sábado, 5 de julho de 2008

..:: desafio : eu por mim próprio ::..

Falta de tempo ou inspiração levam a isto: a demorar a responder aos desafios em que nos (me) metem. Desta vez, foram o Arms (ok, agora é que reparei na data: 23 de Maio, não estou atrasado nem nada…) e o Pinguim (a 23 de Junho. Vá lá que não respondi só a 23 de Julho ☺). Agradeço-vos a amabilidade, mas já deviam saber que às vezes o tempo não me abunda e, além disso, vejam lá se começam a desafiar o Zé! (eu sei, estou sempre a reclamar de alguma coisa…)

Bem, apesar das variantes, o desafio leva mais ou menos ao mesmo e, por isso, vou fundi-los para matar logo os dois coelhos com uma só cajadada. O problema começa com a selecção dessas seis palavras, conceitos, características. Não por me faltarem, mas por ter sido invadido por uma imensidão delas. Pus tudo ao barulho.

Passo o desafio. O motivo é que vos quero mesmo conhecer ainda melhor. Há uns meninos que não têm blogue e por isso se têm escapado! Não é justo, obviamente! Agora, os escolhidos são os seguintes (desconheço se algum de vós já respondeu a este desafio ou sequer se não costumam responder a desafios):

Menin@s, podem escolher a versão que quiserem, a do Arms, a do Pinguim, ou a minha que funde as duas.

Então, por ordem alfabética, cá estou eu:


Auto-estima

Devia estar no fim, mas o “A” fez com que ficasse logo aqui a abrir a coisa. Pois, tenho uma auto-estima muito baixa e é uma das características minhas mais evidentes talvez por ter uma consciência bastante boa do que sou e do que valho, a que falta à maioria das pessoas que se promovem com uma energia que mais soa a egolatria que outra coisa qualquer e não sabem nada de nada além de cagarem postas de pescada. E às vezes pode até parece que também sou assim, mas relativizo tudo o que faço ou conquisto. Enfim, um dia, o amor próprio há-de ser do meu tamanho e o sorriso há-de deixar de ser uma máscara.


Bom ouvinte

Nem sempre, mas habitualmente sou perspicaz e uso da minha intuição para perceber as coisas (sim, às vezes, o cérebro também me pára). Percebo bem quando os outros precisam de falar, quando precisam de falar e não conseguem, ou afirmam que não querem falar, apresentam um não que quer dizer sim. Gosto de ver nos olhos, nas expressões faciais e corporais o que lhes vai na alma, estados que habitualmente absorvo. Nem sempre me é fácil livrar deles, e fico bastante agoniado com isso. Normalmente, acerto a traçar um retrato psicológico das pessoas e a ir ao cerne da questão. E também gosto mais de ouvir do que falar – só nas aulas e noutras situações específicas é que gosto de dominar com o meu discurso. Mas, minha gente, eu também preciso de falar de mim. Só que há uma diferença: no meu raciocínio está sempre presente que as pessoas não têm de levar com os meus problemas (problemas? Quais problemas? Eu não os tenho, se comparasse com a fome em África, a sida na Ásia, a tortura, a Palestina, etc.). E por que raio tenho eu de levar com os problemas dos outros?… bem, cá está o meu mau feitio. Pelo menos, sorrio muito.


Generosidade

Às vezes, penso mais nos outros que em mim. Prefiro prejudicar-me a prejudicar quem gosto. Não deve ser masoquismo mas simplesmente altruísmo. Já expliquei há muito tempo que a generosidade é um mal familiar, dos progenitores: o meu pai era assim, a minha mãe continua assim, os meus avós eram assim, adeptos inconscientes do “é dando que se recebe” franciscano. Gosto de pensar que serei recompensando e, mesmo que o não seja, não fico de má consciência com os meus actos. E sorrio com o sorriso dos outros.


Humildade

Nunca tive espaço para ser mais do que simples e modesto. A humildade reflecte-se sobretudo no que faço diariamente. Nada de muito especial, mas é-me uma característica importante: quase sempre fico insatisfeito com o que faço, coisa normalzinha podia ter ficado muito melhor. Perfeccionista, acho eu. Apesar disso, sorrio.


Nervosismo

Pessimista nato, acho que está sempre tudo mal, que vai correr mal, etc. Como detectou a Denise, masco pastilha elástica freneticamente, movo-me nervosamente. Ok, sou um pouco complicado, compulsivo, obsessivo, e impaciente (sobretudo com a burrice, a teimosia, as postas de pescada, gente convencida à toa; também odeio gente que não é objectiva e pragmática a transmitir o que quer dizer). Em algumas coisas, tenho razões físicas para ser pessimista, mas noutras nem por isso. Estas são as alturas do sorriso amarelo, do não me chateiem que isso não está famoso! É muito fácil perceber quando estou assim.


Tolerância

Para vencer o meu próprio conservadorismo natural, compreendi muito cedo que tinha de deixar a minha intransigência de parte, o que nem sempre é fácil. Ajudou-me o facto de gostar de aprender, de ouvir o que os outros têm para dizer, de perceber que sendo flexível ganhava mais. Consigo encontrar argumentos para a parte e para o seu oposto - não sei onde tenho balança, mas deve ter alguma influência em mim. Em geral, não gosto de posições extremadas, mas do consenso, do diálogo bilateral. Apesar disso, continuo a ser teimoso, resistente, impositivo da minha vontade. Mas sorrio com os outros e dos outros (sim, sim, tenho uma língua bem afiada, certeira).


Pronto, já está. Acho que as principais características estão aqui, mas quem me conhece melhor pode dizer o que acha que, como já sabem, eu sou tolerante (não abusem!) e até tenho alguma auto-ironia.

33 comentários:

  1. Óh pá! Isso não se faz!!!!
    Agora vou ter de responder ao teu desafio senão tomas-me por antipático... a não ser que antipático seja uma das minhas seis características principais e nesse caso já não faz mal. Boa!
    eh eh eh

    Mais a sério, assim que arranjar disponibilidade (física e mental) respondo ao repto.

    Abraços

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  2. Amigo Paulo
    mais vale tarde que nunca e valeu a pena esperar; disseste muito de ti e muito ficou por dizer; de tudo o que disseste relevo sobretudo a generosidade e a humildade, características muito importantes para mim.
    A tolerância é também algo importante, apesar de teres deixado uns pózinhos de "mas", compreensíveis pois a tolerância finda para quem é intolerante; o pessimismo, que está mais visível que o meu, é apesar de tudo amenizado, como em quase tudo o que apontas, pelo sorriso; acho que o sorriso é de facto uma característica fundamental em ti próprio, e ainda bem.
    A auto-estima, não acho que a tenhas muito maltratada, embora a possas regar mais vezes, para que se desenvolva cada vez mais.
    Guardei para o fim, propositadamente, o saber ouvir, o falar pouco; se saber ouvir também o faço, já no falar estou no campo oposto do teu, mas não considero tal um defeito, é antes uma maneira de ser; e apesar de tudo até vais falando mais que muita gente que conheço.
    Faltaram muitas, mas há uma que é impossível não falar e só a imodéstia não te permite falar nela e que é a tua vasta cultura e a forma sempre muito correcta e bela como usas a palavra para transmitir ideias: chegas a ser deveras brilhante, acredita...
    E há a amizade, a sensibilidade e sei lá quantas mais. Em suma, és um "porreiraço"!!!!!
    Abraço.

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  3. Querido Paulo,
    O teu auto-retrato aproxima-se bastante da ideia que tenho de ti, mas vais ter, oh, se vais!, de trabalhar e elevar essa tua au-estima. E, com o Zé à tua beira, não tens desculpa!

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  4. COncordo com o Pinguim. És um mestre no uso das palavras. E um porreiraço. Trata é de insuflar a auto-estima que não tens razão para a ter em baixo.
    Abraço

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  5. Gsotei de ler estas tuas caracteristicas, é o que te torna também muito "special" :D
    Este, ou um parecido, passou há não muito tempo pelo meu cantinho mas provávelmente vou responder outra vez.
    Um abraço.

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  6. Ah, seu capricórnio duma figa: cornos e cascos e o rabo na água!

    Estes reptos são para isso mesmo: o conhecimento mútuo e o auto-conhecimento. O pinguim já disse muito, cuja opinião sobre princípios e valores também partilho; quero deixar umas frases:
    "Para seres verdadeiro contigo mesmo
    Continuamente, tal como a noite sucede ao dia,
    Jamais poderás ser falso pra com outro homem."
    Hamlet, acto II, cena II

    Essa rectidão moral e social foi o que me atraiu a Vós (ti) e o caranguejo ao teu lado deve sabe-lo melhor ainda! "A verdade tem muito mais força do que aquilo que os homens dizem." Sófocles

    As ilustrações fotográficas são fabulosas, como sempre, neste espaço. E a auto-estima alimenta-se aqui, neste Vosso Dar contínuo. "O diálogo é a própria civilização. A palavra mantém o contacto; o silêncio isola." Thomas Mann
    (bebe nos outros, seu pessimista!)

    E sobre a tua sensibilidade e humildade, fica aqui a última: "Afastai de mim o sábio que não chora, o filósofo que não ri e o orgulhoso que não se curva perante uma criança." Kahlil Gibran

    (Não é para me armar, ando nestas leituras agora e achei que sim! Já agora, aquela da egolatria picou-me; mas já sabes do pseudo-narcisismo canceriano, verdad?)

    Um grande, grande abraço, Feliz Paulo.
    P.S.- A resposta está dada no "Three Decades". Apareçam ao vivo!

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  7. voltei porque me esqueci de vos felicitar pelas belas imagens escolhidas para este post.
    Um abraço.

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  8. Pronto, já perceberam por que é que adoro o "meu" menino e continuo a achar que foi um milagre tê-lo encontrado?

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  9. Ó Zé, o teu menino é d'oiro! É d'oiro o teu menino. :)

    Fiquei a conhecer-te melhor, Paulo. E se calhar fiquei a conhecer o melhor Paulo que se subentende das palavras.

    (Auto-estima?! Por favor Paulinho, o que te falta, keração?!) :D

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  10. Adorei as imagens seleccionadas para descreveres as tuas características.
    Bom fim de semana

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  11. Paulo, nem imaginas qual foi o meu espanto ao abrir o meu mail e ter o aviso do teu comentário, em relação ao desafio. Não esperava. Depois nem imaginas como o meu queixo bateu no chão quando vi a variante que realizaste. No mínimo genial. Digamos que as imagens por si já dão um grande impacto. Muito bem escolhidas. Nem eu teria feito melhor.

    Parabéns. Foi um prazer enorme ler-te. E esqueçamos o tempo que levou... ^^

    Abraços

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  12. Este desafio mostrou-se muito e nada surpreendente.
    Nada surpreendente porque atraves do que vou lendo, percebo-te como te descreves.
    Muito surpreendente porque me revi em quase tudo o que disseste (aparte feito ao pessimista, visto eu ser muito volatil nesta caracteristica).
    Um abraco.

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  13. Prémio no meu blog para os meus meninos lindos :)

    Bjinhos

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  14. A tudo isso acrescentaria a letra "D" de... Doçura...para mim é esse o teu primeiro cartão de visita, está em ti: no teu olhar, nas tuas palavras e acções para com os Outros...mora em ti e coabita na casa certa... ao lado teu (bom) coração. Beijos mil.

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  15. E és M de Mongo! Como não te lembraste? És um ganda Mongo!...

    Beijo da monga

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  16. Graphic, ai faz, faz! Bem, mas nós esperamos que tenhas mais tempo ou inspiração, ok!
    Tu antipático, sim, sim abelha, tens mesmo pinta disso. Não te escapas!

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  17. Pinguim, sabes, eu até gosto destes auto-qualquer-coisa. É uma excelente maneira de também me conhecer... claro que ficou muito por dizer, mas fica sempre, tal como quando nos revelamos, sobra sempre uma parte que mesmo sem intenção fica reservada. Acho que não ficaste a conhecer nada de novo, a não ser a auto-estima que sendo baixa não é muito evidente (de todas, deve ser a menos evidente). Quanto a falar pouco, bem, é verdade que há quem fale muito menos que eu e eu não falo por ser reservado, mas simplesmente por ser assim. Aliás, se puxarem por mim sou tudo menos reservado, basta clicarem no sítio certo. Até digo mais: sou muito transparente, é fácil lidar comigo porque o sorriso, além de desarmar, é uma excelente forma de deixar as pessoas à vontade, mais livres para serem elas próprias.
    Vasta cultura... fazes me rir, Amigo! Vasta? Ai que me afogo em riso! Eu não sou esse que tu pintas. Sei muito pouco, meu caro, pouquíssimo e tenho a franqueza de o assumir.
    Não sei se gostei do porreiraço! Mas pronto, tens a amizade e a sensibilidade para contrabalançar e tomares ainda mais a minha simpatia e atenção!

    Um grande abraço tb para ti!

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  18. Denise, eu sei que não tenho desculpa... mas, tu sabes, acho que o que faço é tudo uma merda, enfim...

    beijo especial!

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  19. X, mestre, ah, sim, tenho um canudo desses. Quanto às palavras, tenho dias e se for para ser mau, ui, faço jus aos vossos elogios!
    Bolas, mais um a dar-me em cima por causa da auto-estima... magoei!


    vá, tb tens direito a um abraço (quem diria...)

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  20. Special, gracias! já vi que respondeste e agradeço-te isso mesmo, além de tudo o resto!
    Um abraço special tb para ti!

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  21. Ophiuchus, somos mesmo uma má espécie, eu sei que sim. Por mim, valeu-me imenso: (re)conheci-me e assim falei de mim sem ser à toa. As citações são fantásticas, certeiras. Fizeste bem em dar-mas! Gosto de ser assim. Quanto à rectidão... onde a foste tu buscar? Provavelmente existe, sim. Bom gosto, vai-se fazendo, construindo. Obrigado por todos os elogios a este ego pequenino. O pseudo-narcisismo... mais ou menos, mas o meu cancer também sofre de excesso de modéstia.
    Obrigado por tudo, Gajo Brilhante!

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  22. Special, outro abraço special! Obrigado pelos elogios! e eu babando-me...

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  23. , homem dos meus dias, lá precisas de dizer alguma coisa? Ah, sim, podias ter refutado metade e ter dito que eu às vezes consigo ser uma besta. Uma besta milagrosa, mas uma besta (ok, bestinha... lol)
    também te amo muito!

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  24. Catatau, keração, sou de oiro? Ai, eu pensava que era humano...

    Sim, ficaste a conhecer mais o Paulo, os das palavras e o dos actos. Quanto à auto-estima, já não digo mais nada... já que sou de ouro nã falo!

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  25. Jasmim, muito me alegra que te tenhas gostado delas! A partilha tem destas coisas boas: saber que nem tudo é mau!

    Um abraço e boa semana!

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  26. Arms, mais uma vez, desculpa o atraso! Pelo menos, consegui espantar-te! Isso já não é mau! Genial? Eu incho, pá! Acho que as tiras fotográficas resultaram bem apesar de não terem uma lição imediata. Enfim, obrigado pelo desafio, pela inspiração e pelos teus elogios!

    Um abraço também para ti!

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  27. Músico Guerreiro, sorrio, pois claro. Afinal, seguindo-me virtualmente, é fácil perceber como sou: transparente e óbvio. Quanto à identificação... espero que eu não sejas tu e tu não sejas eu, mesmo tendo o pessimista à parte, sei como sou uma chatice e como às vezes nem me consigo suportar, mas isso é outra conversa... fico satisfeito por ser assim claro como a água da nascente!

    Abraço tb para ti

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  28. Hannah, muito obrigado! Tenho que o ir lá buscar, orgulhoso!
    Abraço grande!

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  29. Músico Guerreiro, aquele comentário que saiu anónimo é mesmo meu... nã faço ideia do que aconteceu... enfim, modernices.

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  30. Vanessa, gaja linda, não me digas que foges com o rabo à seringa! tens mesmo de responder lá no teu mar tranquilo!
    Quanto ao D... olha eu a sorrir bués! Engraçado, fico muito satisfeito por teres essa imagem de mim. Enternece-me, desarma-me. E podes fazer o que quiseres! Beijos mil também para ti (não são mel, pois não?)

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  31. Monga, pois é também me falto esse M. Mongo, muito mongo, e põe mais mongo. Realmente, só tu para me desconstruíres! Conheces bem do direito e do avesso, nas boas e nas más ocasiões e continuas cá. Devemos ter uma sina muito especial para continuarmos a conseguirmo-nos aturar! E biba a monguice! (só a nossa, claro!)

    Beijos mongos

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  32. Gostei de ler, sim senhor.

    E falta falar do teu sorriso feliz e do teu mais que tudo, ai.

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  33. Graduated, sim, o sorriso é a minha imagem de marca (além das nódoas lol), por sorte o meu Zé também é bem sorridente. Resultado: um exagero de sorrisos...

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