sábado, 20 de outubro de 2007

..:: palavras que nos salvam e inquietam ::.. Mia Couto

Dedico este poema triste, mas lindo, de Mia Couto à Fernanda, a Monga, que está de partida, mas também a todas as mulheres da nossa(s) vida(s), além de todas as outras.


Mulher

Solteira, chorei.

Casada, já nem lágrima tive.

Viúva, perdi olhos
para tristezas.

O destino da mulher
é esquecer-se de ser.

Maputo, 2005


Mia Couto » Idades Cidades Divindades (Lisboa: Caminho) » 2007 » p. 97

8 comentários:

  1. Lindo o poema. Tão lindo.

    Fez-me lembrar um conto belíssimo também da autoria dele: "Os olhos negros de Vivalma".

    :)

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  2. Belíssimo poema!

    Como Mulher, OBRIGADA!

    Bom Domingo :-)

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  3. comprei hoje o livro do MC. não tarda nada vai se pôr à sombra dos palmares :)

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  4. É bom ter amigos, Paulo.
    Mas ainda melhor do que tê-los, é dizer-lhes isso por gestos como este teu, aqui.
    Infelizmente, por vezes, os gestos são outros...mas isso só serve para distinguir os verdadeiros dos falsos.
    Abraço para ti e para a Fernanda.

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  5. Will, não me lembro do conto que nomeias, mas lembro-me de outros tão comoventes que até evito lê-los, embora, por outro lado, sejam tão belos que são irresistíveis. Às vezes, levo-os para ler aos miúdos, mas nem sempre a reacção é a que esperava.

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  6. Shadow, sim, as mulheres a quem dediquei são também as que vêm aqui; apesar de não te conhecer pessoalmente, isso não importa muito: estavas incluída no grupo!
    Abraços e espero que o teu domingo também tenha sido bom!

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  7. Sombra, já vi que já puseste Mia Couto! O poema da página anterior ("Régio") também é um assombro: "Saio de mim / para quem sou / e jamais chego a destino. // No caminho do ser / meu gozo é me perder. // Meu coração só tem morada / onde se acende um outro peito.(...)".
    Há palavras que combinadas são mesmo incríveis. Um grande abraço

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  8. Pinguim, gostava de escrever como o Mia e poder oferecer e dedicar palavras assim aos amigos; por isso, dedico o que outros escreveram. Não é muito, mas é de coração!
    Um grande abraço

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