-literárias i ::.. cara lh ama ::..

Por causa do estado aqui do zezinho de baixo, lembrei-me do poema que reproduzo e que é do covilhanense Ernesto Manuel de Melo e Castro (1932), pai da Eugénia Melo e Castro (já agora, a mãe é a Maria Alberta Menéres, conhecem?). O zezinho vai indo. Ainda me lembrei de ilustrar com Witkin ou com outros artistas plásticos, mas ainda estou na aldeia e esqueci-me do cabo de alimentação em Lisboa e o garoto que me tem emprestado o dele, veio cá pedi-lo... Mas hoje já regresso ao meu Zé. Portanto, cá vai ainda sem imagens; e façam uma boa leitura!

*****

Cara lh ama


amam-no todos
uns porque o têm
bem colocado e erecto
outros porque a foda
sem ele não bate certo

e se o nariz não chega
e os dedos se dispersam
só ele é que é capaz
de entrar todo na toda
discreto e bom rapaz

e os tristes que o não têm
amam-no doutra maneira
distantes e macios
não sabem se se vêm
ou se é só caganeira

p. 304


E. M. de Melo e Castro »» "Cara lh amas" (1975), in Trans(a)parências: Poesia I: 1950-1990 »» Tertúlia »» 1990

5 comentários:

  1. Conheci pessoalmente o Ernesto e a então sua mulher, a grande escritora de livros infantis, Maria Alberta Menéres, pois os seus pais, avós da Géninha, viviam defronte de minha casa, na Covilhã; e a Géninha era companheira de brincadeiras das minhas irmãs.
    Confesso que na generalidade, não gosto muito da poesia dele, demasiado abstracta; mas curiosamente tenho este livro, que além de poesia tem ilustrações "adequadas" e achei-o muito original e interessante...
    A propósito dos poemas do Ernesto M.Castro, há um bastante conhecido só construído por algarismos(...); pois na altura, um crítico disse com alguma piada que se "aquilo" era um poema, uma lista telefónica seria um poema épico!
    Abraços.

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  2. ahahahaha concordo com a opinião do crítico citada pelo Pinguim...sinceramente concordo...
    Amo Maria Alberta Menéres, marcou-me a infãncia, não sei o que ela diria deste poema do filhote lol

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  3. Bom regresso dos dois, o Zé e o zezinho!!!!
    eh eh eh

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  4. Bem, depois de sacar o chapéu do zezinho, resta-me desejar que não se constipe por andar com a careca à mostra... Quanto ao poema é interessante pois claro...
    Abração grande
    Miguel

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  5. "Num" sabia que estavas "loinge" do teu "manel" zé!


    espero que o regresso seja sofrego e gostoso, como todos os reencontros são!

    Ps- Não conhecia o poeta, mas olha que não fiquei fã!
    além disso também não gosto da filha do "senhori". dá-me enjoos quando canta.

    beijos na testa dos dois!

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