Ao andar por aí, deparei-me tantas vezes com a palavra morte que me lembrei deste poema:
Fim
(Dincas, Sudão)
No tempo em que Deus criou todas as coisas,
criou o sol,
e o sol nasce, e morre, e volta a nascer;
criou a lua,
e a lua nasce, e morre, e volta a nascer;
criou as estrelas,
e as estrelas nascem, e morrem, e voltam a nascer;
criou o homem,
e o homem nasce, e morre, e não volta a nascer.
Herberto Helder »» Poesia Toda
Bela lembrança a desse poema!
ResponderEliminarFoste tocar em algo que me afecta de sobremaneira...não constantemente...mas numa tónica back-and-forth na minha mente...
O facto de nós morrermos e não voltarmos...e se voltamos...não nos lembramos...
Eu não quero morrer...but then again...ninguém quer...:(
Hydrargirum, não, não estava a pensar em ti, que tens humor para dar e distribuir e vender e tudo. Contudo, percebo: até na maior alegria, vive a morte. Há mortes (físicas e espirituais, ou outras) que não me perturbam, mas tenho um medo dela que me pelo todo. Enfim, ninguém a quer, eu então espero que venha atrasada o suficiente para cumprir tudo o que quero (e que ainda não descobrir).
ResponderEliminarPaulo...não credo...não penses que eu, e/ou a minha vida é um perpétuo estado de sorriso e de humor...nada disso...
ResponderEliminarSou se eu andasse a Prozac o dia todo!...lol...
Nada disso, sou bem normal...terei é um twist de humor...só isso...:)
Hydrargirum, pois: as máscaras. Eu sorrio muito e só eu sei o tumulto que cá tenho. Mas invejo a tua capacidade de criação humorística, faz bem! Tenho de investir nisso! Thanks pelo esclarecimento: assim vou completando o teu retrato e a ideia que tenho do carácter chinês que se vai enchendo!
ResponderEliminarFazes-me lembrar a frase da mulher-a-dias do livro - Um Amor Feliz - do David Mourão-Ferreira, que parodia Fernando Pessoa: - "Tenho chorado lágrimas que "sô" eu sei!"
ResponderEliminarO homem não morre renasce sempre que alguém pensa nele, com carinho ou com ódio, enquanto é lembrado, pelos vivos.
Lili, obrigado pela lembrança: muito bem apanhado!
ResponderEliminarQuanto ao poema: fala da morte física, obviamente, da impossibilidade do mesmo corpo voltar a nascer. Quanto ao resto: estou absolutamente de acordo! Aliás, já o tinha dito quando escrevi sobre o aniversário de meu pai.
Abraços
Bem ... as estrelas e ouros astros também nascem e um dia "morrem" ou desaparecem ... não é bem assim, só que a dimensão temporal é totalemnte distinta da nossa ... muito diferente ... sinto que a nossa vida passa mesmo muito depressa e são poucos os anos mais significativos, duas ou três décadas ... tudo passa muito depressa e isso angustia-me muito
ResponderEliminarClaro que tudo perece, a seu tempo, com o seu ritmo próprio, mas o nosso tempo tão demasiado rápido... percebo-te tão bem, Brama. Tento ignorar, esquecer, pôr de lado, mas de vez em quando lá vem o tempo ao ataque!
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