segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

~~ ai, ai ~~

Esta é outra daquelas em que não queremos acreditar! As notícias de hoje falam dos subsídios pagos a cirurgiões para fazerem transplantes. Coisa pouca, em 2007, 23 milhões de euros! Estou errado ou a função dos médicos é tratarem dos doentes? Ou só tratam até certo ponto e, a partir daí, só se lhes pagarem subsídios? Qual é a fronteira? Estou interessado em saber porque, um dia destes, vou dizer aos meus alunos que, sem o pagamento do subsídio, não lhes ensino os tempos verbais, uma vez que já lhes ensinei os artigos definidos e os indefinidos. Não terei o mesmo direito? Afinal, ainda hoje ouvi dizer que o que está mal não é os cirurgiões receberem o tal subsídio, o que está mal é que nem todos o recebam!

Não sei se chore, se ria!

A provar a importância desta minha decisão, veja-se o resultado nesta notícia de hoje (Global):

12 comentários:

  1. Razão tinha a minha mãezinha deveria era ter ido para médico.
    Um abraço

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  2. Pois... e a minha também! :D

    Olha Paulo, o problema é que se tu disseres que não ensinas sem o subsídio, há logo uma fila de professore prontos a fazê-lo para ter emprego.

    A ordem protegeu-os bem!

    Beiji***

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  3. Paulo, a EH está passando por uma reestruturação. Logo voltaremos, e até lá eu avisarei, combinado? Ah, vou adicioná-lo nos meus favoritos, ok? Abraços.

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  4. Ponto 1, um médico "normal" n ganha nada do que a maior parte das pessoas pensa. O salário base é baixo (baixo relativamente às funções que desempenham, claro).
    Ponto 2, estamos a falar de um grupo restrito de cirurgiões, muito restrito mesmo, ultra especializados em transplantes. São poucos. Se queremos ter especialistas do melhor nos hospitais públicos, há que o pagar. Caso contrário, seria noticia não se fazerem transplantes nos hospitais por n haver quem os soubesse fazer.
    Ponto 3, não estamos a falar de tratar uma amigdalite, uma constipação, ou mesmo uma pneumonia. Estamos a falar de transplantes... É completamente diferente.
    Ponto 4, a noticia n é bem explícita. O lógico é que todo esse dinheiro n tenha ido só para os cirurgiões. Eles n operam sozinhos. Esse dinheiro é entregue ao hospital, mas toda uma equipa recebe (médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos) ou acreditam que todos os outros trabalham de graça?
    Ponto 5, os médicos, e até mesmo os cirurgiões, são pessoas como as outras. Trabalham onde lhes dão as melhores condições, quer técnicas, quer financeiras, para melhor desempenharem as suas funções. Da mesma forma, n estranharia que um qualquer professor, se for melhor remunerado, se lhe derem melhores condições de trabalho, prefira leccionar num estabelecimento privado.
    Ponto 6, acho que a maioria dos professores são mal remunerados para as funções que desempenham.
    Ponto 7, n se está a falar de um programa a cumprir. É de uma técnica especializada, de um centro de transplantes, como há poucos na europa.
    Ponto 8, a Ordem nada tem com o assunto. Falem antes nas administrações hospitalares e nos recursos humanos do ministério da saúde.

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  5. Pronto, penso que o aequilibrium refriou um pouco o azedume do meu ataque, afinal parece que sabe melhor do que eu do que está a falar e também há que aceitar logicamente os esclarecimentos de quem domina melhor o assunto.
    Mas independentemente de tudo e da notícia em causa, há que concordar que os médicos têm muitos benefícios e têm uma Ordem que os protege muito bem ... quanto aos professores ... a coisa vai de mal a pior, nem sei que diga, já não tenho mesmo esperanças.

    E já que estabelecemos uma certa comparação, já imaginaram os médicos serem sublmetidos a uma espécie de avaliação do género daquela que querem aplicar aos docentes? Que tal a observação de três cirurgias por ano, previamente planificadas, por um médico titular? E que tal os médicos serem avaliados pelos pacientes ou pela família destes? Outra ideia poderia ser os médicos serem penalizados pelo abandono dos pacientes das consultas ou da sala de operações? E o melhor dos melhores, quando os médicos chegam atrasados fazendo esperar várias horas as pessoas com consulta marcada?

    Atenção, refiro-me aos médicos porque é disso que trata o post, porque na realidade, já que falamos de uma avaliação rígida, exigente e transparente, ela deveria ser estendida a todos, aos advogados, aos juízes, a todos os que exercem cargos públicos ... e porque não aos deputados, aos secretários de estado, etc, etc, ... se a avaliação fosse de regular dois anos seguidos eram excluídos e sem direito a regalias e "tachos" noutros locais.

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  6. Ah! Confira no meu blog um novo post, sobre o meu trabalho de moda masculina. Abração!

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  7. Mesmo depois de ler os comentarios todos, continuo a pensar que "ameacao" e uma ameaca muito grande. Sera?

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  8. Eu custumo ir passando de blog em blog para conhecer novos espaços, quando gosto do cantinho de alguém deixo um recadinho, para poder acertar o caminho de volta, rs...rs...
    Bem, te convido a visitar o meu cantinho também, caso você goste, nao deixe de deixar um recadinho, ah! e se não gostar pode criticar também!
    Um abraço!
    Liz

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  9. Aequillibrium, obrigado pelos teus esclarecimentos, mas mesmo que seja um número restrito de cirurgiões, que o dinheiro seja entregue ao hospital(médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos), que o salário base seja baixo (relativamente às funções que desempenham, claro), que a Ordem os defenda bem, ... (podia continuar a enumerar os teus argumentos), isso não justifica que se receba para fazer os que a profissão exige que se faça. São cirurgiões, é suposto que façam cirurgias, certo? Fomentar os transplantes por esta forma parece-me errado.

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  10. Fazia falta quem fizesse transplantes. Não havia quem os fizesse. Não basta ser cirurgião para saber fazer um transplante. Qual a forma mais rápida e eficaz de cativar cirurgiões para se diferenciarem nessa área?...

    Quanto ao teu argumento... É a mesma coisa que querer que um professor de Português dê aulas de Matemática. Ambos são professores, ensinem! A coisa não pode ser vista dessa maneira tão simples...

    PS- apesar desta argumentação toda, que fique claro que percebo a história do estimulo monetário, mas que não concordo com ele. Preferia também que houvesse especialistas suficientes e com as condições adequadas para que estas coisas não fossem necessárias. Se isto cai mal na população "geral", imaginem entre colegas...

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  11. Só para dar um toque algo humorista a esta discussão e em resposta ao último comentário do aequilibrium. Pressuponho que o aequilibrium não será de todo professor(a)porque a comparação que estabelece ( e que friso, faz todo o sentido numa Sociedade em que as medidas façam sentido e sejam lógicas que não é o caso da portuguesa) mostra que ele desconhece o panorama educativo que se nos apresenta. Que não creia impossível um professor de matemática ser "obrigado" ou coagido mesmo a leccionar português ou vice-versa. No momento actual há coisas bem mais gritantes do que isso, até porque caminhamos para um sistema em que a última coisa que interessa um professor fazer é "impingir matéria" às criancinhas pobres e indefesas que não se podem esforçar em estudar. Digo e repito, no momento actual há coisas bem mais graves a passar-se no ensino, bem mais do que um professor de matemática ser obrigado a leccionar uma aula de português. E incentivos monetários, nem vê-los. Não existem, muito pelo contrário, cresceram exponencialmente as exigências mas o dinheirito que é bom, está congelado e os escalões e tudo o resto.

    Mas definitivamente são os professores os grandes culpados, deixaram isto chegar a este ponto, não se unem e param este país de uma vez ... não há nada a fazer

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