quarta-feira, 7 de novembro de 2007

..:: parabéns ::.. Apê



De repente, uma espécie de regresso. Mas foi um falso regresso, Apê. Espero que isso signifique que está tudo bem, da minha parte, sim; da tua… intuo que nem por isso.
Não foram dias fáceis, lineares, os que partilhámos, mas ficaram lá atrás, presos numa floresta negra, aonde parei de regressar há uma década. E ainda bem, porque tenho de preservar a minha sanidade mental e emocional. Encontrarmo-nos, revermo-nos só podia ser para falar do futuro e jamais do passado que nos moldou, é verdade, mas que não move mais os meus moinhos. No fundo, o que mais anseio é que sejas feliz, que estejas bem, sem noites permanentes a inundarem os teus dias, nem muros a erguerem-se constantemente no teu jardim. Gostava de receber essa notícia, confesso.
Há muitos tempos atrás, dediquei-te, entre outros, este poema (deves lembrar-te):

a (des)queda de um anjo

tens a cruz atravessada no pescoço
entalada na tua vida frágil,
sacrificada no muro dos teus dias.
és um menino. os meninos não merecem sofrer, chorar ou ter de partir!
não te destruas meu anjo nos lábios do céu!…
absorves o céu em quantidades exorbitantes de azul
mas não deixes que ele te absorva a vida.
tua cruz. teu mar. tua luz. tua pomba.

o menino corre atrás da pomba. a puta da pomba fugiu.
meu anjo sem céu, sem paraíso nem asas,
não corras mais que a pomba fugirá novamente,
e fugirá sempre até que conquistes umas asas e possas voar mais alto que o sol.
aí, a pomba será tua, será teu o seu reino, seu trono, seu universo…
tudo será teu menino-anjo-ainda-sem-asas!
serás três vezes omni e nem a trindade te resistirá!
serás ícaro sem cair no oceano.


Paulo Eme 28 / Ago. / 97

Gostava de me lembrar se alguma vez te dediquei algum desenho ou colagem ou algo similar, porque o queria pôr aqui. Se o fiz, não fiquei com cópia.
E isto tudo para, no teu dia, manifestar a minha estima e afirmar que não me esqueço. Nunca me esqueci. Muitos parabéns! São sinceros e mais nada (não trazem segundas ou terceiras intenções escondidas neste texto, só primeiras).

6 comentários:

  1. Cada vez te admiro mais...

    Parabéns Zé ...( e não me enganei ..é Zé mesmo...)

    Beijinhos

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  2. Sónia, obrigado pelos parabéns. Como diria a Amália: "Eu não fiz nada, eu não fiz nada! Foi Deus, foi Deus.". Sinto-me, realmente, muito afortunado e orgulhoso por poder partilhar os meus dias ( e noites!) com alguém como o Paulo. Nos dias que correm, é quase um milagre.

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  3. Obrigado Paulo.

    No caus da memória não me lembro deste poema. No mesmo caus, lembro-me que um dia me ofereces-te um livro com desenhos e colagens, mas no caus em que estou não sei onde está... Talvez em casa do Esseme. Não faço ideia, não me lembro já.
    Nesse passado eu podia muita coisa, até por amor, cometer a maior loucura da minha vida e que vive. Agora só posso perceber que não queria ter esquecido o que de bom houve, mas já não me lembro.
    Mais uma vez obrigado e não esperes que te deseje parabéns em Janeiro, já que não me lembro do dia. Desculpa, Américo Pinto

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  4. Américo, o caos da memória é uma coisa incrível, cheia de meandros e nebulosas. Não te preocupes, eu também não me lembro de te ter dado nenhum livro de desenhos, portanto estamos quites :)
    Quanto a loucuras, já não sei dar conselhos. "O que de bom houve" talvez não tenha tido importância nenhuma no meio de tantas outras coisas e de experiências fortes que vivemos antes e depois. Isto pode parecer uma insistência e portanto não choverei mais no molhado.
    E não te preocupes com o dia :), nem tens de pedir desculpa de nada, até os meus amigos se esquecem! E um dia até eu me esquecerei.
    De qualquer modo, MUITOS PARABÉNS!

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  5. Bem, pelo que induzo há aqui dois parabéns a dar: ao Zé, mesmo que o culpado seja Deus..., e a ti, Paulo, por manteres viva uma Amizade do passado, neste teu belo presente, sem qualquer hipótese de futuro. Complicado? Penso que não, e que me entendeste.
    Eu mantenho óptimas relações com as pessoas que oreencheram o meu passado.
    Abraços.

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  6. Olá Paulo,
    Não entendo a tua agressividade para comigo, ao fim deste tempo todo de ausências... Parece-me que estas a fazer um ajuste de contas. Tu não sabes como é que eu estou, nem tens que saber. Porém, sabes muito bem que as palavras podem matar. Não me uses para ouvires elogios, isso não é sério. Se és tão feliz como transpareces, esquece-me. Quanto ao mal que te possa ter feito, as desculpas não servirão de nada. Do mesmo modo que eu te desejo as maiores felicidades, peço-te que me esqueças.

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