Hoje revi a Vânia. Conheço-a desde o 12º ano, em Castelo Branco porque estivemos na mesma turma de latim. Nada de especial. Estranho foi encontrarmo-nos na primeira aula de Cultura Portuguesa na FLUL. Ficámos histéricos: era a primeira pessoa conhecida que cada um de nós encontrava naquele mundo novo e muito confuso. Juntos, sempre era mais fácil perceber como funcionava a faculdade e ultrapassar dificuldades burocráticas. E fizemos as cadeiras quase todas em conjunto, até o estágio era para ter sido, não fosse a arrogância da orientadora e os alunos cães de fila. Ficámos íntimos. Rimo-nos das macacadas que fazemos e fingimos que não aconteceu nada.
A V. é poliglota (ou troglodita, como ouviu o Zé no autocarro): fala italiano, inglês, espanhol e alemão (o latim não conta que é língua morta). Vive em Frankfurt, casada com um alemão. Desistiu disto com dificuldade (ou tem vindo a desistir), apesar da burocracia, da fantochada política, do estado do ensino… Concordamos numa coisa: o clima aqui é excelente, mas não salva a pátria.
Sempre lhe admirei a coragem e a maleabilidade (e a inteligência, claro). De vez em quando, vem cá matar saudades da família, encontramo-nos e matamos também nós as nossas. Falamos das nossas coisas. Ela fala-me do cosmopolitismo alemão, dos trabalhos de lá, dos muitos descontos e das múltiplas vantagens (nomeadamente, da protecção no caso de desemprego). Fala das regras e do civismo, dos bons trabalhos, dos excelentes e dos inimagináveis, mas também dos maus. Além disso, traz-me massapão que eu adoro.
Gostava de ser alemão (ou de saber alemão, embora España já fosse suficiente). Deve ser tão bom viver num país de gente civilizada.
Sempre lhe admirei a coragem e a maleabilidade (e a inteligência, claro). De vez em quando, vem cá matar saudades da família, encontramo-nos e matamos também nós as nossas. Falamos das nossas coisas. Ela fala-me do cosmopolitismo alemão, dos trabalhos de lá, dos muitos descontos e das múltiplas vantagens (nomeadamente, da protecção no caso de desemprego). Fala das regras e do civismo, dos bons trabalhos, dos excelentes e dos inimagináveis, mas também dos maus. Além disso, traz-me massapão que eu adoro.
Gostava de ser alemão (ou de saber alemão, embora España já fosse suficiente). Deve ser tão bom viver num país de gente civilizada.
Se neste país em vez de um para 100 a proporção das pessoas especiais, como tu, fosse de 99 para 100, viveríamos num País chamado Paraíso, mas não naquele - sonhado por More ou Campanella - monótono, regrado, utópico, deprimente, onde o desvio à norma (vá-se lá saber o que isso seja exactamente) é punido com a exclusão total e imediata, por poder fazer desmoronar todo o castelo de areia… Não, este seria um País a sério! Não só o País da liberdade e da tolerância, da crítica saudável e inteligente, mas o País da amizade sincera. Obrigada por fazeres parte da minha vida!
ResponderEliminarVânia, o agradecimento (reconhecimento, admiração, etc.) é infinitamente mútuo!
ResponderEliminarOlha, eu gostava tanto de encontrar outra vez a Vânia (ou Bânia??) como daquela vez que a encontrei na Universidade Nova, também cheia de problemas ligados a papelada, já há muito tempo, talvez em 2003...
ResponderEliminarVânia, desejo-te boa sorte na tua vida longe de Portugal, onde creio que, apesar do caos, temos sempre saudades de voltar. De muita coisa nunca chegamos a ter saudades, como as sras das secretarias das Universidades, a falta de emprego, o nepotismo, a corrupção e a estúpida falta de maneiras dos tugas.
O Paulinho é fixe, mas é o único Mongo, não dá para haver mais, a fábrica fechou há muito tempo...Além disso, mais um destes a gritar-me onde e quando atravessar e eu tinha um esgotamento!
Beijos aos dois, ao Mongo e à Vânia(Bânia).