quinta-feira, 27 de setembro de 2007

..:: várias ***** seleccionadas ::..

Saí mais cedo e fui carregado para a escola. Foram três de uma assentada:
»» TimeOut Lisboa, n.º 1 (26/09/2007) »» destaque para a secção gay
»» The Advocate, n.º 993 (25/09/2007) »» um número histórico porque comemora o quadragésimo aniversário
»» Egoísta, n.º 32 (09/2007) »» tema: sexo (a capa é linda, algum conteúdo, também)
E ainda me faltam a Zero e a Colors.

No final, saí da escola e tive a sensação de estar num deserto. Foi estranho: não via ninguém, ouvia passarinhos e ruídos muito longe. Por momentos, achei-me perdido. Tive de raciocinar e localizar-me: isto é Lisboa!
Os garotos que conheci hoje passaram-se: um dizia que me conhecia da televisão, outro que me tinha visto num anúncio, outro que me tinha visto num anúncio do BES (logo do BES!!!), outro quis saber onde tinha feito a tropa (não fiz!), outra pediu-me o telemóvel para me ligar se precisasse de guarda-costas. Não sei como conseguir suster o riso: pela ignorância deles, pela situação, pelo atrevimento… Devem achar que sou vedeta. Mais, está confirmado: devo ter pinta de vedeta. Coitadinhos. Se fossem alunos do ensino regular, já estavam na rua, mas aqui o melhor é concordar com tudo, dizer que sim, que sou/fui/serei aquilo tudo, dar-lhes um 5 (de 1 a 5, claro) e assegurar que sabem muito, muitíssimo e são as melhores criaturas à face da terra. Serei avaliado pelo sucesso deles. Ah, e que não pensem em desistir ou faltar porque aí é que ainda apanho nota negativa e à segunda não me voltam a contratar (ou despedir, sei lá, tanto faz).
Na terça-feira, já tinha percebido que há alunos que têm de ser imediatamente encaminhados para a Sra. Ministra para ela os aguentar, digamos, uma meia hora. Afinal, “foda-se” e “caralho” são asneiras bastante comuns, dependem um pouco do tom e do contexto. Eu digo algumas (muitas, quando me chateio), embora ache que mandar para o caralho possa eventualmente ser giro só o será eventualmente noutros contextos. Numa primeira aula, a coisa é um pouco estranha, não me parece normal que o façam. Percebi depois que o mesmo garoto não o fez só comigo e que não sou o único a discordar com o comportamento. Já sei, primeiro tenho de conseguir que se sentem como deve ser; depois, se sobrar tempo, lá poderei ensinar qualquer coisinha levezinha, suavezinha que é para não incomodar o sono dos meninos.
Bom, agenda:
»» Visita às Galerias Romanas da Rua da Prata, de 28 a 30 Set. 10h-18h. A bicha pode ser grande, mas vale a pena (acho que esperámos 1 hora). Quando fomos, cheirou-nos a um mundo à parte
»» Lesboa Party, já amanhã

E a minha música do momento: Miss Jane, It's a Fine Day (ATB Club Mix)
Miss Jane, Fine Day

5 comentários:

  1. De que planeta vêm esses fedelhos? As perguntas em relação ao teu suposto vedetismo ainda percebo, mas as asneiras é que não...

    Sim, vai devagar ou aquelas cabecitas de vento explodem.

    Monga

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  2. Monga, vêm de Marte, claro que sim. Directamente. Mas Monga, vedetismo, em mim. Onde? Nas unhas dos pés?
    Obrigado pelo conselho: vou tê-lo em conta: se vir fumo, já sei que tenho de abrandar.

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  3. Tadinho. fazes-me lembrar moi, no ano passado, com os selvagens da escola onde aterrei :)
    Acabei por consquistá-los pelos afectos...
    Desejo-te boa sorte e mais ânimo que aquele que eu tive...

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  4. É preciso paciência de santo; deixei de leccionar há 10 anos; já era difícil...imagino agora. Apesar de tudo tinha métodos pessoais que resultavam, mais por saber que a sua utilização tinha o timing e o local próprios para o efeito. Um dia um aluno tipo "chefe" aguardava-me à saída com um monte de pedras e e de capangas para me agredir e dar espectáculo á claque; começou por me insultar com uma pedra na mão em posição de arremesso; chamava-me filho da puta e dizia-me que me ia partir os cornos (tudo porque ousei expulsá-lo da aula por mau comportamento). Para grandes males, grandes remédios: chamei-lhe filho da puta ainda mais alto e corri para ele, e após uma bofetada bem acente, peguei nele e levei-o ao pai, a sua casa, a quem o entreguei, contando o sucedido; até me agradeceu. Pode ter sido pouco pedagógico, eu sei, mas estava no Alentejo profundo, não estava na periferia de Lisboa. Resultou, pois não mais me deu trabalho.
    Abraço.

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  5. Denise, eu sei que tiveste uma boa experiência o ano passado. Conclusão: alunos difíceis, há-os aos pontapés em vários sítios, por sinal.

    Pinguim, paciência de santo, sem dúvida. O episódio que relatas parece impossível. Não sei se teria sangue frio para reagir como reagiste. Isto, neste momento, está mau, muito mau. Claro que varia, mas às vezes varia muito para pior. Enfim, melhores dias virão.

    Obrigado pela mensagem positiva!

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