Há umas semanas atrás, voltei a almoçar com a Monga. Mas daquela vez pôde vir também a Frol que é mestre e não avisou ninguém porque estava nervosa. Compreensível. Aquele foi um almoço de mestres pré-Bolonha, ou seja, esmifrámo-nos a trabalhar. Que faremos nós com mais este canudo? Para já, ninguém sabe.
A Frol tem uns olhos lindos, transpira beleza por dentro e por fora. Lembro-me de uma vez ter levado uma rabecada dela porque fiz um comentário ao seu peito e ao de outras colegas. Portanto, tenho o dom de ser inconveniente e desmesurado. O que importa é que a Frol é uma heroína (mais ou menos) anónima (os apelidos sonantes não enganam).
Fizemos o percurso de licenciatura quase todo em conjunto. Conhecemo-nos desde o primeiro ano da FLUL, vinha eu das berças, ingénuo e ignorante. Entrámos para variantes diferentes do mesmo curso e por isso tivemos cadeiras em conjunto. Lembro-me ainda dela a dizer-nos que queria ir para os EUA estudar. Num cenário de malta de esquerda, a Frol era vista como uma menina bem com um andar bastante sui generis. Sempre gostei dela como ela era. A Frol ajudou-me muitas vezes, tantas que nem dá para contar.
Fiquei tão feliz quando me convidou para o seu casamento e eu levei o Zé. Fiquei tão triste quando me disse que se tinha divorciado. Bolas, porquê? Bom, como heroína que é, deu o salto, optimista de olhos azuis e há-de continuar a vencer, ainda que aumente o ressentimento por este país não lhe reconhecer o valor. Há momentos assim, em que ficamos sozinhos com a nossa consciência e nos parece que trabalhamos debalde (e esfregona, já agora). O reconhecimento virá, mas e entretanto? Comem-se feijões? Engolimos ar, alimentamo-nos de sol, e fingimos que somos felizes, não? Este país peace-and-love, do está tudo mal mas vai bem, mata-me. Mata-nos. Lentamente. Fosse eu mágico e transformava cada adversidade tua em onda a rebentar na areia. Minha linda, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.
Adenda: Esqueci-me de registar que, durante muito tempo, tratei a Frol por Bela Azul.
Fizemos o percurso de licenciatura quase todo em conjunto. Conhecemo-nos desde o primeiro ano da FLUL, vinha eu das berças, ingénuo e ignorante. Entrámos para variantes diferentes do mesmo curso e por isso tivemos cadeiras em conjunto. Lembro-me ainda dela a dizer-nos que queria ir para os EUA estudar. Num cenário de malta de esquerda, a Frol era vista como uma menina bem com um andar bastante sui generis. Sempre gostei dela como ela era. A Frol ajudou-me muitas vezes, tantas que nem dá para contar.
Fiquei tão feliz quando me convidou para o seu casamento e eu levei o Zé. Fiquei tão triste quando me disse que se tinha divorciado. Bolas, porquê? Bom, como heroína que é, deu o salto, optimista de olhos azuis e há-de continuar a vencer, ainda que aumente o ressentimento por este país não lhe reconhecer o valor. Há momentos assim, em que ficamos sozinhos com a nossa consciência e nos parece que trabalhamos debalde (e esfregona, já agora). O reconhecimento virá, mas e entretanto? Comem-se feijões? Engolimos ar, alimentamo-nos de sol, e fingimos que somos felizes, não? Este país peace-and-love, do está tudo mal mas vai bem, mata-me. Mata-nos. Lentamente. Fosse eu mágico e transformava cada adversidade tua em onda a rebentar na areia. Minha linda, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.
Adenda: Esqueci-me de registar que, durante muito tempo, tratei a Frol por Bela Azul.
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