E tenho uma pergunta (duas, melhor dizendo) para a qual gostaria de ter possíveis respostas: o que precisamos de ouvir/fazer durante o processo de reconhecimento e, depois, para aceitar a orientação homossexual sem traumas? O que pode ser decisivo para que tudo corra bem (ou pelo melhor)? Eu e muita gente mais por aí agradece a vossa opinião e partilha!
Sabes que às vezes, quando estou no meio de uma multidão, penso na história do "um em dez"? Ainda no outro dia, na marcha dos 100 mil, pensei nisso...
ResponderEliminarO que é importante é que cada um resolva a sua cabeça, descomplicando o que puder e aceitando-se sem dramas. E não ficar eternamente à espera de ajudas exteriores e da Nossa Senhora do Amparo. Viva a autonomia! :)
A minha resposta é também do tipo "dois em um": devemos ACIMA DE TUDO, estar de bem connosco próprios e actuar de uma maneira conforme; e já me esquecia...pensar que os "outros" também têm direito a ser diferentes e por isso viver normalmente em sociedade, e não querer fazer da vida gay um "guetto".
ResponderEliminarAcho que acima esta tudo dito.
ResponderEliminarAceitar-se a si mesmo e viver normalmente em sociedade sem os ghettos.
Confesso que a mim algumas demonstrancoes gays me poem os cabelos em pe.
Ha que defender os direitos. Nao pela diferenca mas pela igualdade.
pois, nao respondi as perguntas, mas uma caixa de comentarios torna-se muito pequena (ou grande).
Abraco.
Acho que tudo começa por conhecer-se a si mesmo, e não termos vergonha de nós mesmos perante nós próprios...
ResponderEliminarA partir de aí tudo é mais facil
Acho que já aqui foi dito e repetido o mais importante.
ResponderEliminarPenso que a fase de reconhecimento e aceitação é a mais complicada e demorada, como no meu caso. Tudo tem o seu tempo mas só depois de uma pessoa se conseguir aceitar a si própria é que deve decidir "enfrentar" a sociedade.
Um abraço.
Tem graça...
ResponderEliminarParece que a resposta é consensual!
Parece que afinal todos, no seu ritmo e a seu tempo, descobrimos a forma certa de nos posicionarmos na sociedade.
Abraços.
Que excelentes perguntas…
ResponderEliminarO difícil não é o saber, é o sentir. O difícil é sintonizar a lógica com as emoções. O difícil é o tempo.
O bom…
O bom é estar aqui e dar tempo ao tempo!
Da parte que me toca, só tenho que vos dizer obrigado por tudo.
Abraço
Adorei o blog! Parabéns!
ResponderEliminarMuitos Parabéns!!!!muito bom
Como disse Sócrates já há tantos séculos atrás - logo, não estou a falar nem do Sócrates daSilva, nem do outro, o nosso querido PM (para o bem e para o mal), mas sim do filósofo grego - "Conhece-te a ti mesmo!", ao que eu depois acrescento: "... e depois aceita-te e sê feliz!"
ResponderEliminarUm abraço
Não sei se já reparaste, mas tens um desafio "lá em casa"...
ResponderEliminarAbraço.
Não li os comentários anteriores, mas julgo que os grandes problemas são de comunicação e associação, ambos correlacionáveis.
ResponderEliminarQuanto a mim, é importante separar a causa gay e lésbica do transformismo e transexual (esqueci-me do termo mais preciso).
O facto de ser 1/10 (ou 11, como já li) torna o fenómeno com relevância. E há um facto positivo aqui - se as pessoas não têm a percepção da proporção é porque há alguma normalidade no gay ou lésbica (em detrimento dos espalhafatoso). Quanto há associação, ao fazer essa mistura faz que haja uma confusão enorme. Se perguntarem a muito boa gente para descrever um homossexual, resultará uma imagem distorcida, por ventura mais próxima do transsexual. E isso está mal. É um problema de comunicação associado à associação.
Ora, particularmente devo dizer que sou homossexual e jamais me enquadro nas imagens que passam na tv (eu bem sei, até porque fiz trabalhos sobre isso na universidade, como se faz a info televisiva deste tipo de eventos)… mas a verdade é que isso é que vende. Todavia, não sou totó ao ponto de achar que ser gay é aquilo. Mas quem quer “vender” (reafirmo o entre aspas) uma causa, ideologia ou maneira de estar tem de ser cuidadoso no processo de comunicação.
Sem apostar nestes dois domínios, nada feito… meus amigos!
Baseando-me simplesmente na minha experiência pessoal e considerando que, creio neste momento toda ou quase toda a gente saber (aqui incluo família, amigos, colegas de trabalho e provavelmente, apesar de não ter falado com estes sobre o assunto, alunos),julgo que a grande arma é sermos exactamente nós próprios, sem artifícios. Este ano tem-me acontecido algo curioso, pelo menos três colegas afirmaram perante mim, terem alterado a sua opinião acerca dos homossexuais depois de me conhecerem e conviverem comigo.Isso para mim foi bom, significa que não me vêem com estranheza ou como sendo alguém com problemas, digamos assim. Cada vez mais me convenço e sobretudo actualmente e especificamente em Portugal, que o maior problema não está já na opinião de quem não é ou se sente homossexual, mas antes, na imagem que muitos homossexuais passam para fora de si mesmos e da comunidade. Eu sinto, pelo menos em termos pessoais que, a forma como os demais nos observam, depende muito da imagem que nós queremos transpor e estou cada vez mais convencido de que não é a homossexualidade que incomoda ou fere susceptibilidades mas antes, a paneleirice gratuita.
ResponderEliminarDou-me conta que para que os outros hajam connosco de um modo natural, apenas e só temos de ser exactamente nós mesmos, da mesma forma que seríamos se fossemos heterossexuais. Assim como também é fundamental abordar qualquer tema, incluindo a própria homossexualidade, dando-lhe a mesma atenção que daríamos a outro assunto qualquer e tratando-o de forma absolutamente natural e expontânea.
Para terminar ... não acredito de maneira nenhuma que somos 1 em cada 10. Essa estatística não me convence mesmo ... somos bem mais ou então, talvez exista muita e muita bissexualidade.
abraços
Exactamente como expressam as imagens que colocaram aqui, não existem heteros, homos, bis, etc ... existem pessoas. Há que ser genuíno, independentemente da condição ou orientação sexual ... os demais apreciam isso, apreciam quem é natural, sincero e transparente (embora seja verdade que estas características às vezes também trazem os seus dissabores). Mas a verdade é que apreciam e até admiram que outros consigam o que elas não conseguem, ou temem, ou por múltiplas formas tentam disfarçar ... tantas e tantas vezes sem necessidade, porque a verdade está lá quase palpável.
ResponderEliminarO problema de muitos gays é que passam a vida escondendo-se sob artifícios ou então ostentam a sua sexualidade de forma negativa, através de um choque desnecessário que, ao invés de aproximar, só afasta os outros. Eu já perdi a paciência para uns e para outros.
Parabéns, Zéééééééééééé!!! :)
ResponderEliminarEntão um grande ABRAÇO!
ResponderEliminarPARABÉNS!!!!
Lindos, aqui vai a minha opinião.
ResponderEliminarO problema é de civilidade, e não me venham com a treta preciosista de que a palavra não existe porque, ao proferi-la, passou a existir.
Tal como aceito as diferenças linguísticas, regionalismos, acordos ortográficos, a adaptação da língua portuguesa efectuada pelos ex-colonos, ... considero que uma língua tem que se manter viva e evoluir (Paulo, esta foi para ti que tanto criticas eventuais "calinadas" que ouves e lês) também aceito qualquer tipo diferença da dita "norma".
Para mim é tudo uma questão de desenvolvimento cultural.
As mentes são, de um modo geral, tacanhas e têm dificuldade em aceitar aquilo que, para elas, colide com os seus valores seguros.
A cultura das minorias são atropelos ao socialmente pré-estabelecido e isso causa medo porque bule com a segurança e o status quo de cada um.
Aceitar a diferença implica quebrar as amarras do que nos foram incutidas durante anos, i.e., da educação católica, apostólica, romana que quase todos tivemos, de forma directa ou indirecta.
Como bem sabem, aceito os betos e os dreads, os ricos e os pobres, os bonitos e os feios, os sedentários e os nómadas, os doutores e os iletrados, os heterossexuais, os homossexuais, os bissexuais, os metrosexuais, os ...sexuais, os deficientes sejam eles surdos, amblíupes, cegos ou motores (como é sabido, até estive casada 17 anos com um paraplégico), os toxicodependentes, os pretos, os amarelos, os vermelhos, os branco (talvez rosa, não?), enfim... todos os que são seres humanos solidários, verdadeiros, honestos, ou seja, íntegros.
Odeio a hipocrisia, a falsidade, a mentira, a arrogância, o exibicionismo, ...
Como canta Adriana Calcanhoto, que não sendo das minhas preferidas, diz em "Senhas", algo que quase subscrevo :
Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infractores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...
(a das tiranias custa-me a engolir)
Concluindo com uma frase popular que pode, de algum modo, servir de consolo - Quem espera sempre alcança.
Sejamos optimistas e esperemos pois...
O DIA VIRÁ!
Bêjos gordos e abraços apertados
Ah, grande Teresa! :)
ResponderEliminarParabens a voces por causa da coragem !
ResponderEliminarEntão nem um post de aniversário? Fiquei a saber via blog do pinguim.
ResponderEliminarMuitos parabéns ao Zé e desculpa o atraso.:-)
Caro Brama
ResponderEliminarparecia ao ler-te que estava a ler o meu pensamento; não posso estar mais de acordo contigo: a militância faz-se por nós mesmos, pela nossa conduta, marcamos a "diferença" que não existe...
Tiro o chapéu ao comentário da "teresa" e agradeço a opinião do "pinguim".
ResponderEliminarNestas coisas, também não gosto do bom senso.E o que é o bom senso?! Onde começa e acaba?
abraços
♂ ♀ Minha gente, antes de mais muito obrigado pelas vossas opiniões. Foi muito interessante ouvir-vos e saber o que pensam. De facto, e como devem imaginar, as respostas não eram nem para mim nem para o Zé, já que, ao fim e ao cabo, já passámos pelo processo há algum tempo. Tinha um objectivo concreto e pode ser que ajude outras pessoas. Eu disse pode ser, porque como destacaram não há fórmulas e cada um deve seguir os seus próprios passos, isto é, interior, sensibilidade. Engraçado como quase todos falaram do estar bem consigo próprio, aceitar-se como é, do anti-guetto (não sei se já tinha alguma vez dito, mas odeio guetto!), primeiro connosco, depois com os outros...
ResponderEliminarO Socrates tocou no essencial: o sentir, o tempo, acrescentaria: o contexto.
Quanto a associações, e porque o JR, compreendo que é difícil representar toda a gente. Como diria o Joaquim Manuel Magalhães, há tantas sexualidades quantas pessoas na Terra... somos a diversidade ambulante :)) a tal que tem de ser respeitada a bem da liberdade de todos. Concordo que há uma falha na comunicação, na exposição; insisto: na ausência de figuras públicas em que as pessoas pudessem ancorar uma imagem mais realista disso que é ser-se homossexual, transexual, bissexual...
Brama, estou completamente de acordo contigo! É isso mesmo!
Teresa, nem precisavas de dizer nada, mas já que disseste, é por estas e por outras que eu nós gostamos tanto de ti. Ambos odiamos a mentira. Cadê o bom senso?
E, sim, somos muitos... ah, pois somos, Catatau e JR!
MUITO OBRIGADO A TODOS!