Sei que já esteve por cá, mas nunca a ouvi ao vivo e imagino que seja daquelas que nos atinge no tutano. Lembrei-me dela não sei porquê, mas apeteceu-me acordar a ouvir Sainkho Namtchylak, que possui uma daquelas vozes típicas da região de onde vem e que se tornam um instrumento medonho e poderoso. É impossível não reconhecer imediatamente o tipo de sonoridade: são vozes que torcem a alma, pelo menos a mim. Ao Zé torcem-lhe os ouvidos e compreendo perfeitamente que não seja do agrado de todos, que sequer suportem ouvir. Exige uma espécie de transe de quem canta e envolve-nos hipnoticamente . A paixão começou porque há muitos anos, ouvi ao vivo Talyn Duulal e começou a descoberta de um universo longínquo e desmedido.
Natural de Tuva, Sainkho possui uma daquelas vozes chamadas bifónicas ou difónicas, embora sejam muitas as classificações que encontrei por aí: a nuance é que Sainkho é especificamente uma khöömei na área do canto gutural ou "throat singing". Consiste em produzir dois tons diferentes usando a voz, criando a sensação de que se ouve outro instrumento a acompanhar. Este tipo de canto existe também, além de Tuva, na Mongália e no Tibete, embora com formas semelhantes na Finlândia e Japão (que ainda não descobri). Mais informações aqui.
Gostei de conhecer a Sainkho ... na última música fez-me lembrar a Yoko Ono do John Lennon, gotei da música.
ResponderEliminarRelativamente ao primeiro vídeo tenho um cd "Voices of forgotten worlds" com músicas tradicionais de tribos e indígenas do mundo e algumas das músicas são semelhantes. Relativamente ao terceiro vídeo, há sonoridades que me trasportan para os "transglobal underground".
Não foi possível ver o segundo ... "is not available ..."
Agora consegui ver o segundo vídeo ... bem, excelente, Sainkho é uma mulher musicalmente multifacetada ... parece-me um surpresa constante ...
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