Uma das notícias que ouvi na RFM às 8 da manhã atropelou os meus sentidos, absortos, tanto quanto possível, entre a estrada, a paisagem alentejana e a perspectiva de um dia inteiro de aulas sob o suplício dos mais dos 40 graus que se previam. Dizia o jornalista que o Grupo de Trabalho Reforma do Parlamento, formado para rever o estatuto dos deputados, vinha agora exigir um assessor para cada deputado. Apurei o ouvido. Como um despertador que teima em arrancar-nos do sono, ouviu-se a voz de António José Seguro (que coordena o tal grupo de trabalho) afirmar que “os deputados precisam de um assessor porque precisam de alguém que lhes vá buscar um café ou uma água (…)”. Aqui, larguei o volante e esfreguei os olhos. Sei bem que é muito perigoso adormecer ao volante! Mas aquilo continuou: “… é muito importante e até podiam atender as pessoas.” Por instantes pensei que o cansaço acumulado, combinado com a excitação do último dia de trabalho antes das férias e, quem sabe, um bocado de calor a mais estivessem a afectar o meu cérebro. Não, não me pareceu. O calor, àquela hora, ainda não era assim tanto e, além do mais, o ar condicionado ia ligado, confirmei. Numa derradeira tentativa, verifiquei, apressadamente, a data. Também não era uma partida do 1 de Abril. Restava-me então acreditar que a vítima de alucinação não era eu mas sim o (ou os) inventor(es) de tamanha monstruosidade. Mais tarde, ainda desconfiado, tentei confirmar “aquilo”. O DN, na sua edição on-line de 19 de Julho, afirmava: “A medida ficou ontem consagrada num projecto de alteração ao Estatuto dos Deputados, que subirá hoje a votação.”
Correndo o risco de me ver a braços com um processo disciplinar (tão em voga nos dias de caça às bruxas que correm), atrevo-me a dizer: levantem o rabinho e vão os senhores buscar a água e o café, está bem? Não gozem mais connosco e lembrem-se que são os senhores que estão ao serviço do país (como gostam de apregoar), não o contrário! Ah, e se é assim tão mau, por que não procuram outro emprego?
Correndo o risco de me ver a braços com um processo disciplinar (tão em voga nos dias de caça às bruxas que correm), atrevo-me a dizer: levantem o rabinho e vão os senhores buscar a água e o café, está bem? Não gozem mais connosco e lembrem-se que são os senhores que estão ao serviço do país (como gostam de apregoar), não o contrário! Ah, e se é assim tão mau, por que não procuram outro emprego?
Também fiquei de boca aberta quando ouvi essa notícia! É fantástico como roubam de um lado para esbanjar do outro... Já agora, vão querer meninas bonitas de mini-saia para ir buscar os cafés e as águas, e lhes limpar a boquinha no fim, não? Isto, claro, a ser pago por todos nós, contribuintes! Filhos de eu sei bem de quem!!
ResponderEliminarAmigo, era bom que essa notícia fosse miragem, pesadelo ou calor a mais...infelizmente parece que foi assim que o buraco financeiro tomou conta da Câmara de Lisboa. Má gestão, sem dúvida.
ResponderEliminarFernanda