terça-feira, 24 de julho de 2007

..:: corrente d'ar ::..

Na docência, o trabalho administrativo/ burocrático é o que mais me estimula. É de uma esterilidade lunar. Depois das aulas, vieram as vigilâncias e agora a constituição das turmas. Não percebo por que há pessoal administrativo e se há-de ter de pôr os professores nesta tarefa. Enfim, parece-me realmente muito mais útil que preparar materiais, planificar ou actualizar conhecimentos. Saio mais cansado física e mentalmente do que se tivesse dado aulas. Tenho o cérebro frito de nomes, números, disciplinas, notas, currículos, opções, profissões dos pais que o computador não reconhece (como, por exemplo, auxiliar de acção educativa, a ex-contínua), transferências, disciplinas em atraso, melhorias, et cætera. Oh, que cheguem as férias. Mas já estou perito no WinGA da Truncatura, até as fotografias d@s menin@s eu sei pôr, que coisa mai linda.

Mesmo não vendo nada, chego a casa e há duas notícias que me beliscaram:
§ O financiamento do ensino privado é um fartote: 85 milhões de euros fazem muita falta no público. Com financiamentos assim, não admira que o sucesso seja grande.
§ A Ministra mandou arquivar o processo contra Fernando Charrua, que entretanto já decidiu pedir indemnização pelos prejuízos causados. Não acaba ainda: as coisas continuam a não estar bem. Digo eu.

3 comentários:

  1. Há duas coisas que deixam o professor moído e com a sensação de ser um parvo ao sabor do sistema: a inimputabilidade (dos meninos e pais, leia-se) e o trabalho admninistrativo. Descreves bem a segunda chatice...

    MONGA

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  2. Tens razão: este ano não tive a cruz de ser director de turma, que é um carga mui dado a conhecer os caprichos dos pais/ alunos. Mas o ano passado fui, e a experiência nem foi má. Até tive um pai que foi de propósito à escola para se despedir de mim e agradecer a preocupação pela filha e respectivos colegas (olha eu a puxar os galões, vês?).

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  3. Hehe...dantes todos os pais eram assim! Alguns até exageravam ao ponto de pedir que se faz favor os profs dessem uma bofetada no menino. Hoje, como diz o Zé, os meninos são PDC (Putas-das-criancinhas) por causa dos pais, que os tratam como autistas a precisarem de cuidados extra-especiais. Viva esse pai!

    Monga

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