Saí da bolha. Não, não me embebedei. A música era só uma metáfora.
Ontem, eu e a Patrícia vimos dois documentários do Queer Lisboa. A minha linda é straight, mas tão straight que gosta de me fazer companhia na assistência às sessões do festival e discutir longamente o que vimos. E vimos Singularidades e Bob and Jack’s 52-Year Adventure. O namorado avisou-a que ver documentários poderia ser boring, mas foi fenomenal.
Ontem, eu e a Patrícia vimos dois documentários do Queer Lisboa. A minha linda é straight, mas tão straight que gosta de me fazer companhia na assistência às sessões do festival e discutir longamente o que vimos. E vimos Singularidades e Bob and Jack’s 52-Year Adventure. O namorado avisou-a que ver documentários poderia ser boring, mas foi fenomenal.
Singularidades, de Luciano Coelho, é do mais queer que há: aqui, sim, as identidades resultam de disrupções, de questionamentos do que é normal. Testemunhos muito interessantes, muito engraçados e alternativos. Todos homossexuais, por volta dos 50 anos, em Curitiba: um médico que é artista e questiona a representação do corpo, um porteiro que é barman, uma ex-bailarina que gosta de sapatão (não gosta de mulheres, só de sapatões), uma lésbica muito bem consigo e com a vida, numa relação que tudo indica fabulosa e com muitos filhos pelo meio, um corajoso pedreiro que gosta de vestidos, sobretudo dos vermelhos, e uma travesti. Foi bonito ouvi-los falar de si, das suas relações, das suas perspectivas de futuro.
Segui-se Bob and Jack’s 52-Year Adventure, o documentário de Stu Maddux, produzido pelo seu companheiro Joseph Applebaum. Aqui, o testemunho incrível do casal Bob e Jack, que se conheceram na Alemanha, em contexto militar, revela a experiência de tudo. Muito pedagógico e elucidativo de como é (pode ser) uma vida a dois, de longa duração. Não são caso único, com certeza que não, mas assim de repente só me lembro de Eduardo Pitta e Jorge Neves, que estão juntos desde o tempo de Moçambique, desde 19 de Julho de 1972, para ser exacto (cf. na cronologia do escritor) – mas sobre eles falarei mais tarde. O site de Bob and Jack’s 52-Year Adventure é um manancial de informação: vale a pena descobrir os vídeos e fotos que lá estão.
Segui-se Bob and Jack’s 52-Year Adventure, o documentário de Stu Maddux, produzido pelo seu companheiro Joseph Applebaum. Aqui, o testemunho incrível do casal Bob e Jack, que se conheceram na Alemanha, em contexto militar, revela a experiência de tudo. Muito pedagógico e elucidativo de como é (pode ser) uma vida a dois, de longa duração. Não são caso único, com certeza que não, mas assim de repente só me lembro de Eduardo Pitta e Jorge Neves, que estão juntos desde o tempo de Moçambique, desde 19 de Julho de 1972, para ser exacto (cf. na cronologia do escritor) – mas sobre eles falarei mais tarde. O site de Bob and Jack’s 52-Year Adventure é um manancial de informação: vale a pena descobrir os vídeos e fotos que lá estão.
Gosto do contraponto da legenda:«Joe Applebaum, Stu Maddux (filmmakers and couple with 2+ years) in front Bob and Jack (52+ years) in back»
Gostei ainda de visitar o site e deparar-me com our flag e o “Portugal bem-vindo!” Lindo.Mais para descobrir:
Bob's Blog »» http://bobandjacksfilm.blogspot.com/
Myspace »» http://www.myspace.com/bobandjacksfilm
Dos dois documentários, sublinho três ideias: não há fórmulas mágicas para as relações darem certo, cada um tem de procurar a sua. A fidelidade, sobre a qual também falarei mais tarde, não é apanágio essencial de uma relação. A liberdade é uma conquista determinante para o sucesso de uma relação, ao contrário da obsessão. E hoje regressa o meu homem.
Também gostei muito dos dois documentários... No Singularidades é difícil eleger a pessoa de que mais gostei... Mas confesso que a da Sapatona contibui e muito para a votação que dei no final ao filme...
ResponderEliminarMr. Bob e Mr. Jack...Fartei-me de pensar sobre eles hoje. Também quero chegar à idade deles e ser tão felizes e apaixonados como eles!
Patricia
Estamos em sintonia, Patrícia. Gostei dos testemunhos da que gostava de sapatonas, da lésbica e do porteiro. O testemunho de Bob e Jack é comovente. Além disso, importa que o próprio documentário os fez desabrochar, mudar, evoluir, expurgar fantasmas. Vale a pena ouvir as respostas deles, na Q&A Session, no Los Angeles Gay & Lesbian Center. Fantásticos! Quem nos dera poder um dia dar o mesmo tipo de testemunho.
ResponderEliminarOra aí está uma grande verdade: "não há fórmulas mágicas para as relações darem certo, cada um tem de procurar a sua"... e no entanto todos vamos insistindo na busca de uma fórmula.
ResponderEliminarA merda da fórmula... pois é, mas acho que se ambos quiserem que as coisas dêem certo, elas dão. Não sei se será assim, mas apeteceu-me dizer-te isto. Além disso, insistir e ter paciência são a alma deste negócio.
ResponderEliminarJá me disseram muito bem desse documentário; infelizmente, há sempre alguma coisa que nos escapa...
ResponderEliminarObrigado pela tua visita; voltarei mais vezes.
Abraço.
Pinguim, são ambos muito bons, mas o que é sobre Bob e Jack, ultrapassou a minhas expectativas. Fez-me pensar (sem bem que já o sabia, mas...) que é possível o amor, as relações de longas, enfrentar meios hostis, partilhar a vida. Bob e Jack tornaram-se-me uma espécie de paradigma.
ResponderEliminarI was searching the internet for articles about "Bob and Jack's 52-Year Adventure" and I came across your blog. I have really enjoyed reading everyone's thoughts about the film (the best that I can) and I am honored that it started this discussion about relationships.
ResponderEliminarBob and Jack also have a blog and I'm sure that they would love to hear what you think of their story. Please feel free to comment to them: http://bobandjacksfilm.blogspot.com/
Thank-you for this great blog!
Stu Maddux, Director
Bob and Jack's 52-Year Adventure
Hi Stu. Thank you for your comment. Me and Patrícia both enjoyed the film very much. We are familiar with Bob and Jack's blog. In due time we will comment on it. Best wishes.
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