domingo, 14 de outubro de 2007

..:: palavras que nos inquietam ::.. Guerra Junqueiro

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

É possível ler mais aqui.

Guerra Junqueiro, Pátria

6 comentários:

  1. Excelente. Amanhã levo-o emprestado!
    Bjos e boa semana para ambos,
    D

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  2. Denise, leva à vontade. Merece ser lembrado! Abraços e boa semana também para ti e para os teus!

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  3. Pelos vistos ainda não mudou muito. Tenho uma certa afinidade com o Guerra Junqueiro pois foi na terra dele que eu passei a minha infância.
    Um abraço.

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  4. Não mudou, de facto!
    Que engraçado, Special K, não conheço Freixo de Espada à Cinta.
    Abraços

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  5. Porra!!!
    Isto poderia ter sido escrito hoje...

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  6. Claro que sim, Pinguim. Aplica-se que nem uma luva!

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