sexta-feira, 23 de novembro de 2007

..:: parabéns ::.. Lina



Gostava de estar contigo hoje para te conhecer as cores, mas acho que as adivinho mesmo a milhas de distância. Basicamente, nada de novo: longe, sozinha, resmungona, mal paga, em trabalho quase de missão. Invejo a tua força, mas só isso. De resto, como sempre te disse, não carregas o sofrimento do mundo, não és a única perturbada com o destino (e sabes do que falo). A família complicada, cheia de figuras com existências tão complicadas… tens de viver a tua vida e não a deles, linda, sob pena de nunca te achares.
Esperava que a experiência de Luanda te fizesse mais resistente, forte, imune, todavia, ao fim de 4 anos, acho que ficaste mais ácida e dorida. Sei como a falta de estabilidade emocional e profissional te desestabiliza; já sabes, também, que gostava de ter a panaceia para aliviar todas as tuas dores. Acredito que o teu príncipe encantado há-de chegar. Sim, não era eu: nos remotos anos da faculdade, tive que to frisar antes que me saltasses em cima ☺. Lembras-te? Lembras-te das tuas dúvidas e de como tive de te dizer que no meu campo de interesses não havia espaço para gajas e que nutria por ti uma admiração, amizade e compreensão sinceras? Ficámos amigos à custa disso, trocámos correspondência, dedicaste-me poemas, partilhámos casa e, às vezes, a cama nos dias de frio. Acabei por sair para partilhar ainda mais a minha vida com o Zé, o que te provocou um terramoto que ainda não terminou e só se extinguirá quando o coração parar de procurar. Mas pudeste conhecer a Lúcia, por exemplo e tiveste outros ganhos.
Desejo tanto a tua felicidade quanto sei que desejas a minha e do Zé, minha irmã, que é isso que somos (mesmo com o terramoto que se instalou entre nós). A relação não se extinguirá. Jamais! Digo isto para que não tenhas dúvidas, ok! A casa continua aberta para te receber com o mesmo entusiasmo. E já sabes que eu consigo ser duro com a lamechice, portanto, cuidado, mas acho que com o Zé até já consigo ser mais paciente para os outros, tu incluída. Quantas vezes não fui cáustico contigo? Espero que me desculpes, mais uma vez, e não te esqueças que continuo a achar o máximo o teu vocabulário peculiar com acento transmontano, povoado de asneiras que eram (ainda são) uma delícia, mas que me fizeram corar muitas vezes. Já só me lembro de reco, zorra, cochino, o que é pena, mas é assim a minha memória oca.
Pronto, que tenhas um excelente dia, mesmo no fim do mundo! Aqui o monstro barbudo e seu gajo mandam-te milhões de beijos e abraços, pequenina gorda!


P.S. 1: Todas as minhas palavras foram subscritas pelo Zé!

P.S. 2: Era evitável, eu sei, mas a música que hoje aqui toca é para ti; o poema dedicado à mãe com a voz do próprio Herberto Helder, teu co-aniversariante, também.

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