Amanhã, lá vou conhecer a escolinha. Começo a sentir-me pequeno, pequeno, cada vez mais pequeno...
Evitei falar disto no início de Setembro, mas agora vai: estou fartíssimo de todos os anos mudar de escola, de ser substituto (esta palavra sabe-me sempre a outra coisa), de conhecer alunos diferentes, de ter de me adaptar às idiossincrasias da escola e dos colegas, quase sempre muito mais velhos, de planificar matérias diferentes.
Projectos? Deixei de sonhar/ lutar por eles: não dá. Obrigam a muito trabalho extra que sobra quase sempre só para um e além disso exigem um trabalho de continuidade maior que o de um ano lectivo ou de uma substituição temporária que mal dá para sentir o sabor da coisa. Gosto de me envolver, mas só em coisas pontuais, justamente porque estou de passagem e sou professor descartável. Só sabe o que é quem passa por isso. Além disto tudo, no final do ano, a despedida acaba sempre em lágrimas. Dos alunos e minhas. Estou fartíssimo de despedidas assim. Queria ver o seu percurso, vê-los evoluir, todavia se quiser saber como vão é por email. Não é nada prático.
Ao ritmo de uma por ano, esta é será a nova escola que vou conhecer (desde 1999/2000). Daquelas por onde passei, ficaram boas e más memórias, como em todos os trabalhos. Em algumas, ficaram amigos que prezo imenso. São poucos, mas muito bons. Agradeço ter-me cruzado com eles. Com os alunos também. Outros há que entram no esquecimento, para pena minha.
Finalmente, não gosto de voltar às escolas onde leccionei, nem para rever colegas ou alunos. Fico triste, sinto-me inútil. Impotente. Uma merda. A vida é assim! A vida é assim? Tem de ser assim?
Evitei falar disto no início de Setembro, mas agora vai: estou fartíssimo de todos os anos mudar de escola, de ser substituto (esta palavra sabe-me sempre a outra coisa), de conhecer alunos diferentes, de ter de me adaptar às idiossincrasias da escola e dos colegas, quase sempre muito mais velhos, de planificar matérias diferentes.
Projectos? Deixei de sonhar/ lutar por eles: não dá. Obrigam a muito trabalho extra que sobra quase sempre só para um e além disso exigem um trabalho de continuidade maior que o de um ano lectivo ou de uma substituição temporária que mal dá para sentir o sabor da coisa. Gosto de me envolver, mas só em coisas pontuais, justamente porque estou de passagem e sou professor descartável. Só sabe o que é quem passa por isso. Além disto tudo, no final do ano, a despedida acaba sempre em lágrimas. Dos alunos e minhas. Estou fartíssimo de despedidas assim. Queria ver o seu percurso, vê-los evoluir, todavia se quiser saber como vão é por email. Não é nada prático.
Ao ritmo de uma por ano, esta é será a nova escola que vou conhecer (desde 1999/2000). Daquelas por onde passei, ficaram boas e más memórias, como em todos os trabalhos. Em algumas, ficaram amigos que prezo imenso. São poucos, mas muito bons. Agradeço ter-me cruzado com eles. Com os alunos também. Outros há que entram no esquecimento, para pena minha.
Finalmente, não gosto de voltar às escolas onde leccionei, nem para rever colegas ou alunos. Fico triste, sinto-me inútil. Impotente. Uma merda. A vida é assim! A vida é assim? Tem de ser assim?
:)
ResponderEliminarPodia escrever,escrever sobre o que acabaste de postar mas não ía dar em nada...
Quero, isso sim, dar-te muita energia positiva e carinho pra que tudo corra bem...
Força e beijinhos
Obrigado, Sónia! Realmente, há coisas que nem vale a pena desenvolver muito. Obrigado pela força. Como habitualmente, acho que correrá bem ou dentro na normalidade anormal. Só que estou tão farto!... :)
ResponderEliminarCheguei até aqui através do teu comentário no BW. Muito obrigada pela visita e pelas simpáticas palavras :-)
ResponderEliminarQuanto ao «post», pois...
Desejo que tudo corra pelo melhor amanhã, assim como durante o ano lectivo! Ânimo!
Boa semana :-)
Shadow, e eu já não me lembro como cheguei ao teu. Mas gostei.
ResponderEliminarEm concreto, este teu texto é fantástico, porque não nada estava à espera do final. Obrigado pela força!
" Uma ave deve voar mesmo que o céu esteja cheio de abutres..." :)
ResponderEliminarUm beijinho e tudo de bom
Sem dúvida, Sónia, a imagem da ave é muito interessante. Amanhã, o voo será rasteiro, depois planarei mais alto. Beijinhos e obrigado pelas palavras!
ResponderEliminarQuerido amigo, a pergunta «tem mesmo de ser assim?» faço-a eu também em muitos aspectos de minha vida quotidiana. Há dias em que parece que aterramos num planeta cheio de abutres prontos a devorar-nos e ficamos muito tristes.
ResponderEliminarTem de prevalecer a força e o facto de termos amigos que nos ajudam, apoiam e estimam. A parte luminosa do teu texto foi a que mais gostei: aquela em que falas das pessoas que se cruzam ctg e se tornam importantes.
Bjs,
Monga
Os abutres têm péssima reputação, embora sejam essenciais. Pensa assim (eu próprio, às vezes, duvido e reconheço que é fácil falar...): os abutres tornam-nos mais fortes, fazem-nos voar mais alto que eles e dessa forma a vista é de maior alcance.
ResponderEliminarOs amigos são essenciais sobretudo nos momentos difíceis. Já tive tantos e sempre estiveste presente... nunca me censuraste nada, nem me deste nas orelhas, mesmo merecendo-o. Que posso eu fazer? Estou aqui e pronto: disponível.
Apesar de tudo, ó Paulo, admiro a coragem com que ainda te envolves afectivamente com os alunos e com os colegas.
ResponderEliminarEu sou uma professora-coração-de-pedra que, para evitar o sofrimento das despedidas e, sobretudo, sobretudo, do envolvimento no trabalho pedagógico a nível de projectos e construção de materiais, fecho o coração à chave e limito-me a dar aulas apenas com a preocupação da qualidade e a conviver profissionalmente com os colegas.
Por isso, ó Paulo, pela tua generosidade com os teus alunos, aqui ficam os meus parabéns. Por tudo o resto, desejo-te um bom início e muito ânimo durante o ano lectivo.
Um beijinho.
Sabes, Denise, eu às vezes também tenho um coração de pedra. Por isso, os que resistem são poucos, mas são os bons, os que passam o crivo. Outras vezes, acho que os alunos têm muita sorte por se terem cruzado comigo (nada convencido :)), outras vezes, preferia nunca ter-lhes posto a vista em cima.
ResponderEliminarObrigado pelo apoio!
Eu já fui professor, caro Paulo e sei dar valor ao que dizes, aos teus anseios e preocupações.
ResponderEliminarForça, amigo.
abraço.
Pinguim, então acho que percebes como estou a esgotar a paciência em relação ao ponto da estabilidade profissional. A força? Sim, existe, mas vai-se deteriorando ano para ano...
ResponderEliminar