sexta-feira, 20 de junho de 2008

~~ houverem? ~~

Por muito que aquela senhora se esmifre a afirmar o contrário, continuo a achar (e a confirmar!) que se tem caminhado no sentido de facilitar a vida aos estudantes na cega intenção de mostrar bons (melhores) resultados. Isso, a mim, preocupa-me. E penso que deve preocupar todo e qualquer cidadão consciente. Afinal, estamos hoje a formar os homens e mulheres que governarão este país (?) quando formos mais velhotes. Perguntas de escolha multipla no exame de Língua Portuguesa?!... Ah, esqueci-me por momentos. Naturalmente que ministros, secretários e afins sabem muito mais disto do que os Professores que acompanham o dia-a-dia dos seus alunos nas escolas. Perdoe-me, minha senhora! Permita, no entanto, que lhe lembre algo que deve ter esquecido (digo eu!). É que o verbo "haver", quando significa "existir" é impessoal. Isto quer dizer que não se conjuga em todas as pessoas, mas sim apenas na terceira pessoa do singular. Transcrevo aqui as suas palavras durante a sua recente entrevista na SIC:
"... há uns quantos pessimistas de serviço neste país... muito pessimistas. O que acontece é que o país tem que estar sempre mal e os alunos têm que ser sempre maus. Quando os resultados são, por si, maus e houverem fla fragilidades nos conhecimentos nas competências, aí está a prova que o país está mal. Como o país não pode melhorar são as provas que estão erradas". Abstenho-me de comentar a afirmação, mas não posso deixar de aproveitar o seu exemplo para ilustrar a explicação. O verbo "haver", aqui, significa "existir", certo? Portanto conjuga-se APENAS na terceira pessoa do singular: "houver". Se não percebeu, diga que eu explico outra vez. A não ser que isto que anda a fazer seja intencional e a sua pretensão seja diminuir os conhecimentos do "povo" para que "deslizes" como o seu passem imperceptíveis. Será?
Confiram aqui no quarto vídeo.

12 comentários:

  1. Senão é facilitismo então o que será. A Ministrs a falar mal? Rsrsr, boa, não deixas escapar uma.
    Um abraço.

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  2. É por estas e por outras que enquanto houverem ex-professoras primárias ressabiadas, armadas em eminências pardas ministeriais, este país não descola da anedota em que se tornou.

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  3. É tão triste o caminho que estamos a levar... é só o que me ocorre dizer

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  4. O facilitismo pode ser comprovado de diferentes formas.
    Como professor de uma das disciplinas "malditas", fiquei chocado com a prova do 9º ano...
    Estou com uma enorme expectativa do que se vai passar na segunda-feira às 9h com a prova do 12º ano de matemática...
    Mas como dizia há outros indicadores. Nas provas que tenho vigiado, os alunos não têm usado o tempo de tolerância e têm acabado os testes muito cedo...

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  5. o ano passado (quando acabei o meu 12º para ir pa fac) na prova de matemática do 12 ano tive um 14 (das melhores notas da escola, e tenho de admitir que estava a trabalhar na altura e mal estudei) e não pude usar a calculadora que usei o ano todo por não constar nas listas (que não conferi, tendo usado a maquino o ano inteiro) e poder dar se o caso de me ser anulada a prova.....
    Por isso era só ter mais de dois neurónios para passar, e algum estudo/exercicios ao longo do ano.

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  6. o houverem e o dissestes.

    não disse. mas diz outras barbaridades.

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  7. Isabel, olhe que minha douta e digníssima senhora ministra disse, disse. Ouça bem o vídeo o Zé aqui pôs.

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  8. Special K, não são eles que querem a avaliação? Há que estar ateto e não deixar fugir uma! Abraço.

    Catatau, adorei as "eminências pardas ministeriais". Abraço.

    Graphic_Diary, o pior vai ser daqui a uns anos, quando os nossos (des)governantes forem p'rà televisão contar pelos dedos e dar pontapés na gramática. ... O quê? Já aconteceu? SOCORRO, já começou! Abraço.

    Tongzhi, eu nem no exame da 4ª classe tive perguntas de escolha múltipla. Esta gente vai sofrer muito quando perceber que na vida do dia-a-dia há que decidir e raciocinar sem a ajuda da escolha múltipla. Abraço.

    The Unfurry Swear Bear, era uma prova muito difícil, portanto, não? Abraço

    Isabel, ouve bem o vídeo. Ela tropeça é no "fla"; ia dizer flagilidades em vez de fragilidades. Quanto às outras barbaridades que a senhora diz, mais vale não comentar. Beijo.

    Teresa, ah, pois disse. Está lá p'ra quem quiser ouvir! Beijo.

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  9. Eu pensava que já não ficava chocada...mas fiquei!
    Devo dizer também que o exame de Matemática, esse bicharoco de sete mil cabeças, este ano foi fácil. Fácil????
    ...Dasse!!! Onde isto vai parar!

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  10. Imensamente dificil, fazer um exame nacional sem maquina calculadora, com o nervosismo da história toda de "será que uso ou não uso a máquina", com pouco estudo e tirar um 14... admito que a matéria, com numeros imaginários e afins, não foi da mais facil, mas o exame foi MUITO mais facil do que qualquer teste da minha professora.
    A partir daí deixei de ter qualquer pena pela maioria que tem negas no exame de matemática... Têm negas porque querem!

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  11. Monga, chocada? ó mulher, então não sabes já o que a casa gasta?
    Viva o facilitismo!

    Unfurry, pois, as discrepâncias entre a nossa exigência quotidiana nas aulas e a dos exames... São níveis diferentes, meu caro. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa... a bem do sucesso, pois claro!

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